RESUMO O objetivo deste artigo é traçar algumas linhas fundamentais acerca da relação ontológica que se estabelece entre as categorias trabalho e educação. A partir das formulações teóricas de Marx, Lukács e Mészáros, estabelecem-se algumas bases filosóficas para a explicação do trabalho, compreendido como elemento fundante, como categoria que torna possível o surgimento do ser social, tanto quanto processo que possibilita a complexificação deste novo tipo de ser. A partir destas indicações fundamentais, chega-se à explicação de que o processo formativo, educativo (entendido em seu sentido mais amplo, como humanização) da humanidade constitui-se do acúmulo sócio-histórico dos processos de trabalho historicamente relacionados e articulados. Entretanto, historicamente, ou seja, a partir do ser já tornado social, humano, já não mais é possível falar em processo de trabalho sem uma menção direta aos próprios processos educacionais. Palavras-Chave: Trabalho. Educação. Ontologia. Emancipação. 1 Este artigo é parte (com algumas pequenas modificações) da minha dissertação de mestrado, intitulada Trabalho, Alienação e Emancipação: a educação em Mészáros, FE/Unicamp, 2010, sob a orientação do Prof. Dr. Renê Trentin, com bolsa FAPESP. A referida dissertação será integralmente publicada pela Editora Autores Associados, sob o título A educação em Mészáros: trabalho, alienação e emancipação, em 2012.
In this interview, Ricardo Antunes discusses his life and studies trajectory and recalls moments of his intellectual buildup, returns to the historical contexts in which he elaborated his main works and links the central concepts of these works and pressing matters of today. In the dialogue with his interviewers, Antunes addresses issues related to trade unionism and the Brazilian labor movement, labor and social classes in global capitalism, the socio-sexual division of labor and contemporary forms of the law of value. Ricardo Antunes is Professor of Sociology at the Institute of Philosophy and Human Sciences of the University of Campinas.
Resumo: Nesta entrevista, Ricardo Antunes discorre sobre sua trajetória de vida e estudos e recorda momentos de sua formação intelectual, retoma os contextos históricos de elaboração de suas principais obras e realiza mediações entre conceitos centrais destas obras e temas candentes da atualidade. No diálogo com seus entrevistadores, Antunes aborda questões relacionadas ao sindicalismo e ao movimento operário brasileiro, ao trabalho e as classes sociais no capitalismo global, a divisão sociossexual do trabalho e as formas contemporâneas de vigência da lei do valor. Ricardo Antunes é Professor Titular de Sociologia no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade de Campinas.
O modo como Marx tratou a educação tem sido objeto de instigantes estudos, no interior das mais variadas vertentes teóricas marxistas e em diferentes campos do conhecimento. Com efeito, o autor não se ocupou, ao longo de sua produção, de uma formulação exclusivamente educacional, nem mesmo pedagógica, muito embora a educação ocupe lugar de destacada importância no conjunto de sua obra. O presente texto busca analisar o sentido amplo da concepção de educação desenvolvida por Karl Marx. No interior da obra marxiana, pretende-se indicar as profundas e intricadas relações que se estabelecem entre educação e trabalho, tanto do ponto de vista das relações estruturais que unem estas duas categorias, quanto do ponto de vista das formas como o trabalho se organiza e realiza historicamente e suas interferências no processo de humanização dos seres humanos.
O presente artigo adentra a densa obra do filósofo húngaro István Mészáros, tratando algumas das principais categorias de seu sistema filosófico e situando a educação no interior deste sistema. Em meio a sua vasta obra, a educação ocupa lugar de destaque, em virtude de seu papel central tanto no processo de manutenção do sistema sociometabólico do capital, como no processo de sua possível – e necessária – superação. Se as determinações gerais da reprodução da vida afetam profundamente cada esfera da existência humana, uma transformação social radical só pode de fato acontecer com uma efetiva contribuição da educação, entendida em seu sentido mais amplo, pois uma contestação à educação, por afetar diretamente os próprios processos de internalização ideológica, representa uma profunda contestação à estrutura social vigente.
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