Neste artigo faremos uma apresentação crítica do “realismo ascendente” de Bruno Latour e Steve Woolgar, em Vida de Laboratório, obra em que investigam o funcionamento de um laboratório de neuroendocrinologia buscando compreender como os fatos científicos são socialmente construídos. Assumindo uma postura radical, descartam a ontologia realista mais comum, rompem com a epistemologia da filosofia da ciência tradicional, com a história e a sociologia da ciência e mesmo com a antropologia. Concluem que o laboratório – primeiro aquele específico, estudado, e depois em sentido geral – é um espaço de produção literária técnica onde os fatos científicos são construídos. A concepção de ciência dos autores levanta problemas filosóficos tradicionais, além de requerer uma formalização lógica.
<p>Este trabalho pretende traçar momentos do governo do presidente Café Filho por meio da sua presença nas capas da Revista Ilustrada <em>Careta</em> durante o período em que governou. Entremearemos a discussão entre as capas do semanário e alguns momentos do seu governo que nelas foram representadas como o início e final da sua gestão, a crise econômica e algumas questões sobre a participação de Café Filho nas eleições de 1955. </p>
Nascido em 1871, Freitas iniciou seu curso de medicina na Bahia e concluiu no Rio de Janeiro então se transferindo para a capital pernambucana. Em Recife foi um dos principais médicos locais. Envolveu-se no processo de institucionalização da medicina em Recife que teve sua Faculdade de Medicina inaugurada em 1920, com aula magna do próprio Octavio de Freitas. Uma característica da trajetória de Freitas foi o grande número de publicações que envolvem pesquisas científicas, livros que discutem o papel do médico, memórias da profissão e aspectos históricos da medicina em Pernambuco. Dentre essas obras, aquela que talvez tenha maior destaque seja Doenças Africanas no Brasil. Nesse livro identificamos uma posição ambivalente entre as interpretações de raça e ambiente para compor o levantamento do médico. Além da estrutura do livro como um todo, abordaremos de forma mais específica e detalhada suas considerações a respeito da Frialdade, doenças de grande repercussão pública no período
Este artigo pretende analisar a relação entre alcoolismo e hereditariedade a partir do estudo de caso do conhecido assassino em série da década de 1920, Febronio Indio do Brasil. Inicialmente, pretendemos mostrar o desenvolvimento da conduta criminal de Febronio no periódico Correio da Manhã e a construção da imagem de um indivíduo propenso à criminalidade. Tal questão nos levará à análise do Boletim Anti-alcoolico que, em circulação em 1929, explicaria a condição de Febronio por consequência do alcoolismo paterno, gestando um indivíduo propenso à criminalidade. Assim, características hereditárias foram apontadas como causadoras de seu desvio de conduta. Portanto, observaremos os discursos médicos e científicos da época na tentativa de explicar a hereditariedade de Febronio e suas motivações criminais, principalmente em vista de discurso de um campo mais amplo composto por médicos, antropólogos e cientistas que desenvolveram trabalhos na área de criminologia, um interesse recorrente no pensamento científico do período. Palavras-chave: BRASIL, Febronio Indio do; Alcoolismo e crime; Hereditariedade; Assassinos; Homicidas em série.
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