O uso de resíduos vegetais carbonizados vem sendo resgatado e avaliado como alternativa para melhorar a qualidade do solo. O material gerado, denominado biocarvão, é o produto formado a partir da pirólise, que é a alteração térmica da biomassa em ambiente fechado, com suprimento limitado de oxigênio e em temperaturas relativamente baixas. A composição química e estrutural do biocarvão é altamente heterogênea, mas o pH é normalmente maior que sete. Algumas propriedades estão presentes em todos os biocarvões, incluindo alto teor de carbono e grau de aromaticidade, o que explica seu alto nível de recalcitrância. Contudo, a exata composição química e estrutural é dependente da combinação da matéria-prima e das condições de pirólise. Quando aplicado ao solo, o biocarvão pode aumentar o pH, a capacidade de troca de cátions, o teor de carbono orgânico e a disponibilidade de nutrientes; alterar a abundância e funcionamento de fungos micorrízicos e prover refúgio para microrganismos nos microporos do biocarvão; e melhorar a estrutura do solo e disponibilidade de água. Todas estas características de interação com o solo fazem com que a sua utilização no meio agrícola apresente normalmente efeitos positivos para o crescimento vegetal. Acredita-se também que a utilização de biocarvão possa contribuir para o sequestro de carbono, sendo considerado por muitos como “carbono negativo”, devido a sua capacidade de promover o crescimento vegetal e pela sua estabilidade no solo. Estudos com o biocarvão já atingiram proporções de escala mundial envolvendo diversas áreas e têm crescido muito nos últimos anos. No entanto, ainda existem muitas incertezas sobre a sua utilização na agricultura, devido principalmente ao fato de que os trabalhos publicados têm dado mais atenção a sua capacidade de manutenção e melhoria da fertilidade do solo e aumento da produtividade agrícola do que esclarecimentos dos possíveis riscos envolvidos na utilização do biocarvão.
The components of genetic variation and genetic gain obtained with three selection methods -individual, combined and multi-effect index selection -were compared in rubber tree [Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell. Arg.] progenies. The rubber tree is a cross pollinating species with a mixed reproductive system in which the self pollination rate is 22%. Twenty-two half sib progenies were planted at experimental stations at Pindorama, Votuporanga and Jaú, in São Paulo State, using a randomized and complete block design, with five replications and ten plants per plot. Dry rubber production was assessed when the plants were three years old. Based on the genetic variability of the populations, Pindorama was the best environment for the expression of variability. At the individual level, heritability was seriously affected when random progenies from an open pollinating population were considered as half sib progenies. Considerable overestimation of genetic gains occurred during individual, combined and multi-effect index selection when the rubber tree reproductive system was not considered as mixed. Selection based on the multi-effect index maximizes genetic progress and should be used more in rubber tree breeding programs.
Pinus taeda L., a principal espécie florestal plantada no Sul do Brasil, tem sua madeira usada como matéria-prima em serrarias, laminadoras e indústrias de aglomerado, MDF, celulose e papel. Devido à sua grande importância econômica, existe interesse no desenvolvimento de técnicas de propagação vegetativa que permitam a clonagem massal de mudas. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da idade das mudas (60, 90, 120 e 150 dias) e das quatro estações do ano no enraizamento de miniestacas de P. taeda. Miniestacas de 5 cm foram confeccionadas a partir de ramos herbáceos e tratadas com solução de Captan® 0,1%. Seu plantio foi realizado em tubetes com substrato Mecplant® na camada inferior e 2 cm de vermiculita na porção superior. As miniestacas foram mantidas em casa de vegetação durante 120 dias, com temperaturas entre 15 e 25 ºC e umidade relativa do ar em torno de 90%. Avaliaram-se as porcentagens de miniestacas enraizadas, sobreviventes e mortas, o comprimento das três maiores raízes e o número e massa seca de raízes formadas por miniestaca. A idade das mudas influenciou o enraizamento, e a maior porcentagem (85%) foi obtida com mudas mais jovens (60 dias). O inverno mostrou-se o período mais favorável para a coleta das miniestacas.
