Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, Brasil resumo Segundo Plotino, devemos subir novamente ao Bem, que toda alma deseja (En. I, 6, 7, 1-2). De fato, descobrimos nas Enéadas algumas importantes passagens a respeito da ascensão da alma em direção ao Intelecto e o Um. Não é claro, todavia, qual a natureza dessa ascensão: Plotino escreve sobre aspectos diferentes do processo nos diversos textos.Neste artigo, tento analisar alguns desses aspectos, pensando a ascensão como despertar, orientação das faculdades da alma, interiorização e conversão.palavras-chave Plotino; neoplatonismo; filosofia antiga; ascensão; Enéadas; epistrophé Para compreendermos melhor o sentido da ascensão nas Enéadas, devemos antes considerar a doutrina das hipóstases. Seus traços gerais são bem conhecidos: em primeiro lugar, está o princípio supremo que, por ser a causa primeira, é chamado Bem e que, por não comportar nenhuma alteridade e ser absolutamente simples, é chamado Um. A partir dele procede o Intelecto, que é, ao mesmo tempo, a totalidade das formas inteligíveis (o tópos noetós platônico) e o intelecto (noûs) que as pensa. Em seguida, procedendo do Intelecto, está a Alma, que, sendo una e múltipla (ou seja, consistindo na hipóstase Alma, mas também na Alma do mundo e nas almas particulares), é também um ser inteligível que, no entanto, está na fronteira do imaterial, e é causa do mundo sensível, que dela procede.Na Enéada I, 6, 6, Plotino faz um resumo dessa doutrina, pensando--a na perspectiva da beleza, que é um dos temas centrais do tratado: "em primeiro lugar, deve ser colocada a beleza, que é também o Bem; deste, Recebido em 11 de maio de 2013. Aceito em 16 de setembro de 2013.