O autor visa tratar da articulação proposta por Lacan, em Télévision, entre o afeto de tristeza e a noção de covardia moral, no sentido de um julgamento ético que a psicanálise pronuncia acerca da posição do sujeito deprimido. Para esse fim, o autor examina a referência de Lacan à ética de Spinoza, o qual reconhece, no afeto de tristeza, uma ausência de tens ão lógica do pensamento.
Aborda-se o conceito de erotomania como uma resposta dada pelo sujeito psicótico para a questão que se apresenta ao ser humano, provocada pela contingência inerente ao encontro com o parceiro amoroso. Estabelece-se de que forma o amor se coloca como problema para o ser humano e trabalhamos essa perspectiva apontando para a especificidade da erotomania em sua diferenciação com a resposta oferecida pelo sujeito neurótico, o amor de transferência.
O presente artigo propõe uma investigação acerca da questão do diagnóstico diferencial no contexto da prática de orientação psicanalítica. Trata-se de uma pesquisa traçada diante de uma constatação clínica que se refere à operacionalidade do diagnóstico estrutural, um apontamento de uma perspectiva na qual a orientação do manejo clínico perpassa não pelo rigor classificatório preestabelecido, mas factualmente pela questão do sujeito em sua relação com o Outro, sua posição de discurso.
De um caso clínico à pesquisa: considerações sobre a transferência na clínica da paranoia From a clinical case to research: considerations on transference in clinical treatment of paranoia De un caso clínico a la investigación: consideraciones sobre la transferencia en clínica de la paranoia
Analisamos aqui as bases teóricas que fundamentaram a tese lacaniana do conhecimento paranoico. Ela surgiu como uma torção da tese de doutorado de Lacan de 1932, na qual ele propõe a paranoia como fenômeno de conhecimento; nos trabalhos subsequentes, acaba por estender ao conhecimento humano em geral a pré-condição paranoica. Verificamos que a "paranoia" passa a designar a estrutura mais universal do eu, permitindo a Lacan atribuir a pré-condição paranoica ao conhecimento humano, e, como psicose, uma estrutura clínica. Através de uma análise do esquema ótico, propusemos uma forma de interpretar como conciliáveis as duas noções citadas acima.
Ao considerar o sofrimento gerado pelas relações amorosas como causa de demanda terapêutica, na clínica psicanalítica, procurou-se interrogar aqui em que sentido o parceiro sexual pode vir a constituir um sintoma para o sujeito. No encaminhamento dessa questão, examinou-se, mais especificamente, o modo de parceria sintomática entre sujeitos obsessivos e histéricos, apoiando-se na teoria psicanalítica do parceiro sintoma. Procura-se demonstrar de que maneira os sujeitos histéricos e obsessivos respondem, no nível dessa parceria, aos impasses engendrados pela ausência de inscrição simbólica da relação sexual. The symptomatic wedding of the obsessive with the hysterical. When considering the suffering produced by loving relationships as the cause of therapeutic demand in the psychoanalytic clinic, we try to discuss the way in which a sexual partner can become a symptom to the subject. In the treatment of this issue, the author has examined, more specifically, the mode of symptomatic partnership between obsessive and hysterical subjects, relying on the psychoanalytic theory of the symptom partner. In this way, the article shows how obsessive and hysterical subjects respond, at the level of this partnership, to the impasses related by the absence of the symbolic inscription of the sexual report
O autor se propõe a uma descrição crítica do meio sócio-técnico no qual se constitui o mercado da saúde mental, dando ênfase à passagem da definição instrumental do sujeito para a constituição contemporânea do sujeito do consumo. Ao criticar a reificação instrumental do sujeito, assim como o processo de homogeneização coletiva do qual as práticas de avaliação dependem para fixar o seu objetivo, o artigo expõe o modo pelo qual a experiência psicanalítica revela um objeto inavaliável na relação do sujeito com o gozo, no sentido de algo que não se presta ao uso instrumental nem tampouco comporta medidas de comparação ou critérios de equivalência.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.