Implementar BIM nas estruturas curriculares constitui-se um desafio dado o caráter tradicional das escolas de engenharia. Entretanto, a literatura não aponta se esta é a realidade de cursos em implantação ou implantados após a ascensão do BIM. Desta forma, este artigo teve como objetivo analisar a percepção de discentes e docentes sobre a inserção BIM na graduação em engenharia civil de um curso recém implantado em uma universidade pública federal no estado do Ceará, nordeste brasileiro. Para tal, 103 alunos responderam a um questionário eletrônico e foram realizadas oito entrevistas em profundidade com o corpo docente do curso. A integração BIM à estrutura curricular não esteve entre os principais obstáculos. No entanto, foram identificadas barreiras determinantes como a falta de conhecimentos dos professores, a baixa capacitação sobre a temática, a baixa prioridade dada ao BIM e a falta de recursos tecnológicos que tornam a adoção BIM tão complexa quanto nos cursos tradicionais.
Resumo: O objetivo deste artigo foi analisar a percepção de docentes quanto à utilização do BIM na graduação em engenharia civil em uma universidade federal no interior do nordeste brasileiro. Para tal, foi realizada uma entrevista em profundidade com todos os docentes que lecionam as disciplinas profissionalizantes do curso de engenharia civil, totalizando oito entrevistados, buscando compreender a relação que estes possuem com o BIM e como veem a aplicação desta metodologia no curso. Verificou-se que o contato dos professores com BIM é superficial, representando uma barreira para a inserção no curso. Apenas três docentes manifestaram desejo de implementar BIM em suas disciplinas e apenas um já abordava o assunto, mesmo que de maneira superficial. Verificou-se a concordarem com a implementação, embora não tenham sido observadas estratégias para sua consecução, bem como a principal motivação citada foi o alinhamento com o mercado, com poucas citações ao ensino.
A implantação do BIM ainda tem se mostrado um desafio, especialmente se considerado o setor da construção como um todo. Neste sentido, diversos esforços têm sido realizados a fim de promover a adoção do BIM, podendo-se destacar no Brasil a estratégia BIM BR. Entretanto, dada a heterogeneidade do setor de construção no Brasil e das dimensões continentais do país, a adequação desta estratégia sob uma ótica territorial faz-se pertinente. Neste sentido, a presente pesquisa investigou o estado atual de adoção BIM em uma microrregião do estado do Ceará, o Sertão de Crateús. Foram realizadas quatorze entrevistas em profundidade com diferentes representantes do setor em que foi possível diagnosticar o atual envolvimento desses agentes com o BIM, suas perspectivas sobre o BIM em uma escala regional e a sua visão acerca da atuação dos demais agentes do setor para a implantação do BIM. Assim, o estudo contribui ampliando o diagnóstico sobre o BIM no Brasil, oferecendo subsídios para elaboração de estratégias mais adequadas à realidade do setor em polos regionais, aumentando a capilaridade desta nova forma de desenvolver empreendimentos de construção e contribuindo assim para o desenvolvimento regional.
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