Este trabalho tem por objetivo realizar um exercício teórico-prático que envolve o ensino de Língua Portuguesa pautado na relação língua/identidade/decolonialidade. Desse modo, propõe-se um diálogo entre os estudos da Escola de Genebra (DOLZ; SCHNEUWLY, 2004) sobre sequências didáticas (SD) e os estudos decoloniais (DUSSEL, 1994, GROSFOGUEL, 2016, MALDONADO-TORRES, 2007, MIGNOLO, 2006). Partindo dessa fusão, apresenta-se uma SD voltada para o Ensino Médio, com base no tema “Preconceito, identidade e diferença”. A proposta, com base na concepção de língua como modo de interação, é potencialmente produtiva porque pode auxiliar o aluno a desenvolver tanto a sensibilidade intercultural quanto a consciência identitária e cidadã, o que pode contribuir para seu empoderamento e para a construção de uma sociedade mais inclusiva.
O artigo apresenta um estudo qualitativo sobre o modo como os/as estudantes de uma escola pública do Distrito Federal (DF) representam as experiências pessoais construídas no Projeto Mulheres Inspiradoras (PMI), depois de vivenciarem as práticas de leitura e escrita voltadas para o debate sobre identidade e relações de gênero. Para fundamentar o estudo, utiliza-se a Análise de Discurso Crítica (ADC) de Fairclough (2001, 2003) e as contribuições teóricas das vertentes pedagógicas críticas de Giroux (1997), Freire (2012) e Hooks (2013). Mobiliza-se, também, o conceito de identidade, de acordo com Giddens (2002), Bauman (2005) e Hall (2006). Os dados de natureza etnográfica foram gerados em uma roda de conversa realizada no período de conclusão do PMI no ano de 2017, com 27 estudantes do terceiro ano do Ensino Médio. As análises apontam que, ao fomentar deliberações reflexivas, por meio das práticas de leitura e escrita envolvendo obras e produções textuais engajadas nas questões de raça, gênero e classe, o PMI colabora para a ampliação da agência dos/as estudantes, especialmente das alunas. O discurso das alunas, caracterizado pelo empoderamento, revela traços de transformação identitária em termos de autopercepção e percepção do outro, enquanto o dos estudantes do sexo masculino volta-se para dimensões mais genéricas do PMI.
Esta obra é licenciada por uma Licença Creative Commons: Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional -(CC BY-NC-ND 4.0). Os termos desta licença estão disponíveis em:
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