RESUMO As doenças infectocontagiosas podem gerar complicações motoras e funcionais, prejudicando a qualidade de vida dos indivíduos acometidos. Além disso, observa-se que a própria internação hospitalar é uma causa importante de declínio funcional dos pacientes. Nesses casos, a fisioterapia visa preservar e restaurar a integralidade de órgãos e funções, promovendo a manutenção da amplitude de movimento, o ganho de força muscular, o treino de trocas posturais e de marcha, assim como a prática de exercícios aeróbios e a melhora da expansibilidade torácica de indivíduos hospitalizados. Os objetivos deste estudo foram descrever o perfil epidemiológico dos pacientes em um hospital de doenças infectocontagiosas e identificar preditores de piora motora ao final da internação. Trata-se de um estudo retrospectivo baseado na análise de prontuários de pacientes internados em 2016 que necessitaram de fisioterapia. Foram coletadas variáveis socioeconômicas e clínicas e realizada análise estatística descritiva e regressão logística binária para determinar os fatores preditores de piora da mobilidade ao final da internação. Foram avaliados 638 prontuários eletrônicos de pacientes internados de janeiro a dezembro de 2016 que necessitaram de fisioterapia, com prevalência do sexo masculino (66,6%) e mediana de idade de 42 anos; 50,8% dos pacientes eram portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV). Foram encontrados cinco fatores de risco para piora da mobilidade ao final da internação: idade, número de internações prévias, uso de ventilação mecânica, ser portador do HIV e presença de doenças oportunistas. Diante dos achados, observa-se a importância da atuação fisioterapêutica voltada para a melhora funcional em pacientes que cursam com internação hospitalar.
RESUMO A neurotoxoplasmose (NTX) é uma das principais doenças oportunistas presentes em indivíduos portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV). A doença promove lesões cerebrais focais com efeito de massa que podem gerar uma variedade de sequelas capazes de comprometer a realização das atividades da vida diária, dentre elas, a deambulação. O objetivo deste estudo foi verificar os principais déficits motores apresentados e identificar os fatores de risco para a perda de mobilidade ao final da internação. Trata-se de um estudo observacional cuja amostra foi composta por dados de prontuários de indivíduos portadores do vírus HIV e diagnóstico de NTX. Foi realizada a revisão de prontuários eletrônicos e a classificação da mobilidade hospitalar, além da coleta de dados clínicos e epidemiológicos. Aplicou-se estatística descritiva e regressão logística binária. Foram avaliados 161 prontuários, com prevalência do sexo masculino e mediana de idade de 39 anos. Os déficits motores na admissão foram a ausência de deambulação (42,9%), hemiparesia (42,3%), paresia de membros inferiores (37,3%), déficit de equilíbrio (35,4%). Ao final da internação 32,9% não deambulavam. Os preditores para perda da mobilidade ao final da internação foram: utilização de ventilação mecânica invasiva (VMI), inclusão no programa de cuidados paliativos e não deambular na admissão. Os principais déficits motores foram a ausência de deambulação, a hemiparesia à direita e o déficit de equilíbrio.
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