“…Para o oferecimento de ações interventivas especializadas a estes adolescentes tem-se uma questão extremamente importante, e assinalada por vários autores, que é o indício de grandes diferenças no cuidado com adolescente que cometeu ofensa sexual por volta dos 12 anos e aquele com idade em torno dos 17 anos (Blackley & Bartels, 2018;Eastman, Craissati, & Shaw, 2019;Sandvik, Nesset, Berg, & Søndenaa, 2017). Estas diferenças dizem respeito ao sofrimento advindo de maior vitimização na história de vida dos adolescentes com mais idade em relação aos adolescentes mais novos, gerando diferenças de comportamentos que acabam por somar condutas de ofensa de natureza sexual, com condutas de ofensa de natureza social (Alexander, McCallum, & Thompson, 2021;Blackley & Bartels, 2018;DeKeseredy, Schwartz, Nolan, Mastron & Hall-Sanchéz, 2019;Musicaro et al, 2017;Penso, Conceição, Costa, & Carreteiro, 2012;Pullman, Leroux, Motayne, & Seto, 2014;Tavares, Costa & Moreira, 2021). Em uma pesquisa no contexto brasileiro sobre processos judiciais de 253 adolescentes que cometeram ofensa sexual em uma capital, demonstrou-se que os adolescentes mais novos cometeram primordialmente ofensa sexual, enquanto os adolescentes mais velhos cometeram ofensas sexuais e outros tipos de atos infracionais (Bastos & Costa, 2020).…”