RESUMO:Pretende-se demonstrar como o status social alcançado pela Medicina, acaba se transformando em um fator gerador de angustia e adoecimento para a classe médica como um todo. No cotidiano das instituições de saúde, é possível observar como os profissionais de Medicina são revestidos de um poder social que, ao mesmo tempo em que lhes fornece grande prestigio, lhes cobra responsabilidades extremas. A sociedade exige cada vez mais, que o médico seja capaz de solucionar de maneira rápida eficiente e certeira todos os problemas que lhe são apresentados, desconsiderando as limitações humanas desse profissional. Estranhamente, essa forma de pensar e de agir é incentivada pela própria formação acadêmica, pois esta, faz com que o estudante de Medicina, futuro médico, acredite que possua qualidades quase sobre-humanas. Porém, ao deparar-se com a realidade limitadora do cotidiano, o médico já formado, frustra-se ao perceber a impossibilidade de esgotar toda a demanda que lhe é apresentada, na forma que lhe é exigido. Dessa maneira, acaba desenvolvendo sentimentos de angústia profunda, decorrentes dessa frustração. Como seu status social desaprova a demonstração de sinais de dificuldade ou insegurança, o médico se auto-proíbe de externalizar a angústia sentida, acabando por abafar seus sentimentos, sofrendo calado e isolado, construindo sua própria prisão, transformando-se em um ser que sofre, sem mostrar que sofre. Desse modo, este artigo objetiva ser um chamado de alerta não só para a classe médica, mas também, para todos os que trabalham na área da Saúde, no sentido de repensarmos nossas formas de atuação enquanto profissionais. PALAVRAS-CHAVE:Medicina; Formação acadêmica; Angústia, Saúde; Médico. INTRODUÇÃOQuando se estuda o fenômeno saúde é possível observar que, as diversas concepções de saúde, bem como as maneiras de seu estabelecimento e suas diversas formas de manutenção, variam histórica e culturalmente. Entretanto, freqüentemente ocorre a falsa impressão de que se chegou ao modelo ideal de promoção e manutenção de saúde, talvez por causa de um exagerado etnocentrismo aliado a um desconhecimento histórico. Essa atribuição de normalidade e naturalidade não é prejudicial apenas à sociedade que elege essa determinada forma de pensar a saúde, mas também é, principalmente, para os diversos profissionais que estão incumbidos de manter esse pensamento, sendo estes cobrados severamente quando o mesmo não ocorre dentro dos moldes esperados.Dentro de nossa atual sociedade, nesse início do século XXI, encontra-se a figura do médico como o principal estabelecedor daquilo que é entendido por saúde, recaindo sobre esse, praticamente toda a responsabilidade sobre o "sucesso" ou "fracasso" de um tratamento. Sendo o médico, então, entendido como alguém com tamanha capacidade, não é de estranhar que muitas vezes ele seja revestido de um caráter quase mítico, como se fosse um ser mágico capaz de solucionar todos os problemas existentes.Tal situação, que num primeiro momento poderia ser vista por alguns (e principalmente pelo pr...
Atualmente, nessa primeira década do século XXI, existem no país aproximadamente 55 mil leitos psiquiátricos. Pelo menos 20 mil são ocupados por pacientes considerados crônicos ou que, abandonados por suas famílias, se transformaram em “moradores” de instituições hospitalares. A partir da reforma psiquiátrica no Brasil, em 2001, a desinstucionalização não se restringe mais a simples substituição de modelos de tratamentos dentro do hospital, envolve também, questões sócio-culturais. Há um deslocamento das práticas psiquiátricas clássicas para práticas de cuidado realizadas na comunidade, e mais especificamente a família. Com base nessa perspectiva, o presente artigo tem por objetivo proporcionar uma reflexão critica sobre questões referentes a reforma psiquiátrica, que colocou um “ponto de interrogação” sobre o método curativo do saber médico e no estigma do “louco” presente na sociedade, bem como. A discussão inicia-se a partir do fato de que o portador de transtorno mental é entregue a família sem o devido conhecimento das reais necessidades e condições da mesma, especialmente em termos materiais, psicossociais, de saúde e qualidade de vida, aspectos esses profundamente interligados. Nesse sentido, no presente trabalho conclui-se que é necessário realizar a (re) inserção do portador de transtorno mental na família, desde que a mesma seja preparada para tanto, do contrário, o simples encaminhamento do portador de transtorno mental de volta para casa, em pouco contribuirá para o seu pleno restabelecimento junto a sociedade.
