Brazilian fertility has fallen rapidly in the last three decades, even in the Northeast, the country's poorest region. Female sterilization has become the most common contraceptive method in this region, where 44 percent of married women aged 15-49 years were sterilized as of 1996. While in other regions sterilizations were generally paid for by the patient, politicians and physicians arranged and paid for the large majority of these surgical procedures in the Northeast. The authors present evidence that this phenomenon is the result of the use of sterilization as an electoral good by politicians and physicians in local contexts where politicians regularly provide goods and services to the poor in exchange for votes. This systemic behavior seems to have been little affected by 1997 legislation that regulated family planning, made sterilization legal, and was intended to increase the use of other methods of contraception. Copyright 2004 The Population Council, Inc..
Objetivo: Delinear e comparar os perfis das mulheres brancas e negras entre 18 e 59 anos, residentes em Belo Horizonte e Recife, enfocando características sociodemográficas e de conhecimento, além de atitudes em relação ao HIV/aids. Métodos: Os dados são oriundos da pesquisa amostral SRSR -Saúde Reprodutiva, Sexualidade e Raça/Cor, conduzida pelo Cedeplar/UFMG em 2002 e única desta natureza com representatividade municipal. O método utilizado foi o Grade of Membership (GoM), a partir do qual foram gerados quatro perfis extremos para cada município. Resultados: Tanto em Belo Horizonte quanto em Recife, as mulheres com maior probabilidade de serem brancas são também aquelas com maior probabilidade de ter escolaridade mais elevada, possuir plano de saúde, ter tido parceiro estável no ano anterior à pesquisa e ter poder na relação sexual. Quanto às negras, apenas em Belo Horizonte elas têm maior probabilidade de serem de baixa escolaridade, não possuírem plano de saúde, além de se sentirem desempoderadas diante do parceiro sexual. Conclusões: A comparação dos perfis de brancas e negras em Belo Horizonte e Recife revela diferenças na vulnerabilidade dessas mulheres ao HIV/aids. As diferenças entre os dois grupos são mais evidentes em Belo Horizonte.
O método Grade of Membership (GoM) tem sido cada vez mais utilizado por demógrafos brasileiros e tem a vantagem de possuir um parâmetro que mensura a heterogeneidade individual, com base nas correlações não-observáveis entre as categorias de resposta das variáveis de interesse, gerando um medida do grau de pertencimento de cada indivíduo a perfis extremos. Alguns autores, contudo, chamam atenção para questões importantes na calibragem dos modelos finais que utilizam o programa GoM versão 3.4, como o problema de identificabilidade – soluções múltiplas para parâmetros estimados. Neste artigo, é sugerido um procedimento capaz de identificar um modelo final com solução única que descreva os tipos puros mais fidedignos à base de dados, em uma tentativa de otimização. Para ilustrar esse processo, utilizou-se uma base de dados correspondente a um levantamento econômico e sociodemográfico de uma população de pequenos agricultores residentes ao longo da Rodovia Transamazônica, no Estado do Pará. Também identificou-se a existência de instabilidade nos parâmetros estimados pelo programa GoM 3.4, sendo proposto um método de estabilização de seus valores. Com esses procedimentos combinados, os usuários do programa GoM 3.4 poderão descrever sua base de dados de forma mais adequada e responder às críticas sobre questões de identificabilidade e estabilidade dos modelos resultantes. Essas soluções empíricas são relevantes por afetarem cálculos de prevalência e de incidência de eventos de interesse, além de trazerem consequências importantes sobre o ponto e o momento corretos para intervenções de políticas públicas ou de planejamento prospectivo em análises de projeção.
A disponibilidade de bases de dados cada vez mais complexas e multidimensionais é um dos principais motivadores para o aumento do número de estudos que utilizam análises multivariadas baseadas em lógica de conjuntos nebulosos. Apesar da disseminação do método Grade of Membership nos trabalhos empíricos brasileiros da área de ciências sociais e saúde, questões relativas à identificabilidade e estabilidade dos parâmetros finais estimados pelo programa GoM 3.4 não foram suficientemente aprofundadas. Dada a relevância de se obterem parâmetros únicos e estáveis, Guedes et al. (2010) propuseram um procedimento empírico para localizar um modelo de máximo global (MG) com parâmetros estáveis. Entretanto, seu localizador de MG não incorpora qualquer medida de variabilidade. Neste artigo, tal limitação é contornada por meio da utilização de uma estatística de ponderação – Máximo Global Ponderado (MGP) – semelhante ao coeficiente de variação. Esse indicador busca não penalizar de forma desproporcional situações nas quais os desvios médios, apesar de diferentes de zero, são muito pequenos. Apresentam-se evidências de que o localizador MGP reduz a distância do modelo identificado à real estrutura latente dos dados em análise, quando comparados ao modelo identificado pelo localizador não ponderado, MG.
In this article, we investigate how gender-based violence (GBV) affects the sexual and reproductive health of impoverished adolescents and young adults. We analyse data from a 2011 survey of 450 young women and 300 young men aged 15-29, living in poor neighbourhoods of three middle-sized cities in Minas Gerais, Brazil. In this survey we used a closed-ended questionnaire to collect data from 150 women and 100 men in each city. Our main goal was to explore the relationship between GBV and young women's autonomy in relation to their sexuality, using indicators appropriate to Brazil. Our results showed a decreased prevalence of condom use at first intercourse and an increased prevalence of teenage pregnancies among young women who were in a relationship with a controlling and violent partner. Lower condom use was observed mostly among young men who acknowledged being violent and controlling towards a partner and they also were more likely to have made a partner pregnant as teenagers themselves. We conclude that some variables utilized here as indicators of control and violence from a partner and of young women's autonomy can help us to understand how GBV inside relationships affects the reproductive and sexual health of young men and women, and how empowering them can reduce their susceptibility to unwanted pregnancies and HIV and other STI infections.
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