Neste trabalho, discutem-se usos de construções condicionais e completivas insubordinadas no português do Brasil, a partir das reflexões teóricas desenvolvidas particularmente por Evans (2007), Mithun (2008), Gras (2011), D’Hertefelt (2015), Sansiñena (2015) e Hirata-Vale (2015, 2017). Insubordinação é conhecido como o processo pelo qual construções que apresentam uma marca qualquer de subordinação passam a ser usadas independentemente, sem que estejam conectadas a uma oração principal. Embora possam parecer construções idiossincráticas, usadas apenas esporadicamente pelos falantes, as pesquisas acerca dessas construções constatam que elas são bastante frequentes e realizam estratégias discursivo-pragmáticas específicas. Desse modo, o objetivo deste trabalho é descrever essas construções no português do Brasil, apresentando suas características discursivas e funcionais.
Considerando que na categoria condicional encontra-se uma variedade de estruturas que podem expressar diferentes nuances de condicionalidade, busca-se compreender como traços da estrutura formal e aspectos semântico-pragmáticos da construção [caso + oração finita] se relacionam para compor o significado condicional. Sob a perspectiva dos modelos baseados no uso, nossos pressupostos teóricos baseiam-se, especialmente, em Dancygier (1998) e Dancygier e Sweetser (2005). Os dados correspondem ao português brasileiro contemporâneo (séculos XX e XXI), extraídos do Corpus do Português.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.