A Física integra a parte do discurso filosófico responsável por todas as questões relativas ao mundo natural, conformando um conhecimento que, de acordo com muitos estudiosos, deveria se destinar apenas aos filósofos estoicos mais avançados na compreensão da doutrina, da qual a Física representaria o ápice.3 Lima Vaz chega a sustentar que a Física estoica é o tronco que sustenta todo o sistema da Stoá enquanto unidade orgânica e perfeita.4 Com efeito, a Física do Pórtico absorve a Ontologia, a Metafísica e a Teologia, além de várias ciências empíricas como a Meteorologia e a Astronomia.Conforme as premissas fundamentais da Ontologia da Stoá, a realidade se compõe basicamente de entidades corpóreas (somata) -que podem ser causas ou sofrer a ação de outras causas -e de entidades incorpóreas (asómata) que, ao contrário, não existem como as corpóreas, apenas subsistem (huphistasthai) na mente; são quatro: o vazio (kenón), o tempo (chrónos), o espaço (tópos) e o exprimível (lektón).5 Os corpos são coisas que se estendem nas três dimensões: comprimento, largura e profundidade. Para os estoicos, tudo que é real é corpóreo, 6 tese inegociável e que lhes valeu inúmeras críticas por parte das escolas helenísticas rivais. Por seu turno, os incorpóreos não são corpos, mas também não podem ser classificados como não-existentes. São "algo" (tò tí), ou seja, "quase-seres" que expressam o movimento da natureza.7 os três primeiros incorpóreos representam condições para os processos físicos, enquanto o último liga-se à Filosofia da Linguagem.
8Pierre Aubenque entende que a categoria ontológica do "algo", criada pelos estoicos para agasalhar os incorpóreos, acaba por superar a ontologia
Based on five paradigmatic novels-and their respective film adaptations-presenting dystopic future societies where law presents itself as a mere instrument of control and social planning, without any ethical-humanist foundation, the present paper intends to discuss the relations between power, law, ideology and control of consciences. In the first section, of historical-theoretical character, the juridical-philosophical meanings of the words "utopia" and "dystopia" in literature and philosophy are analyzed. The second section contains the synopses and data of the books and their respective dystopian movies, 1984, Brave New World, Fahrenheit 451, A clockwork orange and A scanner darkly. These are used in the third section, that has a critical nature, in order to support and illustrate the analysis of present society and its juridical alienating project. The article concludes with a reflection on the need to humanize juridical orders.
O presente artigo pretende promover uma reflexão sobre o sentido da utopia hoje, partindo da compreensão originária do termo no século XVI e retomando, em uma interface com a literatura e o cinema, as suas transformações ao longo do tempo, bem como seu significado nos dias atuais, quando as utopias são pensadas por meio de uma estratégia de inversão que tem como fruto célebres distopias. Paralelamente, traça-se o panorama histórico, estético e cultural em que experiências utópicas foram propostas – antes e depois da criação da palavra por Thomas More na obra homônima. Na conclusão do texto, faz-se uma reflexão sobre o lugar e a função política da utopia no mundo contemporâneo, com base num paradigma filosófico comprometido com as transformações sociais.
Este é um artigo de acesso aberto, licenciado por Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), sendo permitidas reprodução, adaptação e distribuição desde que o autor e a fonte originais sejam creditados. 1 Este artigo foi desenvolvido no contexto do Projeto de Pesquisa Desobediência civil e democracia: a participação cidadã não-violenta como estratégia de luta por direitos em contextos de exceção econômica permanente financiado pela FAPEMIG e do Projeto de Pesquisa Desobediência civil como prática constituinte e interpretação popular da Constituição: fundamentação jurídico-filosófica para estratégias não-violentas de luta por direitos em contextos de estado de exceção econômico, ora desenvolvido no Programa de Professores Residentes do Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares da UFMG (IEAT/UFMG).
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.