Resumo: O objetivo deste artigo foi analisar duas canções presentes no III Festival da Música Popular Brasileira, de 1967, "Domingo no parque" e "Alegria, alegria", com base no prisma da violência e sobre o pano de fundo da história. Atento ao modelo analítico de Luiz Tatit e às leituras de Roberto Schwarz sobre tropicalismo, o trabalho resultou numa leitura mais desconfiada da presença de uma estética tropicalista na canção de Gilberto Gil e a postulação de certa violência impregnada na forma cancional de Caetano Veloso. Palavras-chave: tropicalismo; violência; nacional-popular; mercado.1 Este artigo afina argumentos e desenvolve hipóteses e leituras presentes em "Entre a ruína e o riso: as representações da violência na estética tropicalista", a ser publicado na revista Herramienta, de Buenos Aires, em 2015. Ficam meus agradecimentos ao grupo de pesquisa "De como a canção popular urbana entrou em casa de família ", cujas reuniões semanais foram imprescindíveis a este trabalho.
Submetido em 15 de abril de 2019. Aceito para publicação em 30 de setembro de 2019. Cadernos do IL, Porto Alegre, n.º 58, outubro. p. 94-108. POLÍTICA DE DIREITO AUTORAL Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos: POLÍTICA DE ACESSO LIVRE Esta revista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona sua democratização. RESUMO: Nos primeiros três romances de Graciliano Ramos, encontramos narradores em primeira pessoa com uma importante relação com as letras e a erudição. Nenhum deles, no entanto, poderia ser caracterizado como escritor heroico, inconformado com o mundo, como vários narradores dos romances 1930. Ao invés disso, eles fazem uso do conhecimento como forma de manutenção de poder, seja por uma falsa distinção literária, como o narrador de Caetés, pela imposição violenta, como Paulo Honório em São Bernardo, ou pelo relato de vingança, com a voz de Luís da Silva em Angústia.ABSTRACT: In the first three novels of Graciliano Ramos, we see first person narrators who have a significant relation to literacy and lore. Nonetheless, none of them could be seen as heroic writers, discontented with reality, in oposition to the many writers from the novels of 1930. Instead, they use their knowledge as a form of maintaining their power, either as a masked literary distinction, such as presented in Caetés by its narrator, as a truculent coercion, by Paulo Honorio in São Bernardo, or by a narrative of vengeance, found in Angústia through Luís da Silva's voice.
Este artigo busca compreender Zé-do-Burro, protagonista de "O pagador de promessas", peça de Dias Gomes, como representativa da categoria que se optou por denominar “antimalandro”. Com base no célebre artigo de Antônio Cândido, “A dialética da malandragem”, analisaram-se os eixos da “ordem” e da “desordem”, representados na peça, a fim de argumentar pelo predomínio do signo da intransigência na construção desta personagem.
Este artigo sugere a hipótese de lermos Memórias de um sargento de milícias como um romance de formação para o homem livre remediado carioca de meados do século XIX. Para isso, contudo, recupera o ensaio de referência de Antonio Candido, “Dialética da malandragem”, para argumentar que o crítico sobrepõe um malandro posterior, construído na cultura brasileira a partir dos anos 1920/1930, ao capadócio, também presente no romance, mas não como personagem principal. Se prospera a leitura de um romance de aprendizagem, o que estaria aprendendo o leitor “brasileiro” de então? Como se distanciam a formação do indivíduo burguês representada em narrativas do centro do capitalismo, mormente Inglaterra e França, e a formação do homem livre representada na periferia do capitalismo?
O presente ensaio procura discriminar as relações estabelecidas entre o tropicalismo e o período em que surgiu o movimento, ao precisar o lugar dessa estética no quadro cancional brasileiro de então, mobilizar interpretações pertinentes ao processo social brasileiro daqueles anos e à composição de uma lírica moderna afim e analisar algumas passagens das canções mais célebres do movimento. Por ser uma estética de importância decisiva na passagem dos anos 60 aos anos 70, seu entendimento acaba por contribuir na interpretação de livros, filmes e outros objetos estéticos do período.
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