OBJETIVO: investigar a possível relação do Pico de Fluxo Expiratório (PFE) com o Tempo Máximo de Fonação (TMF) em pacientes asmáticos. MÉTODOS: a pesquisa enfocou 16 indivíduos com o diagnóstico de asma pura, sendo 9 do gênero feminino e 7 do gênero masculino, atendidos no serviço ambulatorial de pneumologia do Hospital Júlia Kubitschek em BH. A equipe de pneumologia diagnosticou, classificou a asma e realizou o teste PFE. Posteriormente os pacientes foram submetidos à extração de tempo Máximo de Fonação (TMF) para os sons /a/, /i/, /u/, /e áfono/, /e sonoro/, /s/ e /z/. RESULTADOS: dos pacientes atendidos havia 12,50% (2) com asma tratada, 18,75% (3) com asma persistente leve, 43,75% (7) com asma persistente moderada, 6,25% (1) com asma moderada grave e 18,75% (3) com asma persistente grave. Foi observado que quando o TMF encontrava-se reduzido ocorria também uma redução do PFE e quando havia um aumento do TMF era encontrado no PFE valor também maior. CONCLUSÃO: foi possível observar uma associação e uma correlação entre as medidas TMF e PFE que sugerem uma relação direta dessas medidas.
Devido à carência de fonoaudiólogos para atendimento ao paciente com fissura labiopalatina em várias regiões do Brasil, novos programas de atendimento devem ser desenvolvidos para esses indivíduos. A terapia intensiva de fala tem sido relatada na literatura como uma modalidade alternativa. Este trabalho relata a experiência com alguns casos de atendimento fonoaudiológico intensivo, e compara o desempenho na produção da fala de quatro pacientes operados de fissura palatina, antes e após a terapia fonoaudiológica intensiva. Foram atendidos, no período de férias escolares, três adultos e um adolescente que apresentavam distúrbios articulatórios compensatórios. O atendimento teve duração de três horas diárias para cada paciente, durante dez dias, divididos em terapia individual e em grupo. No início e fim do período de terapia, os pacientes foram avaliados por uma fonoaudióloga que não participou dos atendimentos. Também foi gravada em vídeo uma amostra de fala espontânea, contagem de 1 a 20 e repetição de uma lista de palavras e frases com fonemas oclusivos orais e fricativos. Todos os pacientes mostraram evolução satisfatória na terapia intensiva, com adequação dos fonemas trabalhados na fala dirigida, necessitando ainda de acompanhamento fonoterápico para sua automatização. A terapia intensiva mostrou ser uma alternativa eficaz e viável nesses casos, podendo também ser uma estratégia durante o início do tratamento fonoaudiológico convencional.
OBJETIVO: Verificar se as informações colhidas no teste de emissão de ar nasal apresentam compatibilidade com os achados da nasofaringoscopia, podendo auxiliar no julgamento da funcionalidade do mecanismo velofaríngeo. MÉTODOS: Foram analisados os achados do teste de emissão de ar nasal e nasofaringoscopia em 21 indivíduos operados de fissura pós-forame e transforame incisivo, de ambos os gêneros, com idade superior a oito anos. A correlação foi feita observando se, diante de um gap velofaríngeo (espaço entre as estruturas da região velofaríngea) visualizado na nasofaringoscopia, notava-se embaçamento do espelho de Glatzel no teste de emissão de ar nasal. Os dados foram analisados estatisticamente pelo índice de Kappa. RESULTADOS: Notou-se concordância entre os testes (p<0,05), sendo esta considerada mais alta durante o sopro, emissão de plosivos isolados e fricativos em palavras e frases (Kappa: 0,897; 0,887; 0,774 e 0,774, respectivamente), do que para a emissão de plosivos em palavras, fricativos isolados e plosivos em frases (Kappa: 0,691; 0,640 e 0,488, respectivamente). A incompatibilidade ocorreu em poucos casos, na presença de gap pequeno, fechamento total e fechamento total com borbulha. Quanto à tendência de fechamento velofaríngeo, verificou-se predominância do tipo coronal (48%), sendo notado melhora do mesmo com o uso de prova terapêutica em 62% dos sujeitos. CONCLUSÃO: Foi observada a validade do teste de emissão de ar nasal quando comparado à nasofaringoscopia. Contudo, é importante que o teste de emissão de ar nasal seja aplicado de forma criteriosa e que a realização deste, não substitua a nasofaringoscopia, que é conclusiva para o planejamento cirúrgico e terapêutico.
