Resumo Este artigo discorre sobre a presença do desenho como ferramenta doutrinadora, de técnicas rígidas e temas angelicais, na formação educacional das meninas através do ensino do bordado no final do século XIX e início do XX. Assim, é analisado como bordar foi um saber transposto do espaço doméstico para a vivência escolar, consolidando a concepção deste trabalho manual como uma atividade exclusivamente feminina e destacando a integração entre o desenhar e o bordar ao longo de sua prática em sala de aula. A compreensão deste tema é costurada pela análise acerca do cenário político e social da época, através do desenvolvimento da educação formal e os ideais de feminilidade vigentes entre o Brasil colonial, imperial e republicano. A partir deste estudo, identificam-se aspectos que influenciam no século XXI a continuidade da criação de bordaduras no cenário brasileiro.
Neste artigo abordo a presença da técnica do bordado no trabalho dos artistas contemporâneos e sul-americanos Flávia Bomfim, Rodrigo Mogiz e Ana Teresa Barboza. A partir de suas respectivas produções, delineio os campos de conhecimento que permeiam a leitura do vocabulário visual de suas obras, com o objetivo de identificar elemen-tos de continuidade e ruptura dos conceitos histo-ricamente firmados sobre a prática do bordado.
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