A relação entre a arqueologia e as disciplinas que tratam com a informação, científica ou não, não é recente; em sua origem, a arqueologia vincula-se aos gabinetes de antiguidades onde o exótico, valioso e extraordinário tomava a atenção dos interessados, como apontado por Trigger (2004). Com a evolução das teorias e métodos da arqueologia, a faceta do arqueólogo aventureiro é desgastada pelo acúmulo de conhecimento produzido e uma nova relação se dá com a instituição que surge dos gabinetes de curiosidades, que são os museus, onde este pesquisador encontra um local propício para abrigar suas pesquisas, quando a arqueologia passa a integrar os espaços da academia (TRIGGER, 2004).Com o passar do tempo, essa relação vem se tornando cada vez mais estreita, podendo ser observada nos contornos de estudos produzidos, como o de Dunnell (2005), abordando a teoria da classificação, considerando ainda o trabalho de Gardin (1985) sobre um sistema de informação para tipologia cerâmica e de Rodrigues (1990), com considerações sobre o fluxo de informação dentro da metodologia arqueológica.Para o Brasil, temos Prous; Ribeiro (1986), sobre uma bibliografia comentada da arqueologia brasileira; Mendonça de Souza (1986), com uma análise bibliométrica da produção acadêmica da área e uma reflexão dos museus arqueológicos como banco de dados. Mais recentemente, Pacheco (1995), que procura dentro da teoria arqueológica definir informação como artefato e Azevedo Netto (1997Netto ( /2000, que discute a natureza da informação da arte rupestre e uma análise de conceitos dentro da arqueologia, entre outros.A arqueologia pode ser considerada como a disciplina que tem como objeto de estudo os artefatos produzidos e utilizados pelo homem no passado, como proposto por Dunnell (2005). Esses artefatos são considerados fonte de informação do comportamento de grupos que os utilizaram pela recuperação desses dados, descrever e entender os comportamentos humanos no passado, já que cada atributo observado nos artefatos equivale a uma expressão fóssil de uma ação ou conjunto de ações, que Preservação do patrimônio arqueológico -reflexões através do registro e transferência da informação Carlos Xavier de Azevedo NettoArqueólogo, doutor em ciência da informação, bolsista de produtividade do CNPq -Laboratório de Arqueologia Brasileira/ Núcleo de Documentação e Informação Histórica Regional da Universidade Federal da Paraíba. E-mail: xaviernetto@gmail.com ResumoO presente trabalho pretende discutir a relação entre informação e arqueologia dentro da esfera do registro e recuperação da informação, em especial relacionada às ações de preservação deste patrimônio em particular. Considerando que a ação de preservação, para sua efetividade, além da instância legal, deve partir da publicização das informações produzidas no meio acadêmico junto às comunidades de entorno deste patrimônio, aproximando estes registros da cotidianidade dos grupos que os cercam, como pode ser visto no Piauí, em função do Parque da Serra da Capivara. Para tanto, deve-se considerar as ...
O presente trabalho parte da consideração de que qualquer prática informacional possui uma estruturação que viabiliza a transferência da informação e a sua efetivação enquanto conhecimento. E essa efetivação realiza-se a partir da estruturação e uso de conceitos. Considerando-se que essa estruturação se dá no nível discursivo de cada comunidade informacional, utiliza-se a noção de discurso fundada em Foucault (1996). Para discutir a troca de informação, utilizou-se dos aportes teóricos de Dalhberg (1978a,1978b); para a teoria do conceito, de Cassirer (1977); Foucault (1992) e Gardin (1992), na discussão da representação. Assim, a conceituação e compartilhamento das representações sociais fazem com que seja necessário o entendimento do papel dos conceitos dentro da formação simbólica e discursiva, em um processo de transferência da informação em uma determinada comunidade. Para tanto, discute-se a formação e prática do discurso, sob o ponto de vista da teoria semiótica de Peirce (1977) e se propõe a análise da entidade conceito como estrutura semiótica.
Este artigo apresenta algumas considerações sobre a relação entre o patrimônio arqueológico e a sua preservação diante dos estudos ambientais dos grandes projetos. Para tanto, serão observados a regulamentação dos estudos sobre o patrimônio arqueológico, a dimensão que assume diante das agências regulatórias e o papel dos instrumentos legais que instituíram a inclusão das ações preservacionistas. Por meio das ações de educação patrimonial, reconhece-se o vínculo entre o patrimônio arqueológico e a sociedade, por meio de mecanismos de memória e do eferenciamento de identidade, papel social da Arqueologia.
O presente trabalho discute a relação entre informação e memória dentro da esfera do ciberespaço, considerando-se que este se mostra um ambiente multimodal, caracterizado por atualização frequente de informações. Esta pesquisa busca identificar, através de autores da área de Ciência da Informação, possíveis barreiras que vêm suplantando a memória no ambiente virtual. Para alcançar tal objetivo, fez-se uso de uma revisão bibliográfica no campo empírico, nas fontes dos trabalhos apresentados nos encontros da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciência da Informação, nos anos de 2010 e 2011, especificamente no Grupo de Trabalho 10 - Informação e Memória. Foram analisados setenta trabalhos, dos quais somente treze trataram das temáticas informação, memória e ciberespaço. Por meio dessas análises, constataram-se algumas inquietações por parte dos autores, as quais podem representar possíveis problemas para a suplantação da memória existente no ciberespaço: a tensão existente entre lembrança e esquecimento e a veracidade das informações dis-seminadas.
Apresenta uma reflexão sobre os instrumentos jurídicos de amparo ao patrimônio cultural brasileiro. Desenvolve considerações sobre os diversos conceitos de informação e busca elaborar uma definição jurídica de informação patrimonial, e, a partir de então, realizar uma discussão buscando analisar aspectos que definem o patrimônio cultural imaterial. Do ponto de vista metodológico adotar-se-á a técnica de análise de conteúdo na perspectiva de Bardin. Expõe comentários sobre possíveis barreiras ou viabilidade de uma ampliação do referido conceito.
A região do Cariri Ocidental Paraibano está dentro do semiárido nordestino, sendo que uma das regiões com menor fluxo hídrico do Nordeste. Com muitas referências de ocorrências arqueológica, com principal destaque para os sítios de arte rupestre, a região tem suas pesquisas sistemáticas iniciadas pelo trabalho pioneiro de Ruth Trindade de Almeida na década de 1970. O trabalho, realizado com parcos recursos, possibilitou o conhecimento de uma configuração de unidades classificatórias bem específica que os grafismos rupestres assumiam no espaço, incialmente chamado de estilo e posteriormente de subtradição dos Cariris Velhos. Esse registro arqueológico produziu o que se pode chamar de memória cultural dos povos pré-coloniais que ocuparam a região, já que o registro em si indicaria uma séria de atos rituais na sua elaboração. Esse é o legado deixado pela obra de Ruth Trindade de Almeida na Arqueologia Paraibana.
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