Resumo: Trata-se de mostrar a originalidade crítica de Siegfried Kracauer diante da experiência da modernidade estética e de discutir as afinidades estético-teóricas de Kracauer e Benjamim ao analisar a Paris da segunda metade do século XIX, o Segundo Império, em particular, como fenômeno originário da sociedade de massas, da indústria cultural e do entretenimento e, sobretudo, do nazi-fascismo. Kracauer durante seu exílio parisiense (1933-41) escreveu uma "biografia da sociedade": Jacques Offenbach e a Paris de sua época (Jacques Offenbach und das Paris seiner Zeit). Obra inovadora pelo seu enfoque da história do presente e com pontos de contatos com a Obra das Passagens (Passagen-Werk) ou Paris capital do século XIX de Walter Benjamin. Palavras-chave:Exílio, exterritorialidade, indústria do entretenimento, Offenbach, passagens de Paris, crítica do historicismo.Na geração de intelectuais à qual pertencem Kracauer e Benjamin há inúmeras afinidades decorrentes de uma experiência comum histórica e intelectual. Se pensarmos particularmente em Benjamin e Kracauer, deparamo-nos com uma infinidade de pontos de contato. Destaco aqui apenas dois aspectos de modo que possa configurar uma constelação de problemas elucidativos da trajetória de ambos intelectuais: um de caráter biográfico-existencial -a marcante experiência do exílio -e outro de caráter intelectual, relacionado à concepção da história, ou melhor, de que modo tomam a história da França, particularmente da cidade de Paris, durante o Segundo Império, como forma originária da modernidade -e o governo de Napoleão III, como a primeira ditadura moderna (Kracauer, 2005, p.12). Aspecto decisivo da análise original que ambos desenvolveram sobre as origens da modernidade, algo obliterado pela literatura secundária sobre ambos autores, isto é, como interpretam a dinâmica cultural da luta de classes do período.
As transformações do campo religioso brasileiro incidem sobre os demais campos da vida social. Além da esfera pública que passa a experimentar manifestações e contatos mais plurais, os espaços privados e os núcleos familiares também sentem os impactos deste movimento. Desta forma, não apenas o campo religioso muda, mas as próprias práticas religiosas e as relações entre indivíduos de diferentes pertencimentos religiosos são alteradas. Partindo destas considerações, apresento neste artigo algumas reflexões originadas da pesquisa realizada na cidade de Borá, interior do Estado de São Paulo, Brasil. Conhecida como a menor cidade brasileira em termos populacionais, Borá apresenta características singulares em sua formação. As relações entre os boraenses ou são parentais ou bastante próximas, as famílias que primeiro chegaram à região constituíram uma estrutura comunitária com características católicas presentes até hoje. Com as recentes transformações que atingem o campo social e econômico, somando ao crescimento das igrejas protestantes no município, Borá fornece um retrato contemporâneo das mudanças internas do campo religioso brasileiro, e de como as noções de família e de comunidade estão presentes como mediadoras neste novo contexto.
O artigo pretende mostrar a articulação apresentada por Hegel (1770-1831) entre as noções de práxis material e trabalho na sua obra Fenomenologia do espírito e as noções de ideia prática e a ideia de Bem na sua obra Ciência da lógica. Inicialmente, será traçado um percurso histórico que a ideia de práxis cumpriu desde os pensadores da Antiguidade grega, passando pela Idade Média, quando no Renascimento, relativizam o privilégio da reflexão e da contemplação sobre a práxis material produtiva. Finalmente, chegaremos ao pensamento de Hegel que dará dignidade plena à práxis material, igualando-a as atividades do espírito.
O livro pretende articular um diálogo entre historiadores, filósofos, teóricos da literatura e especialistas de cinema sobre teoria e escrita da história, tendo como ponto de partida o último trabalho de Kracauer-History. The Last Things Before the Last. Kracauer foi um intelectual incomum, sociólogo, romancista, crítico de cinema e das medias, etnólogo das metrópoles, deixando uma vasta obra multiforme-uma figura de proa da intelectualidade de esquerda da chamada República de Weimar. Era amigo de Theodor Adorno, Walter Benjamin, Ernst Bloch, entre outros, e como todos eles foi também obrigado a se exilar com a ascensão de Hitler ao poder no início de 1933-aquele que descreve o "asilo dos sem-teto", os cine-teatros em "O culto da distração" e os bulevares como "pátria dos sem pátria", no livro sobre Offenbach, torna-se ele próprio um exterritorial, um "apátrida transcendental" (Lukács) ou conforme a figura alegórica que, antes de desaparecer, peregrina pelas épocas: Ahasver, o judeu errante, que Kracauer evoca no cap. 6 de History. O historiador que, partindo do presente, se imiscui no passado e estranha (verfremmt)) ambos. Uma das máximas de History: "a história das idéias é a história de mal-entendidos" (History.
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