Gravidez na adolescência: análise de fatores de risco para baixo peso, prematuridade e cesariana
RESUMOA violência contra as crianças e adolescentes é um grave problema de saúde pública mundial, pois demanda conscientização e participação efetiva de toda a sociedade, em especial dos profissionais de saúde, por estarem frequentemente em contato com pacientes vitimizados. O objetivo desse estudo foi verificar a responsabilidade dos profissionais de saúde em notificar casos de violência contra crianças e adolescentes. Foi realizada pesquisa nos códigos de ética das profissões de medicina, odontologia, enfermagem, psicologia, nutrição, serviço social, fonoaudiologia, educação física, fisioterapia e farmácia, bem como na legislação brasileira. Concluiu-se que os códigos de ética das profissões, em sua maioria não contemplam a obrigatoriedade da notificação em casos de violência, e que os profissionais têm o dever de fazê-lo, podendo ser responsabilizados por omissão ou negligência de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente. Descritores: Notificação. Violência. Códigos de ética. Pessoal de saúde. INTRODUÇÃOA violência é um problema de saúde pública mundial, agravado pela falta de estatística e pelo silêncio da população. Tem como principais vítimas crianças e adolescentes 1, indicando ser os dois grupos mais expostos e vulneráveis a sofrer violações de seus direitos, afetando direta e indiretamente sua saúde física, mental e emocional.Estudos epidemiológicos e sociológicos têm demonstrado que as crianças são vitimas desde seu nascimento, mas é na fase da adolescência que esse fenômeno ganha maior visibilidade, pois além de vitimas esses adolescentes passam a ser agressores 2 . Podemos caracterizá-la pelo uso intencional da força e do poder físico, de fato, ou como uma ameaça contra si própria, outra pessoa ou grupo e contra a sociedade, que causa ou que tenha pretensões de causar lesões, mortes, danos psicológicos, distúrbio do desenvolvimento ou privações 1 . O fenômeno da violência prejudica essa população durante importante período de desenvolvimento 3 . Pode acontecer nas formas de violência doméstica caracterizada pela agressão física, abuso sexual, violência psicológica e negligência, além de outras originadas na escola, na comunidade, nos conflitos com a polícia, especialmente caracterizados pela violência física e homicídios, bem como as agressões auto infligidas como a tentativa de suicídio 4 . De acordo com o Estatuto da Criança e Adolescente, é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária 5 . Ainda assim, esse fenômeno é bastante subnotificado uma vez que a notificação de agravo por violência até o momento não constitui uma cultura na sociedade brasileira 6 . Isso nos mostra o não cumprimento da lei por um número expressivo da
Este trabalho tem como objetivo avaliar a associação entre gravidez na adolescência e prematuridade. Os dados são provenientes da pesquisa Nascer no Brasil, inquérito nacional composto por 23.894 puérperas e seus recém-nascidos. As informações foram obtidas por meio de entrevista com a puérpera durante a internação hospitalar. Um método de pareamento foi estabelecido, baseado nos escores de propensão, para lidar com diferenças entre os grupos em razão de um desenho não experimental, caso do estudo Nascer no Brasil. O desfecho do estudo foi a idade gestacional, sendo considerados todos os partos prematuros (idade gestacional < 37 semanas) e a termo (idade gestacional entre 37 e 41 semanas e 6 dias). O estudo evidenciou disparidades sociais, econômicas e assistenciais maternas entre as mulheres segundo a faixa etária. A maior proporção de puérperas adolescentes se concentrou nas regiões menos desenvolvidas do país, Norte e Nordeste, e nas classes econômicas menos favorecidas (D/E). Depois de equiparadas quanto às características socioeconômicas e assistenciais, foram observadas maiores chances de prematuridade espontânea nas adolescentes precoces, tanto em comparação às adolescentes tardias (OR = 1,49; IC95%: 1,07-2,06), quanto às adultas jovens (OR = 2,38; IC95%: 1,82-3,12). A prematuridade permanece em pauta no campo da saúde materno-infantil, sendo preocupante a associação com a gestação na adolescência encontrada neste trabalho, destacando-se que quanto mais jovem a gestante, maior a chance de parto prematuro espontâneo.
