Introdução: Durante muito tempo, a mecanização da indústria farmacêutica descaracterizou o papel do farmacêutico como o profissional de referência para a sociedade em questões direcionadas ao medicamento. Com a insatisfação da sua forma de atuação, o farmacêutico passou a se preocupar com a qualidade e segurança dos medicamentos produzidos, fazendo com que o farmacêutico hospitalar fosse primordial na prestação de informações características que os fármacos poderiam ter diante o perfil clínico do paciente, trazendo a estes a segurança e efetividade da farmacoterapia, mediante a identificação, resolução e prevenção dos problemas relacionados com a medicação. Objetivos: Identificar e descrever os desafios e contribuições da atuação clínica do profissional farmacêutico na equipe multidisciplinar no âmbito hospitalar de um município de médio porte do Sudoeste Baiano. Métodos: O estudo foi realizado na perspectiva descritiva com delineamento transversal, obtendo referenciais pontuados no princípio da pesquisa qualitativa. Foram abordados profissionais farmacêuticos atuantes da área hospitalar da cidade de Vitória da Conquista – Bahia, através de entrevistas semiestruturadas em um sistema online e da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Quatro hospitais eram privados, um Municipal e um Estadual. Resultados: Foram entrevistados 12 farmacêuticos, sendo 6 do sexo feminino e 6 do masculino. Dentre as dificuldades para implantação e desenvolvimento da farmácia clínica hospitalar, os principais motivos foram a falta de recursos humanos (28%), formação acadêmica insuficiente (22%), falta de integração da equipe clínica (17%) e sobrecarga de funções administrativas destes profissionais (33%). Ainda de acordo com a pesquisa, a contribuição do farmacêutico clínico no âmbito hospitalar reduz os custos do hospital (31%), apresenta uma melhor efetividade no acompanhamento farmacoterapêutico (37%), tem um melhor desempenho no trabalho da equipe multidisciplinar (16%), e um aumento na garantia da segurança do paciente (16%). Ademais, 18% dos entrevistados apresentam especialização em farmácia clínica, 18% em gestão hospitalar, 28% em farmácia hospitalar e 27% não possui especialização. Conclusão: Os desafios para a consolidação da farmácia clínica ainda são relevantes. A farmácia hospitalar não é mais uma simples divisão administrativa, com a função apenas de distribuição de medicamentos, mas como um serviço que tange o uso racional de medicamentos, objetivando a prática da assistência e atenção farmacêutica.
Introdução: Através da Política Nacional de Medicamentos a Assistência Farmacêutica (AF) passou a ser compreendida como ponto complementar nas práticas desenvolvidas para promoção, prevenção e recuperação à saúde, ultrapassando a simples aquisição e distribuição de medicamentos. Entretanto, os municípios brasileiros encontram dificuldades para cumprir as diretrizes dessa política. Objetivos: Avaliar a capacidade de gestão da Assistência Farmacêutica dos Municípios vinculados à Microrregião de Saúde do Sudoeste Baiano. Métodos: Trata-se de um estudo de corte transversal quali-quantitativo, realizado com 12 municípios vinculados à Microrregião de Saúde do Sudoeste da Bahia. A participação se deu a partir da aplicação de um questionário virtual adaptado, com os farmacêuticos das respectivas localidades e da assinatura de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Resultados: Os dados coletados mostraram que os farmacêuticos entrevistados possuem faixa salarial que varia entre R$ 1.300,00 à 4.000,00, com carga horária de 20 a 40 horas semanal, onde 50% deles dispõem de um segundo vínculo empregatício. A pesquisa demonstrou ainda que a maioria dos municípios não possuem Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT), não utilizam Manual de Boas Práticas de Armazenamento e Distribuição de medicamentos, sequer Procedimento Operacional Padrão (POP). Além disso, foi possível observar que na maioria dos municípios não há orientação farmacêutica adequada aos pacientes. Ademais, demonstraram objeção para cumprir as etapas do ciclo da AF e garantir o uso racional de medicamentos da população. Conclusão: Apesar dos avanços ocorridos na consolidação do SUS, em particular na Assistência Farmacêutica, os municípios ainda se deparam com dificuldades em gerenciar e executar ações básicas que envolvem a AF, o que pode levar à deficiência no acesso da população ao medicamento.
Introdução: O envelhecimento é um processo natural no qual ocorre um declínio progressivo da reserva funcional que implica em aumento do risco para o desenvolvimento de determinadas desordens clínicas. Além disso, essa condição, contribui para o aparecimento de comorbidades, sendo a prescrição de medicamentos um dos principais recursos terapêuticos utilizados. Assim, os idosos, muitas vezes são expostos a tratamentos com medicamentos considerados potencialmente inapropriados. Objetivos: avaliar a prevalência de prescrição medicamentos potencialmente inapropriados para idosos em unidades de saúde da família da zona urbana de Vitória da Conquista-BA. Métodos: O estudo incluiu indivíduos com idade ≥60 anos atendidos em unidades de saúde do município e que saíram da consulta médica com prescrição. A coleta de dados foi realizada em duas fases, antes e após a realização de uma intervenção com os prescritores com o objetivo de reduzir prescrições inapropriadas para idosos. Para a classificação dos MPIs foi utilizado o Consenso Brasileiro de MPI para Idosos. Os pacientes foram entrevistados antes e após a consulta médica em cada fase do estudo. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi previamente assinado pelos participantes da pesquisa. Resultados: Os dados coletados após a intervenção com os prescritores estão sendo analisados e por esse motivo os Resultados:, dessa fase do estudo, ainda não foram divulgados. Na etapa pré-intervenção, 386 pacientes idosos foram avaliados. A idade média da população foi de 70 anos (DP = 7,17). Destes, 67,9% eram mulheres e 65,3% tiveram evidências de declínio cognitivo. Quase um terço (31,3%) recebeu prescrição de MPI independente de condição clínica. Conclusão: Os dados apresentados mostram uma considerável quantidade de prescrições contendo MPI. Diante disso, as alterações biológicas e fragilidade do organismo humano decorrentes do avançar da idade contribui para o surgimento de reações adversas a medicamentos (RAM), muitas vezes evitáveis por meio da identificação e prevenção do uso de MPI. Deste modo, é relevante a adoção de estratégias que sinalizem os medicamentos inadequados para idosos, bem como, proporcione a melhoria da qualidade da prescrição nas unidades de saúde, colaborando para prevenção da ocorrência de RAM, hospitalização e mortalidade nesse estrato etário.
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