Este artigo é construído no intuito de cumprir dois objetivos: o primeiro deles é discutir a natureza da filosofia da história de Duhem como empirista, anticonvencionalista e, principalmente, continuísta; o segundo é mostrar que uma das funções dessa filosofia da história é a de justificar princípios epistemológicos, como o princípio que afirma que a concepção da ciência é um tertius entre dogmatismo e ceticismo. Segue-se, desses dois objetivos, a naturalização da epistemologia em Duhem. Palavras-chave filosofia da história • princípio da continuidade • justificação.
Contratualismo, utilitarismo e o modelo do estado mercantilista vs patrimonialismo e patriarcalismo: sobre o desenvolvimento da Inglaterra e dosEstados Unidos e o atraso do Brasil no século XIX Revista de Desenvolvimento e Políticas Públicas
A tese é de que a concepção de Duhem da ciência antecipa, entre outros elementos, o modelo de escolha de teorias científicas associado com as concepções de Popper, Lakatos e Kuhn. No contexto do seu debate com Poincaré, Duhem propõe um modelo metodológico de escolha racional de teorias formado, também, de componentes extralógicos. O modelo substitui a metodologia bipartida, teoria e natureza, por uma tripartida, confrontação entre duas teorias e natureza. Tal metodologia verifica-se adequada para descrever o processo de escolha de teoria formado das etapas da refutação e rejeição. Ambas as propostas revelam seu enfoque histórico-crítico cuja tese é a interdependência entre história e teoria da ciência. A interdependência configura-se num laboratório para a elaboração, a avaliação e teste das propostas metafísicas e metodológicas para a construção de uma teoria da ciência.
O objetivo deste artigo é apresentar o contratualismo como método e como o resultado de uma sistematização de outros métodos de construção do conhecimento. Enquanto o contratualismo clássico tem como paradigmas os modelos, geométrico e mecânico, da Física de Galileu e de Descartes - em particular, o modelo de escolha racional com Descartes -, o contratualismo rawlsiano tem como paradigma alguns modelos da microeconomia - em particular, o modelo de equilíbrio geral. O método contratualista tem como projeto a transformação, no século XVII, da política e do Direito em uma disciplina científica, assumindo que, no século XVII: (i) o modelo do conhecimento é o modelo geométrico e o conhecimento é conhecimento certo; (ii) o modelo de indivíduo admite-o como racional e auto-interessado; (iii) há uma teoria racional da ação e decisão humana. Portanto, para viabilizar o projeto de transformar a política e o Direito em ciência, o contratualismo é aqui interpretado não substantivamente, mas instrumentalmente, como método para acessar os fundamentos do mundo político. O método contratualista persegue uma combinação do modelo científico do conhecimento das causas eficientes e de suas relações aos efeitos, com o modelo de conhecimento das causas finais como estudo dos fins ou das características funcionais das coisas. Para interpretarmos o contratualismo como método, admitimos o novo modelo da relação entre conhecimento e tecnologia elaborado pela ciência moderna, que sustenta que o conhecimento da natureza é um conhecimento de conquista e domínio capaz de produzir mecanismos tecnológicos de intervenção na natureza com o objetivo de, conhecendo e manipulando as causas, obter os efeitos desejados.
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