Este artigo versa sobre uma pesquisa realizada em uma antiga fábrica da área da metalurgia a qual se tornou cooperativa após sua falência. Hoje, esta possui 200 cooperativados, a maioria funcionários da antiga fábrica./ Traçou-se aqui uma problematização da autogestão no cotidiano do empreendimento, dialogando-se sobre as implicações destas práticas na contemporaneidade. Através de um trabalho de campo, em que se compuseram registros com entrevistas e observações, traçamos uma cartografia dos fluxos do local. Percebemos o quanto os instrumentos ordenadores dos corpos e gestos haviam-se flexibilizado, sem que com isso se obtivesse um deslocamento do modus operandi fabril em sua cisão vertical entre gestão e execução. Pudemos compreender a autogestão enquanto "Fenômeno Fronteiriço" entre a lógica do Capital e a do Bem-Estar-Social e questionar seus diferentes pontos de captura e deslocamento entre estes sistemas. Por fim, contextualizamos as práticas e o conceito de autogestão no contemporâneo com suas relações flexíveis.
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