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Resumo Encalhes de toninhas no litoral norte de Santa Catarina e informações sobre o período de nascimento.A toninha (Pontoporia blainvillei) é o pequeno cetáceo mais ameaçado do Atlântico Sul Ocidental. A captura acidental em redes de pesca é o maior problema para esta espécie ao longo de sua distribuição. As toninhas mortas encontradas nas praias são uma importante fonte de informações. O objetivo deste trabalho foi analisar os registros de carcaças de toninhas encontradas mortas no litoral norte de Santa Catarina, incluindo a Baía da Babitonga. Entre janeiro de 2001 e novembro de 2012 foram registradas 54 carcaças de toninhas. Entre os meses de agosto e outubro foram registradas 28 carcaças (52%), sendo que o número mais elevado (oito indivíduos) foi encontrado em 2011. Levando em conta que estas informações não são decorrentes de um esforço sistematizado, não podemos considerar que esta seja uma estimativa de mortalidade. O maior animal registrado foi uma fêmea, com 142 cm de comprimento. Dentre os animais recuperados, 10 (18,5%) tinham comprimento total inferior a 80 cm, sendo considerados fetos ou filhotes. Estes registros indicam que o principal período de nascimento de toninhas em Santa Catarina é de outubro a janeiro. As informações aqui apresentadas contribuem para o conhecimento desta espécie no Estado. and November 2012, 54 franciscana carcasses were recorded, with the highest number (8 individuals) in 2011. Fifty-two percent (n=28) of the carcasses were recorded between August and October. Taking into account that this information was not obtained from a systematic effort, it was not possible to consider this as an estimation of mortality. The largest animal was a female, with a total length of 142 cm. Ten recovered animals (18.5%) were smaller than 80 cm, and were considered fetuses or calves. These records indicate that the main birthing period for franciscanas in Santa Catarina is between October and January. The findings presented here contribute to our knowledge of franciscana ecology in the state of Santa Catarina.

On October 2011, a newborn franciscana dolphin with an anomalously coloration was sighted in Babitonga Bay, southern Brazil. The calf was totally white. Besides the potential mother and newborn, the group also had the presence of another adult, who always was swimming behind the pair. Both adults had the typical coloration of the species, with the back in grayish brown. The group, composed by the white franciscana calf, his pontential mother and one more adult, was reported in five occasions. The group was always in the same area where it was first recorded and showed the same position during swimming. Between first and last sighting of the white calf (113 days) the color has not changed. This is the first case of a white franciscana dolphin. This coloration has never been reported despite the high number of dead franciscanas recovered each year along the distribution of the species, resulting from accidental capture in fishing nets. This fact leads us to believe that this is a very rare characteristic for this species. We considered the possibility that this franciscana could be an albino dolphin.

O Ecossistema Babitonga é constituído por um mosaico de habitats que favorece uma grande riqueza e abundância de espécies. Dentre os componentes deste ecossistema estão os mamíferos aquáticos, que inclui cetáceos (ex. baleias, botos e golfinhos), pinípedes (ex. focas, lobos-marinhos e leões-marinhos) e lontras. Algumas das atividades humanas podem constituir ameaças diretas ou indiretas aos mamíferos aquáticos. É necessária uma revisão de literatura para identificar os avanços e lacunas do conhecimento, visando a conservação das espécies. Foi utilizado o método de revisão sistemática da literatura para elaboração do presente estudo. Foram identificados e catalogados 85 estudos (artigos publicados e literatura cinzenta) sobre os mamíferos aquáticos do Ecossistema Babitonga, que abordam 21 linhas de investigação. Os mamíferos aquáticos foram representados por 24 espécies distribuídas em: cetáceos, famílias Delphinidae (9 spp.), Balaenopteridae (3 spp.), Kogiidae (2 spp.), Physeteridae (1 sp.), Pontoporiidae (1 sp.) e Balaenidae (1 sp.); pinípedes, famílias Otariidae (4 spp.) e Phocidae (2 spp.); e lontras, família Mustelidae (1sp.). Foram identificadas cinco espécies-chave de mamíferos aquáticos neste ecossistema: o boto-cinza (Sotalia guianensis), a toninha (Pontoporia blainvillei), o golfinho-nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus), a baleia-franca-austral (Eubalaena australis) e a lontra-neotropical (Lontra longicaudis). Os principais resultados sobre estas espécies foram apresentados como subsídio à gestão. Ainda há uma lacuna no conhecimento sobre a distribuição e parâmetros demográficos da maioria das espécies. O monitoramento destes parâmetros é necessário para identificar tendências populacionais e estabelecer estratégias para mitigação de impactos.

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