OBJECTIVE To analyze, stratifield by gender, trends of the new case leprosy detection rates in the general population and in children; of grade 2 disability, and of proportion of multibacillary cases, in the state of Bahia, Brazil from 2001 to 2014.METHODS A time series study based on leprosy data from the National Information System for Notifiable Diseases. The time trend analysis included Poisson regression models by infection points (Joinpoint) stratified by gender.RESULTS There was a total of 40,054 new leprosy cases with a downward trend of the overall detection rate (Average Annual Percent Change [AAPC = -0.4, 95%CI -2.8–1.9] and a non-significant increase in children under 15 years (AAPC = 0.2, 95%CI -3.9–4.5). The proportion of grade 2 disability among new cases increased significantly (AAPC = 4.0, 95%CI 1.3–6.8), as well as the proportion of multibacillary cases (AAPC = 2.2, 95%CI 0.1–4.3). Stratification by gender showed a downward trend of detection rates in females and no significant change in males; in females, there was a more pronounced upward trend of the proportion of multibacillary and grade 2 disability cases.CONCLUSIONS Leprosy is still highly endemic in the state of Bahia, with active transmission, late diagnosis, and a probable hidden endemic. There are different gender patterns, indicating the importance of early diagnosis and prompt treatment, specifically in males without neglecting the situation among females.
6; IC95%: 3,5;7,7) em comparação aos homens (AAPC = 3,0; IC95%: 0,5;5,6) 5;9; 0,0), comparados às mulheres 4;7;1). A proporção de casos em abandono de tratamento no período foi de 5,5%, com tendência de redução mais significativa entre mulheres 9;7; -1,1) do que em homens 7;4;0). Recidiva foi verificada em 3,8% de todas as entradas do período; as mulheres apresentaram tendência de redução significativa 2;3;0) e os homens, de crescimento significativo (AAPC = 4,9; IC95%: 2,9;6,8 . A proporção de cura na coorte 2003-2014 foi de 85%, com tendência de redução mais acentuada nos homens Hanseníase; Estudos de Séries Temporais; Gênero e SaúdeEste é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution, que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, sem restrições, desde que o trabalho original seja corretamente citado.Souza EA et al.
RESUMOObjetivo.Descrever as tendências temporais e os padrões espaciais da mortalidade relacionada à hanseníase nas regiões Norte e Nordeste do Brasil de 2001 a 2017.Métodos.Estudo ecológico misto de base populacional, de tendência temporal e espacial, baseado em dados secundários de declarações de óbito (DO) do Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM). As DO foram examinadas para extração dos registros de hanseníase como causa básica e associada de morte.Resultados.Foram registrados 4 907 óbitos relacionados à hanseníase no período de interesse, 59,3% como causa associada. A hanseníase não especificada (A30.9) foi a causa mais citada nas declarações de óbito (causa básica: 72,7%; causa associada: 76,1%). Verificou-se risco acrescido de mortalidade por hanseníase em pessoas do sexo masculino, com idade ≥60 anos e de raça/cor preta ou parda. A tendência temporal por análise de pontos de inflexão (joinpoints) apresentou incremento na tendência geral da mortalidade na região Nordeste e nos estados de Tocantins, Maranhão, Alagoas e Bahia, assim como no sexo masculino. Para a distribuição espacial das taxas de mortalidade ajustadas por idade e sexo, assim como para as análises das médias móveis espaciais e da razão de mortalidade padronizada, padrões acima da média da área de estudo foram identificados para Acre, Rondônia, sul do estado do Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí, sul do Ceará e regiões do norte e sul da Bahia.Conclusões.A mortalidade por hanseníase nas regiões Norte e Nordeste é expressiva e persistente, com padrão focal de ocorrência em territórios e populações com maior vulnerabilidade. Ressalta-se a necessidade de fortalecer a atenção integral à hanseníase na rede de atenção do Sistema Único de Saúde dessas regiões.
Resumo: Objetivou-se analisar a tendência espaço-temporal da proporção de contatos examinados entre os registrados, segundo perfil demográfico de casos novos de hanseníase diagnosticados no Estado da Bahia, Brasil, na coorte 2003-2014. Trata-se de estudo ecológico de base populacional estadual, com análises temporal e espacial da proporção de contatos examinados entre os registrados segundo características do caso referência de hanseníase, com base no Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde. A análise de tendência temporal foi baseada na regressão de Poisson por pontos de inflexão (Joinpoints). A análise espacial utilizou a autocorrelação espacial pelo Índice Local de Associação Espacial. Ao longo da série histórica, 52,9% (55.116/104.142) dos contatos registrados foram examinados, com menor proporção entre pessoas < 60 anos, raça/etnia indígena e residentes em municípios de grande porte (em particular na capital). Verificou-se tendência de aumento da proporção de contatos examinados, com menor expressão quando o caso referência de hanseníase era do sexo masculino, de raça/cor preta, residente em zona rural e em cidades de pequeno porte, além da capital do estado. A distribuição espacial demonstrou que a maioria dos municípios apresentou desempenho com parâmetro precário, com aglomerados identificados nas regiões norte e extremo-sul. O Estado da Bahia apresenta desempenho precário das ações de vigilância de contatos, em particular diante de condições de maior vulnerabilidade social. Estratégias adicionais devem ser implementadas com vistas à superação de obstáculos operacionais para essa ação, considerada essencial para a interrupção da transmissão da hanseníase.
