A aprovação da lei 10639/03, que tornou obrigatório o ensino da História da África e dos afrodescendentes, gerou nos meios escolares e acadêmicos algumas inquietações e muitas dúvidas. Como ensinar o que não se conhece? Para além das interrogações, a lei revela algo que os especialistas em História da África vêm alertando há certo tempo: "esquecemos" de estudar o Continente africano. A partir dessas constatações, o presente artigo tem como objetivo maior analisar a forma como a Histó-ria da África e os africanos foram representados em um dos poucos livros didáticos de História elaborados no país que abordam a África com um capítulo específico. As muitas críticas e curtos elogios devem ser entendidos não como desconsideração ao trabalho do autor, mas como um alerta: devemos voltar nossos olhares para a África, pela sua relevância incontestável como palco das ações humanas e pelas profundas relações que guardamos com aquele Continente por meio do mundo chamado Atlântico. Palavras-chave:História da África; representações; ensino da História; historiografia africana; africanos. Abstract African History at school. Representations and imprecision in the didactics literatureThe approval of the 10639/03 law, which made compulsory the teaching of African and African-descendants history, has brought some Estudos Afro-Asiáticos, Ano 25, n o 3, 2003, pp. 421-461 uneasiness and many questions to the academic sphere. How is it possible to teach something we do not know? Besides this questioning, the law comes up with something that African history specialists have been warning us for a long time: we "forgot" to study the African continent. Beginning from these facts, the article's objective is to analyze how the African history and the Africans have been represented in the very few history books, made in Brazil, in which the African theme is brought up in a specific chapter. The many critics and short complements towards these books, should not be interpreted as lack of consideration to the authors' work, but as an alert: we have to turn our attention to Africa, considering its unquestionable relevance as a stage to human actions and because of the deep relations we have with that continent through the Atlantic.
O presente artigo possui como intenção principal estabelecer um diálogo entre a legislação brasileira acerca do ensino da história africana e as leituras e opiniões formuladas por alguns africanistas sobre a temática. Sendo assim, buscamos na primeira parte do texto mapear a presença dos estudos africanos nos Parâmetros Curriculares Nacionais, na Lei 10639/03 e nas diretrizes formuladas para permitir sua implementação. Na segunda parte de nosso exercício a perspectiva foi a de observar como historiadores, antropólogos e demais especialistas analisaram a abordagem da história africana em nossos bancos escolares nos últimos dez anos. O resultado do diálogo revela que, apesar das indicações encontradas em parte da legislação educacional brasileira, uma longa lacuna se apresenta quando o assunto a ser tratado nas salas de aula envolve temas africanos.
O presente artigo tem como objetivo analisar os reflexos, na construção das identidades individuais e coletivas de estudantes, das abordagens de conteúdos sobre a história africana no ensino brasileiro. Partindo dos referenciais teóricos ligados aos Estudos Culturais, o trabalho analisa a forma como o tratamento concedido ao assunto pode fomentar, interditare justificar a existência de reflexos identitários plurais – com a presença das ‘máscaras’ africanas de reconhecimento do outro e de autorreconhecimento – em nossos espaços escolares. Ao mesmo tempo o texto se propõe a discutir o sentido da identidade nacional em uma sociedade composta por conjuntos populacionais híbridos, complexos e marcados pelas relações interculturais e multiculturais geradas ao longo de sua composição histórica mais recente.
O presente artigo possui como objetivo principal analisar a abordagem da história da África Antiga em livros didáticos de história utilizados no ensino brasileiro e portuguêsentre 1990 e 2005. Nosso esforço busca sintetizar as reflexões acerca das possíveis conexões existentes entre o estudo da história africana e a desconstrução de estereótipos esimplificações conceituais que circulam sobre a África nos imaginários dessas sociedades.
