Resumo O artigo apresenta um panorama das pesquisas com células-tronco no Brasil, a partir de levantamento bibliográfico de artigos de pesquisadores brasileiros, publicados no início do século XXI. A análise das produções evidenciou três eixos centrais na abordagem da temática: o âmbito de fomentos destinados a investigações brasileiras com células-tronco; os estudos pré-clínicos e clínicos realizados no país; e análises socioantropológicas com foco em questões éticas e legais. O artigo aponta aspectos controversos na construção desse campo científico, especialmente vinculados à mídia, como propagadora de valores e determinadas representações sociais, com destaque para novas modalidades de esperança. Nesse cenário de incertezas, encontram-se enfermos e familiares, mobilizados pelas promessas da “medicina do futuro”.
O Ministério da Saúde estabelece que a recepção na atenção básica ocorra pela modalidade de assistência nomeada Acolhimento com Classificação de Risco. Fruto da Política Nacional de Humanização, o Acolhimento preconiza novas sensibilidades, com ênfase em dimensões afetivas e relacionais. Contudo, a reorganização do acesso sustenta-se nas regras da Classificação de Risco, um dispositivo racionalizado, em prol da otimização dos serviços. Frente ao descompasso entre prescrições normativas e experiências singulares, realizou-se observação participante na porta de entrada de uma unidade básica da cidade do Rio de Janeiro com o objetivo de apreender as estratégias mobilizadas pelos atores sociais envolvidos - usuários, profissionais de saúde e gestores. A análise do material de campo evidencia o Acolhimento como categoria polissêmica, que se constitui na tensão entre racionalidade e experiência, controle e cuidado.
No acender das luzes do século XXI, o sociólogo britânico Nikolas Rose 1 apresenta um convite à reflexão acerca das controvérsias instauradas com a chegada da Era das Possibilidades médicas, com o advento de novas tecnologias, ao mesmo tempo fantásticas e perturbadoras. A partir de uma cartografia do presente, Rose desenvolve uma análise minuciosa de processos históricos e culturais que compõem e alicerçam o cenário de desenvolvimento de biotecnologias, revelando continuidades e mudanças que constituem modalidades inovadoras de gestão da vida, dos indivíduos e de seus corpos. O livro A política da própria vida: biomedicina, poder e subjetividade no século XXI 2 vai além de uma coletânea de ensaios previamente publicados pelo autor e seus interlocutores, decorrentes de simpósios e seminários realizados desde o final da década de 1990. Nas palavras de Rose, a obra é constituída por conceitos "destilados", frutos do diálogo com pesquisadores da área das biociências e das ciências da vida, como Carlos Novas, Paul Rabinow e Sarah Franklin.A partir de amplo levantamento de exemplos de avanços nos campos da genética, das tecnologias reprodutivas, da terapia celular, da psicofarmacologia, entre outros saberes e técnicas que compõem um novo mercado de consumo em saúde, Rose revela a instauração de uma nova "ética somática". Tal conceito vincula-se à perspectiva de que o gerenciamento dos riscos da doença e do
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