O presente artigo pretende abordar as aulas de História, desde uma pesquisa constituída no fazer docente em estágio de formação de professores. Partimos da análise de planejamentos e observações de aulas construídos por estudantes de História, nos últimos 4 semestres, nas disciplinas de estágio de docência no ensino fundamental, ensino médio e educação patrimonial. O objetivo consistiu em problematizar o currículo de História, na escola básica, através do que chamamos de práticas insurgentes. Tal concepção nos levou a pensar no conceito de resistência, tendo como interlocutores de escrita autores do campo da decolonialidade, da educação crítica e da filosofia da diferença. A partir daí construímos um conceito de resistência vinculado à ideia de criação. Concluímos, portanto, que, nos tempos atuais, a radicalidade da crítica curricular inclui a ideia, não de uma reatividade aos “tempos difíceis”, mas de uma resistência criativa, que faz transbordar o currículo desde um estudo do passado, problematizando o presente e criando abertura para novos futuros.
Os Mestrados Profissionais em Ensino de História têm se mostrado uma experiência singular no processo de formação de professores. Esses espaços de formação se constituem em lugares privilegiados para a pesquisa e sua íntima relação com a docência, uma vez que os professores têm a oportunidade de inserir-se num campo investigativo em ensino de História e, ao mesmo tempo, tornar a sua sala de aula um locus de estudo. Este artigo quer problematizar o binômio professor-pesquisador e a sua contribuição para repensar a sala de aula de História, tendo como eixo a consideração do seu espaço de trabalho como objeto de investigação, sobretudo a partir do questionamento das temporalidades e da forma como as noções temporais clássicas têm construído um modo determinado de exercer a docência e ensinar a História. Nossa leitura parte da quebra da hierarquia entre ensino e pesquisa pelo reconhecimento do professor como intelectual transformador, enfatizando que a compreensão dos acontecimentos da sala de aula e seu estudo precisam considerar o contexto da cultura escolar e aprofundar a construção de problemáticas de pesquisa nascentes e destinadas à prática.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre/RS -Brasil RESUMO -Dois Monólogos Não Fazem um Diálogo: jovens e ensino mé-dio. Pautado em alguns estudos de pesquisadores que têm produzido conhecimento sobre as conexões entre culturas juvenis e escola, o texto aponta diferentes contornos que ampliam a visão tradicional da juventude como tempo de problemas e dos jovens como indivíduos na contramão do sistema escolar. Ao mesmo tempo, o texto propõe questões que ampliam o debate em torno do ensino médio para pensar temas relacionados às juventudes, compreendendo que os jovens possuem saberes gestados em diferentes espaços educativos, sujeitos a múltiplas pedagogias culturais, o que implica atenção em pensar conteúdos e métodos de ensino. As ideias aqui reunidas pretendem instigar discussões entre jovens e educadores, buscando ressignificar os sentidos atribuídos ao Ensino Médio. Palavras-chave: Jovens. Ensino Médio. Participação. Desigualdades.ABSTRACT -Two Monologues Do Not Make a Dialogue: youth and secondary education. Based on some studies about the connections between youth culture and school, the text questions the traditional view of youth as troubled times and young people as individuals against the school system. At the same time, the text poses questions that broaden the debate concerning the secondary education to consider issues related to youth cultures. The young people possess knowledge generated in different educational scopes, subject to multiple cultural pedagogies, which demands attention to thinking about contents and teaching methods. The ideas here gathered are intended to instigate debates among young people and educators, seeking to reframe the meanings assigned to the Secondary Education.
RESUMO O artigo analisa escritos em disciplinas de introdução à prática e estágio em um curso de licenciatura em história, em uma problematização do tempo e da temporalidade. Parte da premissa de que as questões urgentes do presente são condutoras da aprendizagem em história. Tal estratégia, decorrente da produção de planejamentos e de diários dos licenciandos, sustenta-se no tempo futuro como abertura ética da aula de história em sua relação com o mundo. Nesse sentido, foi fundamental o pensamento de Pagès como possibilidade para o planejamento de aulas de história, pautadas nas urgências do presente e de um passado que não passa e que, por isso mesmo, insiste e subsiste na forma de um acontecimento que distribui seus efeitos em um tempo não cronológico e não estabilizado.
