Resumo Discussões sobre gênero e sexualidade têm sido abordadas em vários contextos. Na Psicologia, autarquias como o Conselho Federal de Psicologia (CFP) elaboraram diversos documentos orientando a prática psicológica com indivíduos LGBTs. Entretanto, pesquisas têm mostrado que esses saberes têm sido omitidos nos currículos de graduação em Psicologia de várias faculdades, o que pode acarretar concepções diversas àquelas normatizadas e, muitas vezes, patologizantes sobre indivíduos LGBTs, podendo levar a condutas preconceituosas e até opostas às recomendações do CFP. Assim, o objetivo dessa pesquisa foi analisar as concepções de alunos de graduação em Psicologia interessados nas temáticas de gênero e sexualidade, com relação à diversidade sexual e de gênero, assim como seus conhecimentos sobre as declarações do CFP a respeito das homossexualidades e identidades trans. Oitenta e dois alunos, de diferentes faculdades e períodos responderam um questionário com perguntas sobre a formação e dados sociodemográficos, conhecimentos acerca da diversidade sexual e de gênero, e sobre as concepções e recomendações do CFP com relação aos indivíduos LGBTs. Os resultados mostraram que, para a maioria dos participantes, suas concepções acerca das homossexualidades foram, em geral, condizentes com as concepções das autarquias responsáveis pela normatização e fiscalização do exercício profissional do psicólogo. Entretanto, quando se trata das identidades trans, há um desconhecimento e concepções diversas às normatizadas a respeito das definições correntemente utilizadas, além da patologização de tais identidades. Desse modo, mostra-se imprescindível o oferecimento de disciplinas sobre gênero e sexualidade na Psicologia.
A inclusão de pessoas com deficiência no ensino superior foi uma conquista histórica e repercutiu em dimensões políticas, sociais e psicológicas deste segmento. Este artigo teve por objetivo verificar como a inserção no ensino superior auxilia a promoção de resiliência de estudantes universitários com deficiência. Trata-se de um estudo qualitativo, exploratório e com recorte transversal. O trabalho de campo ocorreu em duas universidades (uma pública e outra privada), de uma cidade de médio porte do interior do estado de São Paulo. Após a definição dos critérios de inclusão, foram recrutados sete participantes, sendo cinco com deficiência visual e dois com deficiência física. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas e reflexivas, com todo o material integralmente transcrito e, posteriormente, submetido à análise de conteúdo. Os resultados foram sistematizados em torno de cinco categoriais: a) afirmação identitária e não-vitimização; b) possibilidade de nutrir projetos de vida; c) diferença e reciprocidade; d) experiências de altruísmo; e) participação social, senso crítico e reivindicação de direitos. A pesquisa evidenciou que o acesso à universidade repercutiu de forma positiva na vida dos participantes, impulsionando-os à manutenção e/ou construção de projetos de vida, na promoção do bem-estar e na descoberta de novas possibilidades de existência, antes pouco vivenciadas.
Resumo: A ansiedade é um estado de alerta, benéfico em diversas situações de perigo iminente ao indivíduo, que pode se tornar uma patologia quando esse estado é ativado em situações cotidianas ou por um longo período. Devido aos impactos da pandemia causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), houve um aumento dos transtornos mentais na população, em especial entre universitários. Assim, esse estudo teve como objetivo o ensino de sete competências para identificação e manejo dos sintomas de ansiedade, por meio da elaboração e aplicação de um minicurso online. Participaram do estudo oito estudantes universitários com sintomas prévios de ansiedade. O minicurso teve a duração de 30 dias, sendo estruturado em quatro módulos e oito blocos de atividades. Após o término do minicurso, os dados de grupo indicaram que os participantes relataram ter maior domínio das competências necessárias para manejo de ansiedade. Adicionalmente, houve diminuição do nível de ansiedade entre participantes que responderam a escala no pós-teste. Os achados contribuem para construção de programas de ensino que ajudem a desenvolver alguns repertórios que são adquiridos na terapia, para indivíduos que não têm acesso a esse serviço.
O racismo se trata de práticas coletivas que se baseiam na ideologia da existência de superioridade de uma raça em detrimento à outra. A Análise do Comportamento trouxe contribuições para a compreensão do racismo, contudo, a produção sobre a temática é baixa. A escassez de trabalhos, principalmente no campo experimental, pode ser explicada pela dificuldade de definir o racismo em termos comportamentais e identificar quais são as variáveis de intervenção. Este trabalho conceitual-teórico expõe definições de raça e racismo presentes na literatura analítico-comportamental. Além disso, apresentamos as definições de racismo em três níveis: Estrutural, Institucional e Individual. Para cada nível, foram identificadas propostas de intervenção presentes na literatura. Este artigo também discute as direções para pesquisa experimental no campo do racismo, considerando os níveis de complexidade desse fenômeno.Palavras-chave: Raça, Racismo Estrutural, Racismo Institucional, Racismo Individual, Análise do Comportamento.
Este artigo teve como objetivo analisar o fenômeno da violência intrafamiliar contra crianças de 0 a 6 anos no contexto da pandemia. A partir de uma revisão assistemática da literatura, o manuscrito foi subdividido em 4 seções: (i) reflexões teóricas acerca da infância como uma construção social; (ii) a violência contra crianças no ambiente intrafamiliar e o agravamento deste fenômeno em decorrência da pandemia e do período de isolamento social; (iii) níveis de atendimento às crianças e suas famílias e a escassez de programas de intervenção implementados no Brasil e na América Latina e, por fim; (iv) apresentação de dois programas de intervenção testados cientificamente e que podem inspirar a implementação de ações desse porte no contexto brasileiro. Espera-se que este artigo traga uma contribuição para a área e mobilize diferentes segmentos da sociedade para a implementação de programas de intervenção que minimizem os indicadores de violência contra crianças pequenas.
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