A unificação dos conhecimentos do oriente e do ocidente é, cada vez mais, uma realidade inevitável. A evolução a que chegou o conhecimento humano possibilita, hoje, nesse início do século XXI, unificar conhecimentos que no passado foram considerados antagônicos, como a Ciência e a Tradição. Um exemplo dessa unidade é o que se encontra na obra "Psique e Medicina Tradicional Chinesa", de Helena Campiglia, na qual a autora, com grande propriedade, estabelece e fundamenta relações claras e precisas entre a produção mais atual da Ciência Psicológica ocidental e a produção milenar da Medicina Tradicional Chinesa, em especial a Acupuntura. Essas relações, aliadas à habilidade em escrever com uma linguagem acessível ao mesmo tempo ao coloquial e ao acadêmico, fazem com que a leitura seja "como o Oriente", misteriosa e instigante, e "como o Ocidente", prática e objetiva.Segundo a autora, que é médica acupunturista, a idéia de produzir um livro que relacionasse princípios aparentemente tão distantes surgiu após realização de uma monografia intitulada "Reich e a Medicina Tradicional Chinesa", por intermédio da qual pôde perceber que a teoria reichiana apresentava um grande paralelismo com a tradição da Medicina Chinesa. Além disso, a autora também se dedicou ao estudo da teoria junguiana para sua formação profissional e, assim, da união desses três conhecimentos, "surgiu" o livro que é dividido em duas partes. A primeira, denominada "A Psique na Medicina Chinesa", apresenta capítulos que relacionam temas como: o yin yang e os símbolos; Qi, energia vital, libido e energia psíquica; os cinco elementos na Medicina Tradicional Chinesa. Na segunda parte do livro, denominada "Distúrbios psíquicos na Medicina Chinesa", são apresentados capítulos que tratam de temas como: fatores de adoecimento; psicopatologia na Medicina Chinesa; pontos de acupuntura no tratamento de distúrbios psíquicos; terapias de abordagem corporal e simbólica.1 Resenha do livro: Psique e medicina tradicional chinesa.
Nesta resenha do livro "Misbehaving: construindo a economia comportamental", demonstra-se como a mais recente obra de Richard Thaler, ganhador do prêmio Nobel em Economia de 2017, configura-se como uma obra fundamental para todos que possuem interesse em compreender a relação entre a Psicologia e a Economia, bem como a formação dos comportamentos econômicos de indivíduos e grupos. Por meio de dezenas de exemplos apresentados com humor e alguma ironia, o autor demonstra como as pessoas se comportam quando o assunto é a tomada de decisão envolvendo escolhas econômicas desde as mais básicas, como fazer compras, até as mais complexas, como realizar investimentos financeiros. O livro também apresenta como ocorreu o surgimento e o desenvolvimento da Economia Comportamental, um campo muito próximo da Psicologia Econômica e que vem ganhando cada vez mais destaque no mundo, tanto dentro quanto fora da academia. Trata-se de uma obra essencial para profissionais e estudantes de Psicologia e Economia, assim como para todos que tenham interesse em compreender o comportamento humano relacionado a decisões econômicas e de consumo.
Atualmente, nessa primeira década do século XXI, existem no país aproximadamente 55 mil leitos psiquiátricos. Pelo menos 20 mil são ocupados por pacientes considerados crônicos ou que, abandonados por suas famílias, se transformaram em “moradores” de instituições hospitalares. A partir da reforma psiquiátrica no Brasil, em 2001, a desinstucionalização não se restringe mais a simples substituição de modelos de tratamentos dentro do hospital, envolve também, questões sócio-culturais. Há um deslocamento das práticas psiquiátricas clássicas para práticas de cuidado realizadas na comunidade, e mais especificamente a família. Com base nessa perspectiva, o presente artigo tem por objetivo proporcionar uma reflexão critica sobre questões referentes a reforma psiquiátrica, que colocou um “ponto de interrogação” sobre o método curativo do saber médico e no estigma do “louco” presente na sociedade, bem como. A discussão inicia-se a partir do fato de que o portador de transtorno mental é entregue a família sem o devido conhecimento das reais necessidades e condições da mesma, especialmente em termos materiais, psicossociais, de saúde e qualidade de vida, aspectos esses profundamente interligados. Nesse sentido, no presente trabalho conclui-se que é necessário realizar a (re) inserção do portador de transtorno mental na família, desde que a mesma seja preparada para tanto, do contrário, o simples encaminhamento do portador de transtorno mental de volta para casa, em pouco contribuirá para o seu pleno restabelecimento junto a sociedade.
ResumoNa atualidade, o elevado grau de ocorrência de patologias narcísicas, tem feito com que muito pesquisadores nas áreas de psicologia e psicanálise considerem o narcisismo como uma tipologia psíquica característica da sociedade pós-moderna. Objetivando ampliar e aprofundar, a partir de uma perspectiva psicanalítica, a compreensão sobre a relação entre esses dois fenômenos, o narcisismo e a sociedade, o presente trabalho levanta a hipótese de que o surgimento do elevado grau de narcisismo na sociedade pós-moderna tem como um de seus fatores o esvaziamento do poder do conhecimento científico e do conhecimento tradicional que, simbolicamente, podem ser entendidos como figuras paterna e materna na sociedade atual. Partindo da premissa de que uma tipologia psíquica da sociedade se desenvolve de modo idêntico ao desenvolvimento psíquico do indivíduo, discute-se como o poder simbólico do Pai e da Mãe vem se enfraquecendo desde a segunda metade do século XX, a tal ponto que as instituições sociais não conseguem mais se configurar plenamente como objetos identificação e satisfação libidinal.Palavras chave: Psicanálise, Narcisismo, Pós-Modernidade, Simbólico. Considerações iniciaisNesse começo do século XXI um intrigante fenômeno tem chamado a atenção dos pesquisadores em psicanálise e em psicologia clínica: o fato de que cada vez mais a sociedade contemporânea tem apresentado uma configuração narcísica. Desde a segunda metade do século XX (no período denominado como pós-moderno), vem se intensificando na sociedade a
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