Revista Brasileira de Zoologia 24 (1): 228-232, março 2007Neocoelidiinae compreende uma única tribo, Neocoelidiini, atualmente com 160 espécies em 26 gêneros. No Brasil, foram registradas 54 espécies em 15 gêneros. A subfamília é principalmente neotropical, havendo apenas quatro gêneros com registro para a Região Neártica: Coelella DeLong, 1953, Neocoelidia Gillette & Baker, 1895, Cocoelidia DeLong, 1953 e Neocoelidiana DeLong, 1953(NIELSON & KNIGHT 2000.A subfamília inclui cigarrinhas de tamanho pequeno a médio (5,0-12,0 mm), de coloração geral normalmente em tons pálidos, que podem ser identificadas pelo seguinte conjunto de características: cabeça projetada anteriormente, freqüentemente com carena marginal; coroa elevada e achatada entre os olhos; ocelos na margem anterior da cabeça ou pró-ximos a esta; suturas frontogenais estendendo-se ou não até os ocelos; antenas extremamente longas, com escapo e pedicelo bem desenvolvidos; clípeo com ou sem intumescimento mediano ou tubérculo; mesotórax freqüentemente bem desenvolvido, a pleura estendendo-se até a região do esterno, dando aos neocelidiíneos um aspecto intumescido ventralmente; venação da asa anterior geralmente indistinta, exceto apicalmente; R 4+5 e M 1+2 da asa posterior geralmente confluentes pré-apicalmente. DIETRICH (2003) redescreveu a subfamília, redefinindo-a para englobar três gêneros antes pertencentes à NirvaninaeKrocodona Kramer, 1964 (com nova sinonímia, Krocobella Kramer, 1964, Krocozzota Kramer, 1964, e Krocarites Dietrich & Vega, 1995 -e mais dois gêneros novos -Retrolidia e Krocolidia. Afirmou que apesar destes gêneros possuírem cabeça fortemente projetada anteriormente e lobos supra-antenais reduzidos, diferindo do conceito de Neocoelidiinae sensu KRAMER (1964), foram incluídos em Neocoelidiinae por exibirem algumas características comuns aos neocelidiíneos, prováveis sinapomorfias para a subfamília, tais como: valva subgenital (esternito VIII) do macho fusionado às placas subgenitais, mas articulada ao pigóforo; pigóforo com dente ou espinho posteroventral e asa posterior com as veias R 4+5 e M 1+2 confluentes.Entretanto, não há estudos específicos sobre as relações filogenéticas entre os gêneros e espécies de Neocoelidiinae. Vários caracteres citados por DIETRICH (2004) são muito variá-veis entre os gêneros da subfamília, e provavelmente não constituem sinapomorfias para o grupo. Faz-se necessário um estudo mais aprofundado, para uma melhor caracterização dos gê-neros e para testar a monofilia da subfamília.Este trabalho inclui a descrição de um gênero novo de Neocoelidiinae, Scopocoelidia gen. nov., e de uma espécie nova, S. volsellata sp. nov. São fornecidas ilustrações e a distribuição geográfica da espécie estudada. A terminologia adotada segue principalmente os trabalhos de KRAMER (1964) e YOUNG (1968, 1977, 1986 (Fig. 1); carena presente entre coroa e fronte; venação da asa anterior distinta, com quatro células apicais e três anteapicais (Fig. 4); asa posterior com veias R 4+5 e M 1+2 convergentes pré-apicalmente, fusionadas...