Este trabalho objetivou estudar a interação genótipos em ambientes de clones de Eucalyptus em quatro ambientes do Estado do Rio Grande do Sul. Os ensaios foram conduzidos nas áreas da empresa CMPC Celulose Riograndense, nos Municípios de Minas do Leão (Horto Florestal Cambará), Encruzilhada do Sul (Horto Florestal Capivara), Dom Feliciano (Horto Florestal Fortaleza) e Vila Nova do Sul (Horto Florestal São João). No ano 2007, foi implantada uma rede de testes clonais com 864 clones de Eucalyptus, pertencentes a 37 espécies e híbridos. Aos 3 anos de idade, foram mensurados o diâmetro à altura do peito (dap) e a altura total (Ht) das árvores dos experimentos. O incremento médio anual (IMA) foi calculado de acordo com o volume individual por clone e o estande de plantas por hectare na idade de avaliação do teste clonal. Os resultados da correlação genotípica entre os ambientes variaram de 0,39 a 0,56, demonstrando que ocorreu interação genótipos x ambientes significativa dos caracteres avaliados. Esses resultados indicam que é necessário selecionar clones específicos, nas combinações de ambientes com baixa correlação genética entre si. Ocorreu baixa correção genética entre os ambientes Cambará x Capivara; Cambará x São João; Capivara x Fortaleza; Capivara x São João; e Fortaleza x São João. Dessa maneira, para este estudo foram necessárias três unidades de manejo para minimizar os efeitos da interação genótipos x ambientes. Incluindo a seleção por estabilidade, adaptabilidade e os dois atributos simultaneamente, ocorreu mudança de clones e de posição entre os clones no ordenamento de seleção. Com a seleção simultânea por estabilidade e adaptabilidade (MHPRVG), os ganhos aumentaram em comparação com a seleção pelos valores genotípicos preditos entre os ambientes, principalmente, e houve incremento dos ganhos em relação à testemunha comercial. Por exemplo, os cinco melhores clones pelo critério MHPRVG apresentaram-se 56% superiores à testemunha comercial para a característica produtividade em volume.
Brazilian forest ecosystems carry ubiquitous and rare species of arburcular mycorrhiza fungi (AMF). The method of spore morphology underestimates AMF diversity in forest ecosystems. The AMF are not specific to host-plant but to the environments where plants grow. Ubiquitous AMF species may be a source of AMF inocula for forests.
The existence of sexual dimorphism in Pontoporia blainvillei has long been known, with females being larger than males. However, no study so far has explored this dimorphism separately in its size and shape components. Here we analyse sexual dimorphism present in eight linear measurements of the skulls of 56 specimens (30 females and 26 males) of P. blainvillei from several localities along the Brazilian coast. We also investigate the sexual dimorphism in size and shape using geometric morphometric techniques, employing a subsample of the specimens above consisting of 27 skulls (12 females and 15 males). The analysis was based on landmarks digitized in four views of the skull: dorsal, ventral, lateral and occipital. A PCA showed the existence of two distinct populations, thus requiring the separation of two samples for the analysis of the effects of sexual dimorphism. Results of traditional and geometric morphometrics analyses revealed no sexual dimorphism in shape. All differences observed between the sexes are size related, with females bigger than males. Shape, however, is an important factor in the differentiation of at least two populations of this species.Resumo -A existência de dimorfismo sexual em Pontoporia blainvillei é reconhecida há algum tempo, sendo as fêmeas maiores que os machos. Entretanto, nenhum estudo explorou este dimorfismo analisando seus componentes de tamanho e forma separadamente. Neste estudo, analisamos o dimorfismo sexual presente através de oito medidas lineares dos crânios de 56 espécimes (30 fêmeas e 26 machos) de P. blainvillei provenientes de distintas localidades ao longo da costa brasileira. Estudamos também o dimorfismo no tamanho e na forma utilizando técnicas de morfometria geométrica, empregando uma subamostra dos espécimes acima, consistindo em 27 crânios (12 fêmeas e 15 machos). As análises foram baseadas em marcos anatômicos digitalizados em quatro vistas do crânio: dorsal, ventral, lateral e occipital. A ACP mostrou a existência de duas populações distintas, requerendo, assim, a separação dessas amostras para as análises dos efeitos do dimorfismo sexual. Os resultados das análises da morfometria tradicional e geométrica revelaram que não existe dimorfismo sexual na forma. Todas as diferenças observadas entre os sexos estão relacionadas ao tamanho, com fêmeas maiores que machos. A forma, no entanto, é um fator importante na diferenciação de pelo menos duas populações desta espécie.
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