O autor visa tratar da articulação proposta por Lacan, em Télévision, entre o afeto de tristeza e a noção de covardia moral, no sentido de um julgamento ético que a psicanálise pronuncia acerca da posição do sujeito deprimido. Para esse fim, o autor examina a referência de Lacan à ética de Spinoza, o qual reconhece, no afeto de tristeza, uma ausência de tens ão lógica do pensamento.
Aborda-se o conceito de erotomania como uma resposta dada pelo sujeito psicótico para a questão que se apresenta ao ser humano, provocada pela contingência inerente ao encontro com o parceiro amoroso. Estabelece-se de que forma o amor se coloca como problema para o ser humano e trabalhamos essa perspectiva apontando para a especificidade da erotomania em sua diferenciação com a resposta oferecida pelo sujeito neurótico, o amor de transferência.
O presente artigo propõe uma investigação acerca da questão do diagnóstico diferencial no contexto da prática de orientação psicanalítica. Trata-se de uma pesquisa traçada diante de uma constatação clínica que se refere à operacionalidade do diagnóstico estrutural, um apontamento de uma perspectiva na qual a orientação do manejo clínico perpassa não pelo rigor classificatório preestabelecido, mas factualmente pela questão do sujeito em sua relação com o Outro, sua posição de discurso.
Ao considerar o sofrimento gerado pelas relações amorosas como causa de demanda terapêutica, na clínica psicanalítica, procurou-se interrogar aqui em que sentido o parceiro sexual pode vir a constituir um sintoma para o sujeito. No encaminhamento dessa questão, examinou-se, mais especificamente, o modo de parceria sintomática entre sujeitos obsessivos e histéricos, apoiando-se na teoria psicanalítica do parceiro sintoma. Procura-se demonstrar de que maneira os sujeitos histéricos e obsessivos respondem, no nível dessa parceria, aos impasses engendrados pela ausência de inscrição simbólica da relação sexual. The symptomatic wedding of the obsessive with the hysterical. When considering the suffering produced by loving relationships as the cause of therapeutic demand in the psychoanalytic clinic, we try to discuss the way in which a sexual partner can become a symptom to the subject. In the treatment of this issue, the author has examined, more specifically, the mode of symptomatic partnership between obsessive and hysterical subjects, relying on the psychoanalytic theory of the symptom partner. In this way, the article shows how obsessive and hysterical subjects respond, at the level of this partnership, to the impasses related by the absence of the symbolic inscription of the sexual report
O autor se propõe a uma descrição crítica do meio sócio-técnico no qual se constitui o mercado da saúde mental, dando ênfase à passagem da definição instrumental do sujeito para a constituição contemporânea do sujeito do consumo. Ao criticar a reificação instrumental do sujeito, assim como o processo de homogeneização coletiva do qual as práticas de avaliação dependem para fixar o seu objetivo, o artigo expõe o modo pelo qual a experiência psicanalítica revela um objeto inavaliável na relação do sujeito com o gozo, no sentido de algo que não se presta ao uso instrumental nem tampouco comporta medidas de comparação ou critérios de equivalência.
De um caso clínico à pesquisa: considerações sobre a transferência na clínica da paranoia From a clinical case to research: considerations on transference in clinical treatment of paranoia De un caso clínico a la investigación: consideraciones sobre la transferencia en clínica de la paranoia
ResumoO presente estudo pretende abordar o Acompanhamento Terapêutico (AT) e sua prática a partir do viés da psicanálise, o qual questionamos enquanto método para o AT. Discorreremos sobre a história da loucura, compreendendo quais posições o louco ocupou na sociedade e ressaltando o papel do discurso científico em seu tratamento. Veremos como a Reforma Psiquiátrica possibilitou a liberdade do tratamento, bem como o surgimento do AT. Considerando a especificidade do AT no encontro com o contingente, analisaremos o conceito aristotélico da prudência, que se articula com a contingência, visto que discursamos acerca de uma clínica em movimento que se depara com variáveis não controláveis. A prudência nos dirá de um saber que se manifesta a partir da contingência, logo, pensaremos nessa lógica a serviço de um método que se constrói na colocação em ato. Concluímos ressaltando a função política do AT de sempre reforçar o cuidado em liberdade.
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