O propósito deste artigo é apresentar algumas reflexões produzidas no âmbito do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), subprojeto de História, promovido na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O programa em questão visa a construção de uma parceria entre Universidade e Escola, capaz de apostar em novas posturas pedagógicas que podem se desenvolver no interior da escola e que repercutem na formação inicial dos licenciandos. Privilegiamos uma categoria conceitual: perceber o PIBID como uma experiência de residência docente, a partir das articulações ou parcerias, operando com a ideia de que o sucesso da estratégia de ação do PIBID reside, em grande parte, no fato de aproximar a formação inicial e a formação continuada, colocando a possibilidade de sua formação como um todo acontecer em tempos e espaços simultâneos. Ao perceber a escola como espaço privilegiado para esse encontro, pensamos redefinir os limites do que consiste a formação inicial e a continuada. Desse modo, a escola se revela também como espaço de formação de novos atores para a cena da sala de aula.
ResumoEste artigo retrata parte das reflexões empreendidas na pesquisa de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRGS. Examina os consensos que os estudos, a partir da década de 1990, produziram sobre os jovens, evidenciando a diversidade e as desigualdades que envolvem os jovens de nosso tempo. Do ponto de vista teórico, as análises tiveram sustentação nos estudos de Melucci, Sposito, Pais, Serna, Reguillo, Abad, Feixa entre outros. Percebe-se que após as atenções terem se dirigido às crianças e aos adolescentes nos anos 80 com a elaboração e a aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente, na década seguinte é a categoria juventude que ganha visibilidade. Diversos fatores pesam nesse sentido, como o grande contingente populacional jovem, o índice de desemprego e desocupação juvenil, a disseminação da AIDS entre os jovens e os indicadores sociais que colocam a juventude como "problema social". Nesse contexto, alguns consensos começam a se firmar: o entendimento dos jovens como sujeitos de direitos, a diversidade da realidade juvenil, a juventude como uma condição singular e a necessidade de respostas diferentes para situações diversas. Permanecem, entretanto, os desafios colocados pelos dados que indicam a situação dos jovens brasileiros. Palavras-chave:Jovens; Juventudes; Desigualdades; Educação. Youngsters and youths: consensus and dissensus AbstractThis paper depicts part of the reflections developed in the doctoral research within the Postgraduate Program in Education at UFRGS. It examines the consensus that the studies, since the '90s, produced about the young, putting in evidence the diversity and uniqueness related to the youth of our time. From a theoretical point of view, the analyses were based on the studies realized by Melucci, Sposito, Pais, Serna, Reguillo, Abad, Feixa, among others. It is clear that after attention had been directed at children and teenagers in the 80's with the elaboration and adoption of the Estatuto da Criança e do Adolescenete [Children and Young Persons Statute], in the next decade, the youth gained visibility. There were several contributing factors such as the large contingent of young people, the unemployment rate and the lack of activities for young people, the spread of AIDS among the young population and the social indicators that * Professora Doutora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil.
O propósito deste artigo é apresentar reflexões sobre o trabalho com temas sensíveis no contexto do ensino (disciplina de Estágio de docência em História) e da pesquisa (dissertação de Mestrado Profissional em Ensino de História). Apresentamos a escrita na forma de um diálogo a muitas mãos que busca compreender os sentidos atribuídos pelos atores-em-relação ao processo vivido em aulas de História. Esta forma de escrita se sustenta também na concepção de que a abordagem de temas sensíveis reivindica um registro o mais plural possível, possibilitando que diferentes vozes se apresentem no diálogo: a professora, o professor, os alunos, as alunas, os acadêmicos e as acadêmicas, os autores e as autoras escolhidos.
O artigo propõe reflexões sobre o Ensino de História na interseção com a Teoria e Metodologia da História, pensada como parte indissociável do planejamento de aulas de história na educação básica. Analisa-se uma proposta de aula desenvolvida no âmbito do Pibid, envolvendo temas da história da África e o recurso de histórias em quadrinhos. A hipótese é a de que problemas metodológicos, como a crítica documental, e teóricos, como configuração/refiguração de sentido e “função autor”, estão associados à didática desenvolvida pelos pibidianos, mesmo que tenham permanecido implícitos em seus planejamentos e relatos de experiência prática. Complementam a análise considerações em torno da dimensão política da história, cujo papel social inclui a criação de condições para a distribuição mais igualitária dos bens culturais e a garantia do acesso e construção de conhecimentos em aula.Palavras‑chave: Ensino de História; Pibid; Teoria e Metodologia da História.
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