Resumo A psicoterapia psicanalítica se constitui como uma das modalidades de atendimento clínico nos serviços-escolas. Desde Freud até a atualidade a psicanálise conquistou espaço nas universidades, não se restringindo mais às Sociedades Psicanalíticas. Temos como objetivo discorrer teoricamente sobre a formação acadêmica do psicoterapeuta-aprendiz nos estágios com enfoque psicanalítico nos serviços-escolas do Brasil. Observamos que a formação do psicólogo nos serviços-escolas estendeu-se para uma heterogeneidade de campos, englobando diferentes modalidades de atendimentos, possibilitando pesquisas em psicanálise e ampliações relativas aos aspectos teórico-metodológicos. Concluímos que a prática clínica sem dúvida já ocupa um espaço no âmbito acadêmico. Porém, há muito ainda a ser questionado, uma vez que as vicissitudes do trabalho com o inconsciente, em sua potencialidade, abrangem possibilidades e limitações. A constante reflexão acerca da dimensão ética que permeia a prática clínica nos serviços-escolas deve estar presente, norteando debates sobre a temática da formação acadêmica do psicoterapeuta-aprendiz em clínica psicanalítica.
O objetivo deste estudo consiste em apresentar uma análise do filme Precisamos falar sobre Kevin, partindo das reflexões teóricas de Jean Laplanche sobre a teoria da sedução generalizada. O artigo apresenta as contribuições teóricas do autor e de seus seguidores, principalmente no que diz respeito às mensagens enigmáticas e à construção de um modelo tópico e unificado do aparelho psíquico. A análise do filme permitiu chamar a atenção para os efeitos das vicissitudes da sedução, explorando as especificidades presentes na comunicação entre o adulto e a criança que repercutem sobre as possibilidades de tradução das mensagens enigmáticas e seus efeitos na constituição do psiquismo. Verifica-se a fecundidade do aporte teórico na compreensão do trauma psíquico infantil, uma vez que as consequências deste encontro assimétrico podem ser devastadoras e desorganizadoras, conforme elucidado pela história de Kevin.
Durante a prática dos estágios em psicoterapia psicanalítica, os psicoterapeutas vivenciam a amplitude dos entrelaçamentos psíquicos, inerentes aos atendimentos clínicos. O presente estudo teve como objetivo identificar as vivências emocionais de psicoterapeutas-aprendizes nos atendimentos clínicos iniciais, realizados em um serviço-escola. Trata-se de uma pesquisa clínico-qualitativa, de caráter exploratório, com a utilização de fatos clínicos. Participaram nove psicoterapeutas-aprendizes, assim como os pacientes por elas atendidos. Os dados foram analisados por meio do referencial teórico psicanalítico. Como resultados foi possível identificar a presença das seguintes vivências emocionais nos primeiros atendimentos clínicos: angústia, insegurança, preocupação, raiva e satisfação. Estas, por sua vez, apresentam aspectos pertinentes, relacionados aos fenômenos contratransferenciais, apontando ainda para a importância de considerá-los em toda a complexidade de um trabalho cujo objeto de estudo é o inconsciente.
Este relato apresenta um trabalho de capacitação realizado por psicólogas em uma Entidade sem fi ns lucrativos, que atende crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social. O objetivo foi abordar o tema Tendência Antissocial, utilizando o referencial teórico de Winnicott. Observou-se que os participantes (re)construíram suas compreensões sobre o tema exposto, contribuindo para suas refl exões e formação profi ssional.
Os atendimentos clínicos realizados nos serviços-escolas são permeados por uma série de experiências emocionais vivenciadas pela díade psicoterapeuta-aprendiz/paciente. Diante das diversas nuances da clínica psicanalítica, o psicoterapeuta-aprendiz vivencia experiências que refletem em sua subjetividade. Este estudo teve como objetivo investigar as vivências emocionais dos estudantes de graduação em psicologia durante os estágios em clínica psicanalítica e analisar as emoções percebidas em si mesmos pelos psicoterapeutas-aprendizes nos atendimentos em psicoterapia psicanalítica. Trata-se de um estudo clínico-qualitativo, utilizando-se o referencial teórico psicanalítico. Participaram 27 estudantes de psicologia, que realizavam atendimentos nos serviços-escolas de quatro Instituições de Ensino Superior. A coleta de dados foi realizada através de entrevistas semidirigidas, as quais foram submetidas à análise de conteúdo. Nos resultados observou-se a presença das vivências de ansiedade, medo, insegurança e nervosismo, presentes no processo psicoterapêutico. A identificação com as vivências emocionais dos pacientes e as dúvidas referentes à percepção das próprias emoções, foram importantes aspectos encontrados neste estudo. Tais resultados podem contribuir para a reflexão sobre a vivência desta experiência para o psicoterapeuta-aprendiz, a fim de melhor prepará-lo para os desafios da prática clínica psicanalítica.
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