OBJETIVO: Caracterizar as bases de dados dos tribunais de justiça do Brasil como potencial ferramenta para a pesquisa em Saúde Coletiva em suas interfaces com as ciências jurídicas. MÉTODOS: Estudo transversal de natureza quantitativa e descritiva com foco em análise de gestão estratégica e sistemas judiciários. RESULTADOS: Foram identificadas e analisadas bases de dados utilizadas pela Justiça Comum nas Unidades da Federação para sistematizar processos judiciais. Verificou-se um total de 123 bases de dados nos tribunais de justiça por unidade de federação, com destaque para as regiões Sul e Nordeste, em contraste à região Norte que apresenta menor número de sistemas. Esse grande número de sistemas judiciais limita o acesso a operadores do direito, e dificulta levantamento de evidências por pesquisadores em saúde e, consequentemente, com impactos na gestão estratégica do Poder Executivo. Constatou-se limitações desde o design à extração transparente e democrática de dados pelos próprios usuários, bem como restrita integração entre bases. CONCLUSÕES: Embora avanços tenham sidos empreendidos nos últimos anos pelos tribunais de justiça para unificação dessas bases, a multiplicidade de sistemas de informação utilizados na Justiça Comum estadual complexifica a gestão do conhecimento, limita o desenvolvimento de pesquisas, mesmo quando realizados por advogados ou pesquisadores da área jurídica, gera lentidão na extração de dados para a gestão pública. Reconhece-se a necessidade de esforços adicionais para a padronização, bem como para aprimoramento dessas bases de dados, ampliando acesso, transparência e integração com vistas a um olhar transdisciplinar entre o campo do Direito e da Saúde Coletiva.
Objective. To analyze institutional/programmatic vulnerability of health services in the development of health care actions for people affected by leprosy and contact surveillance. Methods. This was a cross-sectional study conducted in 2017 based on primary data from a sample of leprosy cases notified between 2001-2014 with overlapping cases in household social networks (HSN) in municipalities in the states of Bahia, Piauí and Rondônia, Brazil. Results. A total of 233 leprosy cases were analyzed, 154 (66.1%) belonged to HSN with 3 or more leprosy cases. In 53.2% of cases, 2 or more generations were affected, this being an outcome associated with absence of dermato-neurological examination (prevalence ratio 1.32; confidence interval [95%CI 1.10;1.59]; p-value=0.004). Conclusion. Operational failures in the surveillance of leprosy contacts in areas of high endemicity reinforce the character of institutional/programmatic vulnerability in HSN contexts with more than one case of leprosy in the three states analyzed.
objective To analyse the spatiotemporal patterns of leprosy occurrence in the North and Northeast regions of Brazil from 2001 to 2017. methods Mixed population-based ecological study with spatial and temporal trend analysis of epidemiological indicators based on new cases reported to the Information System for Notifiable Diseases of the Ministry of Health occurring in individuals residing in North and Northeast states of Brazil.results A total of 396 987 new cases were analysed; 9.2% of these involved children <15 years of age, and 5.4% involved individuals with grade 2 disability (G2D). The Northeast region recorded 66.4% of the new cases. Most cases involved males between 15 and 59 years of age and of brown race/colour. The temporal trend showed a reduction in most of the indicators and study variables. The G2D rate did not have trends over time in the Northeast Region, in individuals 0-14 years of age, or in municipalities with 'very high' social vulnerability indexes. The spatial and spatiotemporal analysis showed the presence of hyperendemic foci with high detection risk involving municipalities in the states of Tocantins, Par a and Maranhão.conclusion Leprosy in the North and Northeast regions of Brazil persists as a critical public health problem. Temporal and spatiotemporal patterns identified in this study confirm that leprosy remains epidemiologically relevant in vulnerable areas. Surveillance and control interventions are needed in municipalities with low detection in the general population, in children and in individuals with G2D, to reduce late diagnosis.keywords leprosy, epidemiology, spatial analysis, prevention and control, Brazil Sustainable Development Goals (SDGs): SDG 1 (no poverty), SDG 2 (zero hunger), SDG 3 (good health and well-being), SDG 4 (quality education), SDG 10 (reduced inequalities), SDG 17 (partnerships for the goals)
Trata-se de estudo ecológico, analítico e exploratório que objetivou caracterizar os indivíduos diagnosticados com doenças negligenciadas em Picos, Piauí e exemplificar, como a associação de uma ferramenta de um sistema de informação geográfico com conhecimentos específicos, pode trazer contribuições à tomada de decisões em saúde pública. Foi realizado através de dados da Vigilância Epidemiológica. A presença de dependência espacial global foi constatada através do índice de Moran global e foi avaliada a autocorrelação local através do LISA (Local Indicators of Spatial Association). Para representação espacial do diagrama de espalhamento de Moran, foram utilizados os Mapas de Moran. As informações evidenciadas possibilitaram a compreensão da epidemiologia local e, as técnicas de geoprocessamento permitiram a visualização dos casos de doenças negligenciadas distribuídos no município. Na malha urbana evidenciou agrupamento de bairros com taxas de incidências similares nos bairros próximos ao centro da cidade. Identificou-se cluster de alto risco nos bairros centrais do município possibilitando a identificação de áreas vulneráveis e propiciando visibilidade nas taxas de detecção da doença por bairro, fornecendo assim informações que não seriam visualizadas trabalhando apenas com dados tabulares.
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