O tratamento concedido à trajetória histórica das sociedades africanas nos manuais escolares utilizados entre a 5ª e a 8ª séries do ensino fundamental é o tema principal do presente artigo. O recorte temporal eleito para observação corresponde à abordagem da história africana que se estende do século VII ao XVIII. Apesar dos avanços identificados em algumas coleções, o quadro geral da análise sinaliza para a existência de algumas imprecisões no enfoque da temática. Palavras-chaveensino da história da África • livros didáticos • história africana.
Resumo: O presente artigo tem como objetivo maior percorrer as trajetórias seguidas pelas representações fabricadas sobre os africanos no imaginário contemporâneo português, destacando os cenários mentais construídos do período que antecede a montagem do processo colonial lusitano na África até os dias atuais, com as ondas imigratórias de africanos em direção ao continente europeu. Palavras-chave: Representações; África; imaginário português.Abstract: This article is intended to go through the paths followed by representations made about Africa in contemporary portuguese imaginary, emphasizing the mental scenarios constructed in the period preceding the assembly of the lusitanian colonial process in Africa until the present day, with the waves of immigration from Africa towards the European continent. Keywords: Representations; Africa; portuguese imaginary. Os cenários mentais lusosNo esforço de decifrar o lugar ocupado pelos africanos no universo mental dos portugueses, no período correspondente aos dois últimos séculos, podemos encontrar um conjunto multifacetado e complexo de representações e construções imaginárias. Mesmo que essas imagens fabricadas não sejam homogêneas e nem exclusivas -já que possuem vários pontos de interseção e complementação -elas revelam como as relações históricas contemporâneas tecidas entre Portugal e a África influenciaram os mecanismos utilizados no esforço de entender, diferenciar, tentar incorporar ou rejeitar o Outro, empregados por um dos lados dessas moedas identitárias.Dessa forma, a intenção principal deste artigo é identificar alguns dos ingredientes que participaram da construção das idéias e das imagens circulantes na sociedade portuguesa durante o citado recorte temporal, sobre a África e os africanos. Neste caso, iremos destacar tanto os imaginários construídos ao longo do período colonial -que não são homogêneos -como aqueles em fomentação nas últimas três décadas, já no período pós-colonial. Compete lembrar ainda que o maior conjunto de representações elaboradas sobre os africanos encontra sua origem no intervalo que se estende da segunda metade do século XIX até a década de 1970, e que corresponde às intenções inicias, à montagem e à
O artigo tenciona refletir sobre as narrativas produzidas em livros didáticos de História acerca dos sentidos e marcos civilizatórios africanos associados ao antigo Egito. A primeira parte do texto reserva uma (re)visita a alguns autores que discutem o assunto a partir da perspectiva africana e das teses do afrocentrismo e da afrocentricidade, como Théophile Obenga, Babacar Sall, Aboubacry Moussa Lam e Molefi Kete Asante. Dialogo também com as leituras que problematizam a questão da africanidade do Egito Antigo, mas sem seguir uma filiação afrocêntrica, a partir de autores como Elikia M’Bokolo e Ella Shohat. Por fim, como objetivo principal do ensaio, analisei um conjunto formado por três livros didáticos de História destinados ao ensino médio, aprovados no PNLD de 2018. A intenção foi perceber se os autores desses manuais compartilharam os olhares eurocentrados, marcados pela lógica moderna/colonial/racista sobre essa civilização antiga, ou se, em seus textos, enuncia-se uma crítica descentrada e atenta ao protagonismo histórico das sociedades africanas.
As imagens que povoam os cenários mentais dos estudantes brasileiros e portugueses sobre a África e os africanos foram construídas tanto por suas experiências de vida como pelas cenas que diariamente lhes são apresentadas pelos mais diversos meios de comunicação visual. O presente artigo objetiva identificar se parte da produção de livros escolares de História utilizados nas escolas da educação básica nesses espaços atlânticos contribuiu, de forma significativa ou não, para a construção de uma leitura mais adequada acerca daquele continente ou de suas trajetórias históricas. pAlAvrAs-chAve: África, ensino da história africana, representações.
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