Resumo: Buscamos apresentar, de modo ainda incipiente, processos de adoecimento e cura a partir das rezadeiras Pankararu que habitam a cidade de São Paulo, no Real Parque, e a aldeia Brejo dos Padres, na Terra Indígena Pankararu, em Pernambuco. Noções como flechada, vento caído, entre outros, nos apontam para um entendimento da doença como um desequilíbrio social, associada a um elemento cósmico e ecológico, envolvendo a relação entre humanos e outras entidades, como mortos, encantados, inimigos. Nesse sentido, a pesquisa se insere nos debates acerca de processos de formação da pessoa, saúde e xamanismo, buscando compreender aspectos da corporalidade, noções de doença e cura. Palavras-chave: Doença, cura, xamanismo, rezadeira Pankararu. Between crosses and flechadas: process of illness and cure by Pankararu rezadeirasAbstract: We seek to present, in an incipient way, process of illness and cure by Pankararu rezadeiras that inhabit the city of São Paulo, in Real Parque, and Brejo dos Padres villagem, in Pankararu Indigenous Land, Pernambuco. Natives concepts like flechada, vento caído, inform us on an understanding of disease as a social imbalance, associated with a cosmic and ecological element, involving the relationship between humans and other entities, such mortos, encantados, enemis. In this way, this research is inserted in debates about processes of formation of person, healthy and shamanism, seeking to understand aspects of corporality, notions of illness and healing. Entre cruces y flechadas: procesos de enfermedad y cura por las rezadoras PankararuResumen: Pretendemos presentar, de manera aún incipiente, los procesos de enfermedad y cura de las rezadoras Pankararu que habitan la ciudad de São Paulo, en el Real Parque, y en la aldea Brejo dos Padres, en la Tierra Indígena Pankararu, en Pernambuco. Nociones como flechada, vento caído, entre otras, nos señalan una comprensión de la enfermedad como un desequilibrio social, asociado con un elemento cósmico y ecológico, que involucra la relación entre los seres humanos y otras entidades, como muertos, encantados, enemigos. En este sentido, la investigación se inserta en los debates sobre los procesos de formación de la persona, la salud y el chamanismo, buscando comprender aspectos de la corporalidad, nociones de enfermedad y cura. Palabras clave: Enfermedad, cura, chamanismo, rezadora Pankararu. IntroduçãoA partir do conhecimento e das narrativas de rezadeiras Pankararu que vivem no Real Parque, em São Paulo, e na aldeia Brejo dos Padres, na Terra Indígena Pankararu (TI Pankararu), em Pernambuco, o trabalho busca, de forma ainda incipiente, esboçar algumas considerações sobre aquilo que essas mulheres indígenas compreendem por doença e cura. O escopo central do artigo, portanto, é apresentar situações etnográficas em que o saber pankararu é acionado, muitas vezes articulado com outros itinerários terapêuticos. Entendemos o corpo, tal qual a doença, como um processo de construção social que ganha sentidos interpretativos dentro de um grupo ou contexto específ...
Busco investigar a fabricação de corpos e caminhos no coletivo Pankararu, a partir das rezadeiras que habitam a cidade de São Paulo e a Terra Indígena Pankararu, em Pernambuco, bem como a configuração de novas territorialidades a partir dos deslocamentos entre aldeia e cidade. Tal fato aponta para uma mobilidade que coloca em relação diferentes agentes, como indígenas, não indígenas, Estado, encantados, plantas. Nesse sentido, a pesquisa se insere nos debates acerca de processos de formação da pessoa, mobilidade e xamanismo, buscando compreender aspectos da corporalidade, noções de doença e cura e os processos de produção de novas territorialidades.
O dossiê "Desenvolvimento e populações indígenas" procura oferecer novas possibilidades interpretativas sobre a noção de “desenvolvimento” a partir de sugestões advindas de experiências e pontos de vista ameríndios.
As lógicas espaciais e corporais que informam a cosmovisão indígena são forças contra- hegemônicas que resistem face ao “feitiço do capitalismo” (STENGERS, 2005). Nesse aspecto, como outros modos de existir, habitar e cuidar podem nos ensinar sobre práticas subversivas frente ao nosso modelo ocidental predatório e civilizatório? Caminhando com as rezadeiras Pankararu que habitam a cidade de São Paulo, pretendo demonstrar como as ontologias em disputa são negociadas em suas relações com humanos (indígenas e não indígenas) e outros que humanos (encantados). Assim, aspectos da “ciência pankararu”, como “dom”, “chamadas”, “corpo aberto” e “corpo fechado”, são importantes porque nos informam sobre a organização da vida social do grupo.
A partir de dezembro de 2019, o mundo parou de muitas maneiras. Talvez não como desejasse Krenak, para que fosse feita a recuperação do Watu, entidade ancestral adoecida há décadas pela atividade extrativista de minérios na região de Minas Gerais, onde habita seu povo. O rio Doce está doente, explica o autor, porque o modo de vida pautado pelo neoliberalismo separa a humanidade e a Terra e os coloca como elementos distintos, quando são, para seu povo, indissociáveis. Indissociável: rio, humanidade, mundo.
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