O objetivo deste artigo é apresentar resultados de uma pesquisa sobre as relações de autoridade vigentes nas escolas públicas. De que maneira os professores adquirem legitimidade e exercem a autoridade durante as aulas? É essa a pergunta que orienta este trabalho. Argumento que a relação entre professores e alunos dá-se através de uma autoridade de tipo carismática exercida pelos primeiros. Nesse sentido, adotando uma abordagem processual no estudo do carisma, busco mostrar como as performances desempenhadas pelos professores durante as aulas conferem legitimidade a sua prática profissional, servindo como fonte primordial de atribuição de autoridade na escola. Apresentarei algumas técnicas de ensino que produzem a eficácia simbólica da relação pedagógica, atuando na construção da autoridade carismática do professor. O estudo deriva do trabalho de campo que realizei em uma escola pública do Estado do Rio de Janeiro em 2013, onde acompanhei diariamente as aulas de duas turmas do ensino médio.
Este artigo toma por objeto o processo de formação de agentes estatais no Brasil, a partir do aprendizado adquirido durante a preparação para concursos públicos da burocracia fiscal. Pretende-se mostrar como, durante a frequência aos cursos preparatórios para cargos de uma elite burocrática, os candidatos são submetidos a um processo de subjetivação da autoridade do estado, aqui denominado de sujeição burocrática, que os torna afeitos a certas concepções culturais de serviço público que orientam práticas burocráticas tradicionais na administração pública brasileira. A metodologia de pesquisa se baseou na observação participante em dois cursos preparatórios sediados no Estado do Rio de Janeiro, efetuada entre outubro de 2015 e dezembro de 2017, além de entrevistas com professores e sócios de cursos preparatórios, e da interação com os interlocutores através de ambientes online.
Este artigo trata de mobilizações estudantis em escolas públicas, a partir de um caso acompanhado in loco no ano de 2013, baseado em trabalho de campo realizado pelo autor durante um ano letivo em uma escola pública do Estado do Rio de Janeiro. Com uma abordagem etnográfica, apresenta-se todo o processo de mobilização dos estudantes dessa instituição ao reivindicarem melhorias em seu contexto escolar. Analisa-se o processo de socialização política em jogo e o significado de tais demandas na atual conjuntura sociopolítica brasileira, tomando como referência a dinâmica que se estabeleceu ao longo do processo entre estudantes, professores, diretores e gestores, assim como o desfecho do caso analisado. Argumenta-se que as mobilizações estudantis colocam em questão o modelo de cidadania brasileiro, historicamente marcado pela desigualdade de direitos atribuídos a diferentes segmentos sociais
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