Abstract:The article examines the hypothesis that the democratic system as a model for organizing established groups has an intersubjective function of maintaining social bonds by transferring the discomfort of coexistence to the chosen representative, all without endowing the representative with absolute power. The representative therefore holds the taboo position, maintaining the narcissistic and omnipotent desire rejected by members. From the representative's point of view, this means subjugating his/her ego ideal to group ideals in a movement contrary to that of the leader; as described by Freud in Group psychology and the analysis of the ego. This hypothesis was used to analyze the life story of a union representative and to depict his psychological suffering during his mandate and after leaving the union. Psychoanalysis and psychosociology are the primary underlying theories used in particular texts by S. Freud, R. Kaës, J. Barus-Michel and E. Enriquez.
, que está sempre presente, mesmo quando longe, auxiliando meu percurso acadêmico e oferecendo sua amizade. Ao Prof. Dr. Paulo de Salles Oliveira, por proporcionar uma reflexão profunda das teorias e do campo em minha pesquisa. Ao Dr. Robson Colosio, que sempre me recebeu de portas abertas no Lapso, para compartilhar angústias, dúvidas e conceitos. Também à doce Drª. Eliane Costa e demais amigos do Lapso, pela acolhida na USP. À Drª. Miriam Hermeto, que me guiou pelas trilhas da História Oral e cuja amizade remonta a eras quase primevas... À querida Natália Alves, companheira de percurso, amiga incondicional. A todos os meus familiares, em especial a meus sobrinhos Lorena, Pedro, Felipe e Julia, cujas conquistas me enchem de orgulho. Aos sempre presentes mesmo quando distantes amigos Bel Bechara e Sandro Serpa; Edson Barbero, Lilian e Rafael; Mauro Frysman, Rose e Esther; Raquel Madanelo e Fred Selvagem; e San Magalhaes.
Partimos da hipótese teórica de que a organização democrática de grupos institucionalizados, na qual um representante é eleito pelo voto dos demais integrantes do grupo, pode cumprir uma função psíquica de intermediário, na acepção de KAËS (2005). A função do intermediário, nesse caso, é mediar os espaços intersubjetivos, "na ordem da vida social e da cultura" (KAËS, 2005, p. 12). Sugere-se, portanto, que o representante democrático pode ocupar tal papel entre os membros do grupo e o poder. Pensamos tal hipótese a partir de Freud (1913/2012, p. 49) quando afirma, em Totem e Tabu: "Ainda Moisés tem de atuar como intermediário entre seu povo e Jeová, já que o povo não suportaria a visão de Deus, e quando ele retorna da presença de Deus seu rosto brilha, uma parte do 'maná' transferiu-se para ele, como sucede com o intermediário nos povos primitivos". Por outro lado, a função da organização democrática da liderança é garantir a possibilidade de expulsão do líder, caso ele represente uma ruptura para o Ideal de Eu dos integrantes do grupo frente ao seu projeto comum, na concepção de Enriquez (2001). Tal hipótese aparece a partir das concepções de democracia de Barus-Michel (2001). Para abordar o tema, utilizamos o método de entrevista de história de vida, tendo como sujeito de pesquisa um sindicalista que, por 20 anos seguidos, atuou em um sindicato ligado à justiça federal. A partir dos dados obtidos, foi possível levantar a hipótese de que o representante identifica seu Ideal do Eu com os ideais do grupo, podendo postergar a satisfação de seus desejos em troca de ser reconhecido pelo grupo. O representante, assim, recebe uma transferência de poder para exercer funções típicas do papel de intermediário, mas, através da organização democrática, o grupo mantém o poder de destituí-lo de seu papel e massacrá-lo (mesmo que simbolicamente). Pensamos que a história do representante sindical foi uma ilustração rica que nos permitiu algumas considerações: 1) o representante eleito ocupou, por diversas vezes, o papel de intermediário entre as descontinuidades dos diversos grupos que se entrelaçavam na composição do sindicato; 2) ao se posicionar como representante, o entrevistado teve que abrir mão de seus ideais e de sua satisfação, que não deixaram de existir, mas ficaram adiadas; 3) a manutenção da aliança teve um alto custo psíquico, em forma de sofrimento, mas que parece ser compensado pela manutenção de outros vínculos; 4) a ruptura da aliança entre o entrevistado e a direção do sindicato relacionou-se com um investimento narcísico do entrevistado (como proteção ao Eu, mas também como potência); e 5) o entrevistado, investido em seu narcisismo, foi colocado pelos membros do grupo na posição de "pai da horda" e simbolicamente assassinado pelo grupo, na forma de exclusão e ostracismo, o que foi vivido, pelo próprio entrevistado, como um luto.
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