RESUMO:As reflexões deste texto são fruto de pesquisas da autora que têm buscado analisar as ações sócio-educativas do Movimento dos Sem-Terra, em especial as que se situam no campo do trabalho, da cooperação e da educação. Tais relações são fundamentais para avaliar o sentido atual e as possibilidades de uma educação voltada para as populações do campo. No presente texto, tecemos algumas análises referentes: ao trabalho no campo na atualidade, como expressão da desigualdade social e da oposição de classe, que se manifesta nas diversas formas de produção, de atividades e de sujeitos que vivem, trabalham ou investem no campo; à educação do campo, seus avanços em relação à educação rural, sua presença nas políticas educacionais e sua abrangência para além do espaço escolar; e, por último, a valorização que a educação ganha com os movimentos sociais do campo, que passam a defender uma educação articulada com a criação de condições materiais para a vida no campo. Tratamos especialmente da educação que se desenvolve no interior do Movimento dos Sem-Terra. Palavras
O objetivo deste artigo é re etir sobre as relações entre a escola e a exploração do trabalho infantil no contexto da fumicultura catarinense, considerando as particularidades e os aspectos universais a que os trabalhadores do campo estão submetidos. A pesquisa foi realizada em 11 escolas, com a participação de 1080 crianças e adolescentes dos municípios catarinenses de São Bonifácio, Imbuia e Canoinhas. Observou-se que a existência de uma tênue fronteira entre o trabalho da criança e a ajuda à organização da vida familiar é um elemento fundamental das atuais formas de exploração e generalização do trabalho coletivo. Dessa forma, o lugar ocupado pela escola no campo vai além do ensino e da quali cação necessária ao trabalho na sociedade capitalista. A escola e as unidades de educação infantil são também, dialeticamente, o local do não trabalho, onde as crianças e os adolescentes são poupados da labuta diária, encontram colegas da mesma idade, brincam, aprendem e descansam.
RESUMO: Tendo como ponto de partida a questão sobre o futuro das escolas rurais ou do campo, o artigo aborda o contexto social, político e econômico que suporta ou não a existência das escolas, bem como uma análise sobre a situação das escolas em diferentes contextos, particularmente no Brasil, em Portugal e nos Estados Unidos. Problematizamos as respostas dadas pelo poder público, acadêmicos e organizações e movimentos sociais sobre o fechamento, a redução do número de alunos e de comunidades rurais com escola, as condições de funcionamento, a distância percorrida pelos alunos, além das implicações das escolas para a vitalidade do campo. Concluímos que o futuro das escolas está diretamente relacionado com o futuro do campo. Palavras-chave: Escola do campo. Escola rural. Brasil. Estados Unidos. Portugal. WHAT IS THE RURAL SCHOOL'S FUTURE?ABSTRACT: Taking the future of rural schools as a starting point, this paper approaches the social, political and economic context that either supports or doesn't support the presence of rural schools. We also offer schools' analysis in different contexts, particularly in Brazil, Portugal and United States. We problematize the public, academic and communal responses on school closure, the student's number and rural communities with schools' reduction, their operating conditions, the distance traveled by the students and the schools' importance to the vitality of the countryside. We conclude that the future of schools is directly related to the future of the countryside.
RESUMO:O artigo aborda a relação dos jovens estudantes com o trabalho e suas perspectivas de futuro. Percebe-se que o trabalho é uma realidade entre os jovens pesquisados, envolvendo atividades remuneradas ou realizadas por meio de estágios, além de outras atividades sistemáticas e cotidianas, como o cuidado dos irmãos e o trabalho doméstico. O trabalho ocupa parte significativa do tempo dos estudantes fora da escola, de tal modo que este concorre fortemente com os estudos, impedindo que os jovens vivam sua condição de estudante plenamente. A submissão precoce ao trabalho e em condições cada vez mais precárias, na atual sociabilidade capitalista, compromete não apenas os projetos profissionais dos estudantes, mas, sobretudo, reforça sua condição de classe, limitando, cada vez mais, suas possibilidades de formação, criação e desenvolvimento humano. PALAVRAS-CHAVE:
RESUMO: O objetivo do texto é refletir sobre o caráter da pesquisa desenvolvida junto a movimentos sociais. Tomamos como referência estudos de Marx e de Thompson, a partir da compreensão das categorias como relações sociais, e de pesquisas junto ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). Pretendemos abordar alguns elementos de natureza metodológica, que consideramos imprescindí-veis para a análise de movimentos e organizações sociais, tais como: a dialética passado, presente e futuro, que busca romper com o imediatismo das situações e das análises teóricas; a articulação entre os enfoques mais amplos e os mais particulares do fenômeno social; a percepção das contradições e ambivalências das experiências históri-cas; as condições objetivas e subjetivas que determinam as ações dos movimentos sociais; e a leitura e