OBJETIVO: Este estudo pretendeu verificar e caracterizar a ocorrência de ceceio, investigando a correlação entre o ceceio e a tonicidade da sílaba com [s] em diferentes contextos silábicos, observar se alguns desses contextos facilitam a produção correta de [s] e devem ser indicados como recurso terapêutico. MÉTODOS: Dos 54 pacientes em tratamento na clínica de Motricidade Oral do Centro Clínico de Fonoaudiologia foram selecionados, por meio da análise de prontuários, 16 pacientes na faixa etária entre 5 e 19 anos, de ambos os sexos e que apresentavam ceceio. Estes foram submetidos a teste de fala constituído da emissão de 79 palavras com [s] nas posições iniciais, finais e dentro da palavra, em sílabas átonas e tônicas seguidas das vogais [a], [e], [e], [i], <img src="/img/revistas/rsbf/v13n1/07simbolo.gif">, [o] e [u], registrado por meio de filmagem e gravação. Para análise estatística dos dados, foi utilizado o Teste Z para comparação de proporções e o software Minitab versão 14.0. RESULTADOS: Doze (75%) sujeitos pesquisados apresentaram ceceio anterior e 4 (25%), ceceio lateral. Não se observou diminuição do ceceio em relação à tonicidade da sílaba ou à co-articulação. Houve diminuição significativa do ceceio nas posições ataque inicial e ataque medial em relação às posições coda medial e final. CONCLUSÃO: A tonicidade silábica e a co-articulação com as diferentes vogais não alteram a incidência do ceceio. As posições iniciais de sílaba, porém, parecem ser facilitadoras da produção de [s] e devem, portanto ser consideradas na escolha do recurso e material a ser utilizado em terapia.
Several techniques for superficial heat application on treatment of temporomandibular disorders were found in the literature. The moist heat was the most widely used technique. Many studies suggested the application of heat for at least 20 minutes once a day. Most authors recommended the application of heat in facial and cervical regions. The heat treatment resulted in significant relief of pain, reduced muscle tension, improved function of the mandible, and increased mouth opening.
OBJETIVO: Identificar as alterações de mastigação e deglutição decorrentes da cirurgia curativa do câncer de língua, com extensão inferior a 50% da dimensão da língua e sem comprometimento do soalho da boca e da base da língua. MÉTODOS: Foram realizadas avaliações das funções de mastigação e deglutição em nove pacientes, seis homens e três mulheres, no período pré-operatório, aplicando-se um protocolo específico. No pós-operatório mediato, três semanas após a cirurgia, cinco pacientes foram reavaliados, quatro homens e uma mulher, seguindo o mesmo protocolo. Para verificar a significância dos resultados foi utilizado o teste não paramétrico de Kruskall Wallis (Teste H). RESULTADOS: Comparando-se os achados do pré-operatório com os achados do pós-operatório encontramos, de forma significativa (p<0,05), mudança da via de alimentação, que passou de uma alimentação exclusivamente oral, para uma alimentação exclusivamente enteral. Também houve mudança significativa na eficiência mastigatória, que passou a ser ineficiente em todos os pacientes. Percebeu-se, de forma significativa, a dificuldade dos pacientes em manipular o bolo alimentar durante o processo de mastigação, gerando dificuldade na formação de um bolo coeso. Isso demonstra que a cirurgia influencia na realização desta função, ou seja, a perda de parte da língua compromete o processo de mastigação. A deglutição também foi prejudicada pela cirurgia, uma vez que o teste demonstrou de forma significativa a presença de estase oral, após a deglutição e movimentos compensatórios de cabeça para a deglutição de alimentos sólidos. CONCLUSÃO: Os pacientes submetidos à glossectomia parcial apresentam mudanças na mastigação e deglutição decorrentes do tratamento cirúrgico.
Purpose: to expose in a brief discussion the questions about the insalubrity pertinent to speech therapists and audiologists' performance. Conclusão: o fonoaudiólogo, bem como diversos outros profissionais da área da saúde, apresenta riscos ocupacionais em sua atuação. A legislação brasileira é ampla, porém, destaca-se a necessidade de analisar com maior profundidade esses profissionais no que tange a saúde desses trabalhadores.
Introdução: Pesquisas vêm demonstrando a importância dos primeiros anos de vida no desenvolvimento do cérebro. Quando a criança não apresenta o desenvolvimento de linguagem esperado, poderá ter prejuízo em aquisições. Desta forma, a identificação precoce de alterações evita consequências educacionais e sociais desfavoráveis. Objetivo: propor projeto de intervenção fonoaudiológica em instituição de acolhimento de crianças; levantar dados acerca da linguagem das crianças antes e depois da intervenção fonoaudiológica; possibilitar a superação de alterações da linguagem. Métodos: Observação das crianças, em sala de atividades coletivas, por meio do formulário de observação. Em seguida, foram selecionadas crianças com risco para alteração de linguagem e estas foram submetidas a avaliação por meio da Avaliação do Desenvolvimento da Linguagem (ADL) e Avaliação Fonológica da Criança (AFC). As crianças foram estimuladas durante 12 encontros semanais, em grupos, e depois foram reavaliadas. Os dados foram tabulados e analisados comparando-se as avaliações antes e depois da estimulação e relatando-se os dados obtidos pelos questionários respondidos pelas cuidadoras. Resultados: As quatro crianças - 3 meninos e 1 menina - que participaram do estudo tiveram melhora nas avaliações da linguagem após o período de estimulação, 3 modificaram o grau de gravidade do distúrbio de linguagem, e uma superou as alterações de linguagem - “desenvolvimento normal da linguagem” - após a reavaliação. Conclusão: Os relatos das cuidadoras e resultados das reavaliações demonstraram que as intervenções surtiram efeitos positivos e foram relevantes para as crianças, caracterizando uma boa proposta de intervenção coletiva fonoaudiológica.
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