Considering the specific biochemical composition of buffalo (Bubalus bubalis) meat (high iron content, high biological value proteins and essential fatty acids, low amounts of fat and cholesterol), we evaluated the influence of cutting and deboning operations on the microbiological quality and shelf-life of vacuum-packed buffalo meat stored under refrigeration. On the processing day, samples were collected from carcass, deboning room surfaces and meat cuts. Samples from meat cuts were evaluated weekly for two months. On the processing day, higher counts of Pseudomonas spp. were observed in samples from meat cuts compared with the hindquarters and the processing surfaces. For thermotolerant coliform scores, the averages were -0.5 log MPN·cm(-2), -0.4 log MPN·cm(-2) and 0.9 log MPN·g(-1), respectively. Higher counts of Pseudomonas spp. and LAB in meat cuts were observed on the processing day and after the first week of storage, respectively, remaining constant during shelf life. Listeria grayi was identified in two samples of hindquarters and meat cuts during storage. Listeria innocua was identified in one meat cut. In conclusion, cutting and deboning operations influence the microbiological quality and shelf life of vacuum-packed buffalo meat stored under refrigeration.

Este estudo foi realizado com o objetivo de isolar Salmonella em cinco diferentes pontos do fluxograma de abate de suínos, avaliando o padrão de suscetibilidade dos isolados a sete agentes antimicrobianos comumente usados na cadeia suinícola. Das 200 amostras coletadas, em 23 (11,5%) foi possível o isolamento de Salmonella spp. Destes isolados, todos apresentaram resistência a um ou mais dos antimicrobianos testados, sendo que 100% apresentaram resistência à tetraciclina e trimetoprim, 89,95% à ampicilina, 69,56% à gentamicina, 26,08% à norfloxacina, 65,21% à estreptomicina e 17,39% à neomicina. O isolamento de Salmonella durante o abate de suínos demonstra o alto risco de contaminação para os funcionários e consumidores. Medidas para o controle do uso de antimicrobianos na criação de suínos devem ser urgentemente implementadas.

The burden of equine leptospirosis in Pelotas (RS) remains unclear due to underreporting. In this city, socially vulnerable families use these animals to collect food and recyclable material. In this context, this study aimed to know the seroprevalence of leptospirosis in urban working horse population in Pelotas, and to assess risk factors for equine leptospirosis in the study area. Serum samples from 119 horses were analysed by microscopic agglutination test (MAT). As results, 28.57% (n=34) animals were positive in the MAT with titres equal or above 400. Canicola was the most prevalent serovar in this study, followed by Hardjo, Bratislava, and Ballum. Exposure to risk factors was assessed and the occurrence of abortions (p = 0.04) and the occurrence of stillborn foals in the establishments (p = 0.04) were associated with the disease. Furthermore, abortion itself was associated with factors usually regarded as having leptospirosis risk, these were: Grazing on open pastures (p<0.01); the presence of rodents in or around the house (p<0.01); and forage being kept in sheds (p=0.03). Conversely, fodder stored in plastic barrels (with lids) seems to reduce the risk of abortion (p=0.01). Thus, urban working horses used to collect food and recyclable materials in different parts of the city may be potential spreaders of the disease to humans and other animal species. In addition, our study indicates that these animals may be viable sentinels in the research of circulating serovars in urban settings.

A leptospirose é uma zoonose de distribuição mundial cuja transmissão às espécies suscetíveis ocorre pelo contato direto ou indireto com indivíduos infectados. A moléstia é causada por bactérias do gênero Leptospira, acomete tanto humanos quanto animais. No meio rural, o risco dos humanos em adquirir a doença é maior do que para os moradores do meio urbano, principalmente pelo contato com animais domésticos, sinantrópicos e silvestres. Nesse contexto, este trabalho objetivou revisar os principais estudos epidemiológicos sobre a leptospirose na área rural do estado do Rio Grande do Sul (RS) nos últimos vinte e cinco anos, inferindo sobre a influência das atividades agropecuárias nos casos da doença em humanos. Evidencia-se que as populações rurais no RS, principalmente as localizadas na região sul e central estão mais expostas e possuem maiores chances de contrair a leptospirose, quando comparadas com a zona urbana. No RS, as atividades que envolvem longos períodos de trabalho em contato com a água e a indisponibilidade, na maioria das vezes, de equipamentos de proteção individual (EPI), aumentam o risco para a contaminação com o agente. Entre os animais domésticos, destacam-se os caninos e bovinos como importantes transmissores da enfermidade para os humanos no meio rural. Além disso, falhas no saneamento e coleta de lixo favorecem a presença de roedores nas propriedades, elevando o risco para a ocorrência da doença. Assim, medidas como a reeducação, a informação sobre os principais fatores de riscos da doença e o uso de EPI podem ser utilizadas para prevenir casos graves de leptospirose no meio rural do RS.

