Aceito para publicação 14 de setembro de 2019 RESUMO Introdução: As inadequações na ingestão de micronutrientes são um problema emergente em termos de saúde pública. Recentemente, o papel dos macronutrientes foi proposto como fator relacionado à adequação do consumo de vitaminas e minerais. O objetivo deste estudo foi avaliar se a qualidade dos carboidratos da dieta está associada com o consumo adequado de minerais. Método: Estudo transversal realizado com mulheres acompanhadas em um serviço de mastologia do SUS, situado na capital do estado do Ceará. A coleta de dados foi realizada entre os anos de 2016 e 2017. Neste trabalho, foram analisados os dados de consumo alimentar investigados por meio da aplicação em duplicata do recordatório de 24 horas, sendo um deles referente a um dia de final de semana. Os dados obtidos foram digitados na Plataforma Brasil Nutri e lançados no Statistical Analysis System. Os dados foram corrigidos para variância intrapessoal no programa estatístico Multiple Source Method para predição da ingestão habitual. Foram avaliados o consumo de zinco (Zn), selênio (Se), cobre (Cu), manganês (Mn), magnésio (Mg), ferro (Fe) e fósforo (P). Para avaliar a qualidade dos carboidratos, calculou-se o Índice de Qualidade do Carboidrato (IQC). As análises estatísticas foram realizadas no SPPS 20.0 e considerou-se significante valores de p<0,05. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas da instituição de origem. Resultados: No total, 648 mulheres foram avaliadas, com idade média de 52,4 ± 9,3 anos. A média do IQC foi de 12 ± 3,1. Maiores pontuações do IQC foram associadas com maior adequação de consumo de Zn (p<0,001), Mn (p<0,001), Mg (p<0,001), Cu (p<0,001), P (p=0,002) e de Fe (p=0,006), mas não para Se (p=0,711). Conclusões: Os achados deste estudo demonstraram que maiores valores de IQC estão associados com maior adequação do consumo dos minerais avaliados, com exceção do selênio.