A aventura crítica da semiótica percorre as principais teses sobre a semiótica e a comunicação conforme trabalhadas na primeira etapa da pesquisa Semiótica Crítica, denominada Por uma teoria das materialidades na comunicação. Nela, o Grupo de Pesquisa Semiótica e Culturas da Comunicação procurou discutir as potencialidades e limites de uma perspectiva comunicacional não somente fundamentada nos trabalhos fundadores da semiótica (Saussure, Peirce) e desenvolvida em seus modelos estruturalistas (como em Jakobson, Barthes, Hjelmslev e Lotman), mas também revisitada pelos textos que operaram uma desconstrução do estruturalismo pelo interior dos postulados deste próprio estruturalismo (Derrida, Kristeva, Deleuze, Guattari). O artigo apresenta esta proposta pelos modos como a pesquisa trabalhou com dez desconstruções ligadas a conceitos e problemas teóricos centrais ao debate das materialidades da comunicação: semiótica, comunicação, materialidades, presença, fenômeno, representâmen, meios, signo e significante, estrutura e sistema, sugerindo uma passagem das materialidades à imanência de uma comunicação micropolítica e pós-humana.
Nesta entrevista, a pesquisadora e professora Manuela Penafria (Universidade da Beira Interior, Portugal) expõe o cenário atual da abordagem Teoria dos Cineastas, destacando a pertinência de renovar a teoria do cinema a partir do pensamento expresso nas imagens, nos sons e nas palavras de cineastas. Penafria discute uma série de temas relevantes à pesquisa e à teorização em cinema, tais como: as fontes de pesquisa; a diferença entre a palavra e a imagem na Teoria dos Cineastas; a relação da Teoria dos Cineastas com a pesquisa de Jacques Aumont sobre as teorias dos cineastas; o conceito de espectador que circula entre cineastas; e a suspeição que pode surgir no meio acadêmico com relação à Teoria dos Cineastas.
Entretien avec Antonio Somaini à propos des films, des écrits et des dessins de Sergei Eisenstein. Somaini est actuellement un des plus grands spécialistes de l’œuvre d’Eisenstein. À l’entretien, nous parlons de nombreux sujets : les défis de traduire les ouvrages d’Eisenstein, les phases de sa carrière, le développement de sa pensée, la relation de ses films avec ses écrits, sa pratique du dessin et sa passion pour les dessins de Walt Disney. C’est un long entretien dans laquelle nous parlons aussi des principaux concepts d’Eisenstein, tels que l’extase, le pathos, l’organicité, l’attraction, la régression et la plasmaticité. Somaini nous parle également de la spécificité de son travail et de l’urgence de reprendre Eisenstein. D’un côté, il faut le faire sortir de l’histoire du cinéma exclusivement et l’inclure dans le réseau le plus vaste des arts et de la pensée des années 1920, 1930 et 1940. De l’autre côté, il faut penser son projet comme essentiellement contemporain. Comme Somaini l’a dit, ce que nous pensons beaucoup aujourd’hui, le dispositif cinématographique, le rapport entre le cinéma et l’histoire de l’art, l'influence des images sur l’ensemble de l’expérience humaine, cela a toujours été le problème d’Eisenstein.
When formulating the concept of the impulse-image, Deleuze never tires of asserting that these images are saturated with death and obsessed by degradation. They stand at a curious intersection in the taxonomy of images, a constitutively in-between space: they are formally inserted between affection-image and action-image in The Movement-Image, but produce a direct passage to the time-image. However, they do not reach the time-image due to obsession by the negative effects of time. This article introduces the concept of the impulse-image in Deleuze's work on the impulse and death instinct, in his fundamental texts of the 1960s and 1970s, including his collaboration with Félix Guattari. The death instinct in the late 1960s was a transcendental principle that acquired the form of the groundless or crack-up essential for the production of difference. It is at this time that Deleuze publishes Zola and the Crack-up, an embryonic essay for what would later become the impulse-image. In the 1970s, Deleuze, along with Guattari, fought the need to include a groundless force in the mould of the death instinct. Speaking of cinema in the 1980s, which is when he returns to the impulse theme, one finds characteristics of both preceding periods, especially the structure conceived in the 1960s (the incidence of the groundless as a transcendental force of disarticulation), associated with the criticism of the 1970s (a need to overcome the song of death to reach time and desire). However, Deleuze now stands apart, recognising a naturalistic image and admiring a practice of symptomatology, but pointing out that his own understanding of the world does not lie in it. With the impulse-images, Deleuze also plays a relevant role in studies of film naturalism, shaping a powerful concept for studies of contemporary naturalistic symptomatologies that emerge in situations of misery of civilisation.
A imagem e seus "diálogos": linguagens, deslizamentos, insurgências The image and its "dialogues": languages, instabilities, insurgencies La imagen y sus "diálogos": linguajes, deslizamientos, insurgênciasBruno LEITES 1 Denise TAVARES 2 Osmar GONÇALVES 3 De saída, uma questão se impôs: que possibilidades emergem quando nos instalamos na fronteira, quando escolhemos a dobra ou o limiar como morada? Desde os anos 1980, pelo menos, é sabido que vivemos sob a égide da mestiçagem, sob o signo do hibridismo e do contrabando. Raymond Bellour (1990) o definiu muito bem com sua poética das passagens e, mais recentemente, Jacques Rancière (2012) tem falado em uma estética da indistinção, no "caos das materialidades" -um regime sensível no qual a mistura e o entrelaçamento entre as artes atingiu tal estado que se tornou praticamente irreversível. E hoje, em um momento marcado como nunca antes pela dissolução das fronteiras, por intensos deslocamentos e migrações entre os campos do cinema e do audiovisual, da fotografia e das artes plásticas, a imagem se vê no centro de inúmeros processos de desestabilização, que trazem implicações múltiplas, a um só tempo,
O artigo pretende discutir a crueldade de Antonin Artaud a partir de um viés comunicacional, recuperando suas problemáticas sobre o signo, a linguagem e o corpo para encontrar meios de analisar o filme {TRANSMISSÃO} (2020), de Luiz Päetow. Percorremos o teatro da crueldade enquanto uma proposta a ser expandida e cuja força encontra atualizações e expansões em distintas mídias e na contemporaneidade. Ao configurarmos uma crueldade semiótica artaudiana, observamos no filme a produção de corpos que não visam representar e significar, mas que irrompem sensações por sua materialidade crua. Na primeira cena, analisamos uma relação estritamente violenta a partir da câmera que invade a boca do ator mostrando um avesso do órgão. Já na segunda cena, vemos como a linguagem é operada pela dissociação entre a materialidade da fala e o significado das palavras.
O naturalismo literário é uma estética frequentemente repelida quando se trata de pesquisar naturalismo e realismo no cinema. Neste trabalho, faço uma abordagem alternativa, recuperando as suas principais características para compreender uma onda de filmes brasileiros dos anos 2000. Ao longo da década, uma série de filmes atualizou essas características, dentre as quais destaco o objetivo de fazer estudos de realidades periféricas esgotadas pela crise de modelos de civilização; a procura por doenças profundamente impregnadas nessas regiões; a recorrência do elemento trágico, da entropia e/ou da pulsão de morte; uma estética de excessos, com crueldade, sensação e sensacionalismo. Essas características reúnem-se em filmes naturalistas, mas se dispersam ao longo da década, mostrando que as premissas naturalistas deixaram de ser atrativas como projeto estético e político com o passar dos anos. Finalmente, reitero a pertinência e a necessidade de colocar o problema da imagem e do naturalismo para além da submissão extrema e caricata ao paradigma da transparência.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.