O MST tem participado de diversas ações de solidariedade desde o início da pandemia da Covid-19, sobretudo, de doações de alimentos produzidos nos territórios da reforma agrária (assentamentos) e nos territórios de luta pela terra (acampamentos). As doações de alimentos evidenciam a importância da reforma agrária para a produção de alimentos, a redução das desigualdades sociais, a promoção da agroecologia e da soberania alimentar. Todos esses elementos são intrínsecos aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Portanto, nosso objetivo é evidenciar a importância da reforma agrária e a contribuição dos movimentos para o alcance dos ODS, em um contexto que o Estado caminha na contramão do proposto pela Agenda. Os dados sobre as ações de solidariedade foram levantados nas redes sociais e na página do MST, sistematizados em uma planilha e mapeados com o software Philcarto. A discussão dos resultados foi realizada com apoio de bibliografias, de documentos da ONU e de entrevistas com lideranças do Movimento. Nossas análises apontam que os movimentos socioterritoriais têm construído territórios de sustentabilidade que contribuem com os ODS.
O Pontal do Paranapanema é um território composto por terras devolutas e griladas fonte de disputas entre latifundiários, grupos empresariais do agrohidronegócio canavieiro e movimentos de luta pela reforma agrária. O processo recente de expansão da atividade sucroalcooleira na região levou ao “cercamento”, pelos canaviais, dos assentamentos ali existentes. Como consequência desse processo os assentados denunciam a ocorrência de intoxicação da população e prejuízos na produção pela aplicação de agrotóxicos por via aérea. Quando a renda obtida no lote é insuficiente para a reprodução familiar e para o melhoramento da atividade agrícola desenvolvida, os assentados buscam emprego no setor canavieiro. Como atualmente o processo de colheita da cana encontra-se em fase avançada de mecanização, eles podem atuar nas mais variadas funções: como tratoristas, operadores de colhedeiras, motoristas, dentre outros. Esse artigo visa compreender algumas repercussões da expansão do agrohidronegócio canavieiro na produção e na saúde das famílias assentadas que vivem praticamente “cercadas” pela monocultura na região do Pontal de Paranapanema e demonstrar como a forma de inserção dos trabalhadores em novas funções do processo produtivo canavieiro pode contribuir para seu adoecimento. Para tanto se utilizou a pesquisa bibliográfica, a análise do conteúdo de entrevistas realizadas pela equipe do Centro de Estudos sobre Trabalho Ambiente e Saúde (CETAS) e o exemplo de caso de um trabalhador assentado agregado1, que já passou por inúmeras experiências de trabalho no setor canavieiro.
Os camponeses são impactados pela agricultura capitalista, pelas políticas neoliberais e pela forma como os países estão inseridos na divisão internacional do trabalho. Neste artigo, discutimos essas questões com o exemplo do Valle de San Quintín, localizado no estado de Baja California, no México, e do Pontal do Paranapanema, em São Paulo, Brasil. Nesses territórios de domínio do agronegócio, buscamos compreender como se entrelaçam a questão agrária, o trabalho e a determinação social do processo saúde-doença. A abordagem teórico-metodológica consistiu na revisão bibliográfica, no trabalho de campo e na produção de entrevistas com trabalhadoras e trabalhadores camponeses de ambos os países. Os resultados alcançados demonstram que por trás da imagem de modernidade das empresas do agronegócio, há trabalho precário e degradante, seja através da intensificação da jornada laboral, seja pelo uso de novas tecnologias, seja pela combinação de ambas. Mas, também há resistências e experiências que demonstram as disputas e relações de poder constituintes dos territórios.
A nossa especificidade enquanto seres humanos, produtores de cultura, de trabalho e de uma segunda natureza nos faz externos ou superiores ao restante da natureza? Defendemos a ideia de natureza como totalidade, mas sem ignorar essa especificidade humana e entendendo o trabalho como a intermediação entre a primeira e a segunda natureza (compreendidas como uma totalidade). Realizamos uma discussão sobre as concepções de natureza buscando suas bases na filosofia, perpassando pela ciência moderna e pontuando seu entendimento em diferentes períodos dentro da Geografia. Finalmente, nos questionamos que se o trabalho é a intermediação entre o social e o natural, e esse trabalho é cada vez mais estranhado/alienado, como isso implica em nossa concepção de natureza? Mais do que isso, visamos compreender como a precarização extrapola o mundo do trabalho e leva à degradação da natureza como um todo.
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