interpretação das fontes.Palavras-chave: Pesquisa. Movimentos sociais. MST. Categorias de análise. RESEARCH AND SOCIAL MOVEMENTSABSTRACT: The aim of this text is to provide a reflection on the character of the research developed on social movements. We took Marx's and Thompson's studies as reference, starting from the understanding of associations as sources of social relationship, and a research on the Landless Workers' Rural Movement (MST). Our intention has been to approach some elements of methodological nature which we consider indispensable for the analysis of social movements and organizations, such as the dialectics of past, present and future, which tries to break with the immediatism of situations and theoretical analyses; the articulation between the widest and the most peculiar focuses of the social phenomenon; the perception of the contradictions and ambivalences of historical experiences; the
In this essay, we address the educational program and experiences of the Brazilian Landless Workers’ Movement (MST), as found in its camps, settlements, schools, and political training courses. One of the most active organized social movements in Brazil during the last thirty years, the MST combines political struggle with the organization of worker-controlled enterprises and educational opportunities for landless workers and their families. We begin with an excerpt from a report by one of us (Janaina Stronzake), which illustrates the ways in which the material conditions of an MST encampment led to a different kind of school, focused on the needs of students from the countryside.
RESUMONo projeto educativo em curso na Pedagogia da Alternância, a relação entre trabalho e educação aparece como alternativa para os jovens do campo. Enquanto projeto educativo, consideramos tal articulação fundamental para a constituição de um projeto de educação emancipatório. No que se refere à proposição da Pedagogia da Alternância, objetivamos analisar como se estabelece a relação trabalho e educação no âmbito da concepção educativa desta pedagogia, identificando seus limites e possibilidades na direção de uma educação para além do capital. Para tal discussão, lançamos mão das categorias de trabalho, como categoria central no processo de constituição do ser humano e de educação como mediadora deste processo. Palavras-Chave: Trabalho; Educação e Pedagogia da Alternância. THE RELATION BETWEEN WORK AND EDUCATION IN THE PEDAGOGY OF ALTERNATIONABSTRACT In a Pedagogy of Alternation present educating project, the relation between work and education emerges as an alternative to the countryside youngsters. As an educating project, we consider this articulation crucial to the constitution of an emancipating educational project. In relation to the proposition of the Pedagogy of Alternation, we have the aim of analyzing how the relation between work and education is established in the field of the educating conception of this pedagogy, identifying its limits and possibilities towards a beyond capital education. For such discussion, we have used the categories of work, as a central category in the process of human being constitution, and of the education as a mediator of this process. Keywords: Work, Education and Pedagogy of Alternation. IntroduçãoA Pedagogia da Alternância é uma modalidade de organização do ensino escolar que consiste na articulação de diferentes experiências formativas distribuídas ao longo de tempos e espaços distintos, tendo como foco a formação profissional. Os espaços dizem respeito aos locais onde a formação se processa, como por exemplo, a escola e a propriedade agrícola. Os tempos dizem respeito aos períodos de permanência dos educandos nesses espaços, nos quais são desenvolvidas atividades educativas previamente planejadas e orientadas em sua execução. Dessa forma após um período de permanência na escola, que pode ser de uma semana a quinze dias em regime de internato, sobrevém um período equivalente de permanência na família trabalhando na propriedade, daí a alternância.
ResumoO artigo propõe uma refl exão sobre a atualidade das lutas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra na realidade brasileira, num contexto de crescente urbanização. A partir de pesquisas realizadas nos últimos anos sobre a experiência educacional do MST, apresenta-se o contexto histórico de emergência do Movimento, com base na articulação entre os aspectos econômicos, políticos e educacionais; a reação organizada dos trabalhadores sem-terra, seus objetivos e formas de luta e, especifi camente, a importância atribuída à educação; por fi m, os desafi os atuais do MST e dos seus propósitos educacionais. O movimento analisado neste artigo, nos leva a refl etir sobre alguns desafi os teóricos e práticos na atualidade, referentes ao campo e sua articulação com a cidade, à ruptura com a histórica concentração da propriedade da terra e da riqueza no Brasil, às lutas organizadas dos trabalhadores e suas experiências de cooperação, autogestão e educação/escolarização de sua base. A educação é compreendida no seu contexto histórico, social, econômico e político, sendo fruto das relações sociais. Palavras-chave: Movimento dos Sem-Terra. Movimentos Sociais e Educação. Trabalho e Educação.
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