The Brazilian policy to combat sexual violence emphasizes the importance of protecting victims, as well as accounting for and taking care of the perpetrator. The aim of this paper is to describe one strategy that is being used to address difficult issues – such as the processes of offenders’ own victimization itself, the expression of sexuality and sexual desire for children – in the context of psychosocial interventions for adult sexual offenders against children and adolescents. The strategies adopted are based on psychodrama techniques, which facilitate the overcoming of emotional obstacles to these issues, creating a playful environment during the intervention, providing conditions for reflection, expression of feelings, decreased tension, and which contribute to integration and group engagement in the tasks. This option avoids a confrontational position and favours the development of empathy.
Experiências de apego seguro na infância podem impactar comportamentos de busca de intimidade ao longo da vida, consistindo em um dos fatores de proteção para a qualidade das relações amorosas. Este estudo, baseado na teoria do apego, teve o propósito de examinar vivências de intimidade nas relações de namoro. Realizou-se um estudo de casos múltiplos com entrevistas semiestruturadas, conduzidas com três jovens, duas mulheres e um homem, com idades entre 16 e 23 anos. Os resultados apontam singularidades na vivência da intimidade, com níveis elevados de intimidade associados à troca de apoio social entre os parceiros e sensibilidade às necessidades do outro, e níveis ameaçados de intimidade associados à esquiva da busca de suporte junto ao parceiro e estratégias negativas de resolução de conflitos. Os dados corroboram a teoria do apego, segundo a qual disponibilidade e acessibilidade do parceiro são a via central para se promover proximidade emocional nas relações amorosas. Conclui-se que ações preventivas devem enfocar a receptividade e acessibilidade ao outro, habilidades para busca e oferta de ajuda, habilidades de regulação das emoções em situações de manejo de conflitos e o uso de recursos internos, do parceiro e do contexto para ressignificar legados emocionais parentais que sustentam a esquiva e a ansiedade em relações íntimas. Palavras-chave: apego, violência pelo parceiro íntimo, relacionamento interpessoal, intimidade, qualidade conjugal.
O objetivo deste texto é identificar as teorias implícitas sobre a masculinidade e a vítima criança/adolescente, nos conteúdos de falas de homens adultos autores de ofensa sexual. Na violência sexual, o indivíduo que ofende supõe propriedades de suas vítimas a partir de suas próprias representações mentais. Trata-se de pesquisa documental realizada em uma instituição de atenção ao adulto ofensor sexual, com base no registro de duas intervenções grupais ocorridas em 2018 e 2019. Os resultados foram organizados e discutidos em sentidos que deram ênfase: na expressão da masculinidade, na relação com a mulher e com a criança/adolescente. Buscou-se dar visibilidade à construção das crenças e imposições de pensamento que são produzidas na vida social e familiar e que dão maior poder e dominação ao homem. Estes sentidos apontados indicam o gênero masculino como centro das relações e o gênero feminino submetido e dominado.
Este texto refere-se a uma pesquisa exploratória realizada com adolescentes que cometeram ofensa sexual na faixa etária de 16 a 18 anos e que foram atendidos em um programa de assistência a famílias em situação de violência. O objetivo é investigar o risco de reincidência sexual desses participantes nesta faixa etária, por meio do instrumento ERASOR 2.0 (versão portuguesa). Trata-se de pesquisa documental, com informações colhidas dos prontuários de 12 adolescentes no ano de 2020, durante o período da pandemia da COVID-19. O instrumento é um checklist de 25 fatores que avaliam os riscos em cinco categorias: interesses, atitudes e comportamentos sexuais; histórico de agressões sexuais; funcionamento psicossocial; contexto familiar e tratamento. O atendimento psicossocial a estes indivíduos em final da adolescência pode evitar processar e criminalizar esta faixa etária, prevenindo que os futuros jovens adultos sejam julgados pelo sistema criminal, caso venham a reincidir a ofensa sexual.
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