No Brasil, a leptospirose bovina é uma enfermidade de grande preocupação, causando prejuízos econômicos à pecuária e um importante risco à saúde pública. Nos últimos anos, o Rio Grande do Sul se consolidou como importante exportador de gado vivo, refletindo diretamente na economia nacional. Nesse contexto, nosso estudo teve como objetivo determinar a prevalência de anticorpos anti-Leptospira em bovinos destinados à exportação, no município de Pelotas/RS. Para tanto, um total de 4.552 animais pertencentes a 34 municípios do RS foram incluídos no estudo. Uma amostragem estratificada foi realizada e uma amostra de 355 soros foram utilizados no teste de aglutinação microscópica (MAT). Dos 355 soros amostrados, 24 (6,76%; IC 95% 4,58-9,86) foram reativos para pelo menos um dos antígenos do MAT. Nenhum animal incluído no estudo tinha história de vacinação contra a leptospirose. Os sorovares Hardjo e Icterohaemorrhagiae tiveram prevalência de 2,53%, seguidos de Canicola com 1,97% e Grippotyphosa com 1,12%. Nossos resultados mostram a exposição dos bovinos ao agente, podendo levar a problemas de saúde pública, tendo em vista que a doença é uma zoonose. Pesquisas futuras podem utilizar nossos resultados para o planejamento de estudos epidemiológicos com o objetivo de descrever a situação da leptospirose em rebanhos bovinos no Rio Grande do Sul.

A leptospirose e as flaviviroses que acometem equinos são zoonoses de ocorrência mundial e de grande importância em saúde pública. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi disponibilizar levantamento epidemiológico através de exame sorológico para triagem de Leptospira spp. e flaviviroses na região de Pelotas/RS e arredores, como os municípios mais próximos. Para isso, foram coletadas amostras sanguínea de 275 equinos, sendo 119 animais de propriedade de carroceiros da cidade de Pelotas e 156 animais apreendidos soltos nas rodovias e soltos dentro da cidade de Pelotas e Capão do Leão. Para o diagnóstico sorológico de leptospirose, foi utilizado o Teste de Aglutinação Microscópica (MAT), no qual 100% das amostras testadas apresentaram titulação mínima de 1:100 a diversos sorovares, e 4,72% (13 animais) apresentaram sorologia superior a 1:800 em sorovares de importância clínica como L. interrogans Icterohaemorrhagiae, L. interrogans Canicola e L. interrogans Grippothyphosa. Frente ao teste de imunofluorescência indireta (IFI) foram identificados 1,8% de soropositivos (5 animais) para vírus do gênero Flavivirus. Pode-se observar no estudo a prevalência da Leptospira spp. em todos os animais avaliados e inferindo presença das flaviviroses na região. Com isso afirma-se a importância dos levantamentos epidemiológicos para prevenção e controle das zoonoses de importância em saúde pública.

Este estudo teve como objetivo determinar a soroprevalência de leptospirose em cavalos de corrida hospedados no Jockey Club de Pelotas (JCP) e avaliar os fatores de risco relacionados a essa doença. Foram incluídos 84 equinos da Raça Puro Sangue Inglês. Os animais foram submetidos à avaliação clínica geral e a colheita de sangue para obtenção de amostras de soro. Para detecção de anticorpos anti-leptospiras foi realizado o teste de soroaglutinação microscópica (MAT) para os seguintes sorovares de L. interrogans: Australis, Autumnalis, Batavie, Bratislava, Copenhageni, Grippothyphosa, Hardjoprajitno, Icterohaemorrhagiae, Pomona, Pyrogenes e Patoc, sendo considerado reagente quando a aglutinação foi ≥ 1:100. Posteriormente, um único entrevistador aplicou um questionário epidemiológico aos responsáveis pelos equinos para determinar a presença de fatores de risco para leptospirose no local. Dentre os 84 equinos, apenas nove (10,7%) apresentaram titulação para L. interrogans. As titulações variaram entre 1:100 e 1:400, sendo que três equinos apresentaram titulação para mais de um sorovar. Os sorovares identificados neste estudo foram Canicola (33,3%), Grippotyphose (33,3%), Icterohaemorrhagiae (22,2%), Australis (22,2%), Pyrogenes (11,1%), Bratislava (11,1%), Copenhageni (11,1%), Autumnalis (11,1%) e Hardjoprajitno (11,1%). Não houve associação entre os resultados do teste sorológico e os dados obtidos através do questionário epidemiológico (p > 0,05). Através deste estudo verificou-se que a soroprevalência para L. interrogans em equinos do JCP é baixa. Estudos epidemiológicos em outros hipódromos são necessários para determinar fatores de risco que estejam associados à infecção por L. interrogans em cavalos de corrida.

Leptospirosis is a globally occurring zoonosis. The disease is often asymptomatic in sheep, but it is a major cause of reproductive losses. In Rio Grande do Sul state, commercial sheep herds total over 2,600,000 animals. In this light, our study aims to identify seroprevalence of anti-Leptospira antibodies in sheep in a slaughterhouse with state inspection level. Blood samples were taken at the time of bleeding at the slaughter line. Eighty-one serum samples were submitted to the Microscopic Agglutination Test (MAT), using a panel of 12 serovars. A total of 23 (28.39%) were reagents for at least one serovar. According to the most prevalent serovars (Autumnalis, Hardjo and Bratislava), grazing alongside cattle and the presence of rodents on the farm, may be influencing the transmission of the agent to the sheep. Although the prevalence was similar to the national average (26%), it is lower than that most recently described for the region (34.26%), which may indicate advances in technification and the elaboration of prevention policies.