Nossa pesquisa começa por uma "aposta pascaliana" sobre a existência de um sujeito na demência, existência negada na maioria dos trabalhos sobre a demência ou pelo menos bastante explícita clinicamente. A análise dos trabalhos sobre as perturbações da linguagem demonstra uma recusa em reconhecer as possibilidades de comunicação e de relação com os dementes. As pesquisas reduzem as dimensões pragmáticas do discurso de Austin e as análises do sujeito da enunciação de Benveniste e de Bakhtin, provocando uma destituição do demente do campo da fala. Nós propomos uma nova análise do paciente demente, sublinhando sua existência na fala. Através de um diário clínico que cartografa diferentes modos de abordagem dos dementes, propomos um método de trabalho com esse tipo de paciente. Nós analisamos algumas produções, certamente reduzidas, dos dementes como autênticas formações do inconsciente, tal como as concebem Freud e Lacan. Nossa proposta articula-se em torno das abordagens clínicas de Ferenczi e Winnicott, apresenta técnicas relacionais a partir de um cuidado materno e de um fluxo de compaixão. Uma ética vem à luz, tomada do referencial analítico.
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