Objectives: to analyze the prenatal care of pregnant teenagers interviewed in the post-partum period in Brazilian maternity hospitals, according to economic status and skin color. Methods: data were obtained from the Birth in Brazil study, a national hospital-based survey in 2011 and 2012. Information was obtained from interviews with the postpartum women and from data collected from their prenatal cards. Multivariate logistic regression was used to verify whether maternal and prenatal care characteristics were associated with ina-dequate prenatal care. Results: a total of 3,317 teenage mothers were interviewed in the postpartum period, 84.4% of whom had received inadequate prenatal care, with worse results for lower-income, lower-schooling, and multiparous teens. In the same way, it became evident the higher proportion of black teenagers and those from economic classes D/E among those who failed to receive routine laboratory tests, who received little orientation on the pregnancy, labor, and childbirth, and who were forced to go from one maternity hospital to another before being admitted to give birth. Conclusions: strategies targeted to the most vulnerable pregnant teenagers should be implemented in order to achieve greater equality in teenagers’ prenatal care, seeking to assure easier access, earlier initiation of care, and greater case-resolution capacity
The early neonatal period accounts for approximately half of the deaths of young children under one year of age, and the neonatal near miss can recognize factors causing this high number of deaths. Thus, the aim of this study is to determine whether advanced maternal age increases the chance of neonatal near miss, in addition is to identify which factors are associated with the neonatal near miss, stratified by parity. Data are from the 2011-2012 Birth in Brazil study, which used a national population-based sample of 15,092 newborns of women between 20-29 and 35 years of age or more (advanced maternal age). Multiple logistic regression was performed to test the association between neonatal near miss and prenatal and childbirth variables, pre-gestational diseases, obstetric history and socioeconomic characteristics, stratified by parity. Advanced maternal age was to be statistically associated with neonatal near miss in nulliparous (OR = 1.62; 95%CI: 1.05-2.50) and multiparous (OR = 1.51; 95%CI: 1.20-1.91) when compared to women 20-29 years of age. For nulliparous women, the main variables statistically associated with neonatal near miss were multiple gestation (OR = 8.91) and hypertensive disease (OR = 2.57), whereas forceps-assisted vaginal delivery (OR = 7.19) and multiple gestation (OR = 4.47) were the variables associated for multiparous women. Neonatal near miss has been shown to be connected with access to health services for childbirth, gestational complications and maternal characteristics, mainly advanced maternal age. Therefore, to properly monitor and classify maternal gestational risk, to control gestational complications during prenatal care, and to correctly refer these women to childbirth care should be priority strategies for healthcare services.
OBJECTIVE to evaluate whether advanced maternal age (AMA) is associated with prelabor cesarean section and to identify the factors associated with prelabor cesarean section in AMA women, according to the mode of type of labor financing (private or public). METHODS Based on the Birth in Brazil survey, the research was conducted on representative sample of mothers for the country (Brazil), regions, type of hospital and location (capital or not), in 2011/2012. This study included 15,071 women from two age groups: 20–29 years and ≥ 35 years. The information was collected from interviews with puerperal woman, prenatal cards, and medical records of mothers and newborns. Multiple logistic regression modelling was used to verify the association between prelabor cesarean section and maternal, prenatal and childbirth characteristics, according to the mode of financing. RESULTS Our results showed a higher use of prelabor cesarean section for AMA (≥ 35 years) women in the public service (OR = 1.63; 95%CI 1.38–1.94) and in the private service (OR = 1.44; 95%CI 1.13–1.83), compared with women aged 20–29 years. In the adjusted model, we recorded three factors associated with the prelabor cesarean section in AMA women in both, public and private sectors: the same professional in prenatal care and childbirth (OR = 4.97 and OR = 4.66); nulliparity (OR = 6.17 and OR = 10.08), and multiparity with previous cesarean section (from OR = 5.73 to OR = 32.29). The presence of obstetric risk (OR = 1.94; 95%CI .44–2.62) also contributed to the occurrence of prelabor cesarean section in women who gave birth in the public service. CONCLUSIONS AMA was an independent risk factor for prelabor cesarean in public and private services. In the public, prelabor cesarean in AMA was more influenced by clinical criteria. Higher chance of prelabor cesarean section in nulliparous women increases the chance of cesarean section in multiparous women, as we showed in this study, which increases the risk of anomalous placental implantation.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.