ResumoEste artigo aborda a educação dos alunos surdos submetidos à cirurgia de implante coclear, matriculados em escolas públicas do Município do Rio de Janeiro. Os recentes avanços tecnológicos têm contribuído para o surgimento de uma nova especificidade a ser considerada no contexto da inclusão escolar. A orientação linguística para o aluno com implante coclear envolve a promoção da língua falada, ao contrário dos demais estudantes surdos que, obedecendo ao Decreto 5.626/05, tem a inclusão da língua brasileira de sinais -Libras como sua primeira língua (L1) e o português, na modalidade escrita, como sua segunda língua (L2). Embora também possa usar a Libras e, portanto, precisar de intérprete, este necessita de adaptações bastante diferenciadas. Os dados foram coletados a partir de entrevistas semiestruturadas com doze professores de diferentes escolas. A partir dos resultados, observa-se que, além da ausência do sistema de Frequência Modular Pessoal (FM) nestas escolas, ainda há desconhecimento por parte dos profissionais em relação às consequências de um implante e adequações a serem realizadas no processo de ensino, o que prejudica de maneira significativa o cotidiano escolar deste grupo. Resultados nos mostram que alguns dos alunos implantados também frequentam a sala de recursos, aprendendo a língua de sinais. Alguns deles, inclusive, têm a preferência pelo uso dessa língua.
Esse artigo aborda a dinâmica familiar que envolve as diferenças no fluxo interativo entre filhos surdos e pais ouvintes e os aspectos educacionais presentes nesse contexto. Ressalta também as dimensões da subjetividade dos responsáveis ou representantes familiares. A metodologia empregada foi de caráter qualitativo, com a participação de dezoito familiares, que discutiram temas como: comunicação e linguagem, Libras e implante coclear. As categorias encontradas foram: Resistência/ Negação da surdez; Culpa/Responsabilidade pela surdez e Presença/Ausência da Língua de sinais na família. Pode-se concluir que programas de enfoque psicoeducacional, envolvendo experiências familiares, devem ser considerados prioritários na condução das políticas públicas, pois promovem a ressignificação de vivências, resultando no melhor desenvolvimento da criança.
E gocentric language is a generalization of Piaget's egocentric speech concept (1926/1969) investigated by Vygotsky (1962). Behaviors of eight children ages 2 to 5 years with profound congenital deafness were analyzed using six classes of egocentric language: motor reaction activity, silent lips articulation, murmur, oral-facial mimics, body expression, and vocalization. No child had received oral or sign language training. All attended videotaped play sessions. Events in which children engaged in "dialogue" with themselves or a toy, while pursuing a specific solution, were observed. Such extralinguistic behavior moves the thinking process toward problem solving like that of hearing children. Consequently, teachers should not interrupt when a deaf child is playing with or signing or vocalizing to a toy, because this behavior may be the manifestation of a reflexive moment and the generator of a decision process fundamental for cognitive development. Vocalization by a deaf child does not indicate willingness to speak; it merely manifests symbolic reasoning. Silent lips articulation and oral-facial mimics have the same effect and can also be interpreted.
Inclusion of deaf children in regular classrooms is often described as unsuccessful. The present article shows how communicative and metacommunicative strategies used in teacher(s)-deaf students(s) interactions may facilitate inclusion. A fourth-grade classroom was investigated where a coteaching approach—a master teacher working with a teacher trained in Brazilian Sign Language (BSL)—was used. The class, 7 deaf and 19 hearing students, was selected because of the teacher dyad's effectiveness with these students. The teachers' interactive styles and strategies are highlighted, along with communicative and metacommunicative processes that occurred between them and the deaf students. The authors show that meanings are co-constructed not only through words or BSL but through nonverbal actions. Relational metacommunicative strategies make integration more effective and learning easier and more pleasant; therefore, dialogue with deaf children entails more than the mere use of words, either vocally or with signs.
R e s u m o : A atuação de professores surdos na educação de seus pares é um fenômeno mundial antigo, mas pouco assentado no Brasil. O professor surdo, Berthier (1803-1886, iniciou sua carreira em 1829, no Instituto de Surdos-Mudos de Paris. Trazemos aqui narrativas dele e sobre ele. Por meio dele, estão presentes durações de outros surdos, na história da sua educação. Em pesquisa bibliográfica realizada, percebemos que seu mestre, Auguste Bébian, estava disponível para imergir no ambiente de língua de sinais. Isso impulsionou Berthier à carreira docente e ao desejo de aglutinar e organizar outros surdos. Algumas de suas análises e preocupações quanto à educação de seus pares permanecem na atualidade, embora também reconheçamos que importantes avanços aconteceram, como conquistas dos movimentos sociais dos surdos. P a l a v r a s -c h a v e : história da educação, educação de surdos, professor, Ferdinand Berthier. A b s t r a c t :The participation of deaf teachers in the education of deaf students is an old global phenomenon, although poorly established in Brazil. We will depict deaf educator Berthier (1803-1886) who started his career in 1829, at the Institute for the Deaf in Paris. We bring here some of his narratives and others about him. Through him, other deaf durations are present in their educational history. After a bibliographical research, we bring some narratives about his professor Auguste Bébian who began to show up with sign language. Due to this fact, Berthier got motivated to begin a docent career and to gather deaf students. Some of his analysis and concerns about education of deaf people still remain, although we also recognize that there has been significant progress, like the achievements made by the deaf social movements. K e y w o r d s : deaf education, education history, educator, Ferdinand Berthier.R e s u m e n : La actuación de profesores sordos en la educación de sus pares es un fenómeno mundial antiguo, pero poco asentado en Brasil. Retrataremos el profesor sordo Berthier (1803-1886) que inició su carrera en 1829, en el Instituto de Sordos de París. Traemos acá relatos de y sobre él. A través de él, están presentes duraciones de otros sordos, en la historia de su educación. En investigación bibliográfica realizada, percibimos que su maestro Auguste Bébian estaba dispuesto para ponerlo en el ambiente de la lengua de señas. Eso le impulsó a Berthier a la carrera docente y al deseo de aglutinar y organizar a otros sordos. Algunos de sus análisis y preocupaciones en cuanto a la educación de sus pares permanecen en la actualidad, aunque también reconozcamos que importantes avances se pasaron, como conquistas de los movimientos sociales de los sordos. P a l a b r a s c l a v e : historia de la educación, educación de sordos, profesor, Ferdinand Berthier.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.