Nos dias atuais, a educação pública brasileira encontra-se fortemente pressionada pelas diversas desigualdades que permeiam o percurso daqueles que vivem em situação de pobreza. Compreender a dinâmica dessas desigualdades apresenta-se como estratégia importante na busca por uma escola mais justa. É nesse sentido que o professor Miguel Arroyo contribui com uma brilhante entrevista sobre as relações entre educação e pobreza.
RESUMO:O objetivo deste artigo é analisar o contexto de emergência dos territórios educativos e das escolas vulneráveis como locus da política educativa voltada para aqueles que se encontram em situação de pobreza e vulnerabilidade social. Essa noção de território surge como um eixo orientador das políticas sociais a partir dos anos 2000, como uma continuidade do processo de focalização e racionalização do gasto social iniciado com as reformas da década de 1990 e de reconhecimento da multidimensionalidade da pobreza. A análise se circunscreve ao estado de Minas Gerais que, no início da década de 2000, incorporou a noção de território na formulação das políticas educacionais, dando início a um processo de diferenciação escolar, que tem resultado em estratificação da rede de ensino entre as escolas de referência e as escolas vulneráveis. PALAVRAS-CHAVE:Educação. Território. Vulnerabilidade social. ABSTRACT:The purpose of this article is to analyze the emergence of educational territories and vulnerable schools as a locus of educational policy geared towards those who are in poverty and social vulnerability. This notion of territory appears as a guiding axis of social policies from the 2000s, being a continuation of the process of focusing and streamlining social spending which was started with the reforms of the 1990s and also of the recognition of the multidimensionality of poverty. The analysis is limited to the state of Minas Gerais, which in the early 2000s, incorporated the notion of territory in the formulation of education policy, initiating a process of school differentiation, which has resulted in stratification of the school system between reference schools and vulnerable schools.
Nas últimas décadas, observa‑se um movimento de reelaboração do papel social da universidade para abarcar as dimensões constitutivas de sua reorganização na perspectiva da responsabilidade social da universidade (RSU). O objetivo deste artigo é discutir sobre a formação e o processo de constituição identitária dos/as docentes como nuances fundamentais da RSU, que podem ser evidenciadas nas narrativas dos/as professores/as. A partir da perspectiva (auto)biográfica, discutimos os tensionamentos vivenciados nesse contexto de mudanças por um professor e uma professora em processo de inserção na docência universitária que atuam em cursos de Licenciatura em diferentes universidades federais brasileiras. Orienta‑nos a questão: como pensar a universidade em que o processo de formação e constituição da identidade docente esteja atrelado às condições necessárias para que a universidade se estruture a partir de uma perspectiva mais ampliada de seu papel social? As narrativas apresentadas indicam que uma importante dimensão da RSU é a garantia ao direito e às condições de formação, inserção e trabalho dos/as professores/as vinculados/as ao seu entorno social, favorecendo a quebra de concepções mercantilistas de docência e formação.
Este artigo tem como objetivo discutir os conceitos de eficiência e de eficácia como matrizes valorativas que se apresentam para os sistemas educacionais. Compreende-se que tais matrizes emergem a partir da adoção de um novo modelo teórico na orientação da gestão estatal, denominado a Nova Gestão Pública (NGP). Com um desenho metodológico apoiado na análise bibliográfica e documental, o artigo se desenvolve considerando que o referido modelo estabelece uma nova racionalização para a gestão educacional. Introduz a avaliação externa, a produção de indicadores, a construção de escalas universalizantes e a responsabilização como ferramentas de gestão, alterando a relação entre o Estado e a educação. Em seguida, apresenta-se uma discussão em torno dos limites da NGP na relação com a política educacional. Conclui-se que a transposição de valores e processos empresariais para a administração pública evidencia os desafios do modelo para o enfrentamento das desigualdades educacionais.
A formação continuada para os professores que atuam na educação básica no Brasil tem se constituído como um campo de diferentes formatos, tempos e significados. As possibilidades formativas apresentam-se na forma de cursos de curta duração, de atualização, aperfeiçoamento, pós-graduação lato sensu e, mais recentemente, no formato de mestrados profissionais. Neste artigo, optamos por realizar a investigação na modalidade do Mestrado Profissional em Educação, tendo como amostra as dissertações produzidas em dois programas de pós-graduação de universidades federais da Região Sudeste. O objetivo da pesquisa foi identificar aproximações e distanciamentos das dissertações com os objetivos de formação para o trabalho na escola que caracteriza essa modalidade. Para alcançar esse objetivo, optou-se por um desenho metodológico de natureza qualitativa, apoiado na análise documental e bibliográfica, tendo nas categorias da ação pedagógica de Tardif (2002), o referencial teórico para identificar a aproximação das dissertações com o trabalho na escola. Os resultados da pesquisa apontaram que, de modo geral, nos 23 resumos analisados percebe-se essa aproximação, entretanto, na maioria dos casos, ela se dá na perspectiva de uma análise crítica do trabalho docente ou da análise com objetivos de elaborar ferramentas e propostas de formação continuada.
El proceso educativo como elemento constitutivo de la sociedad ha experimentado importantes cambios en las últimas décadas. La producción académica presenta nuevas perspectivas teóricas para el rol de la escuela, del docente y los procesos de enseñanza y aprendizaje, resultando en diferentes acciones y concepciones sobre la formación y la práctica pedagógica. Así, el objetivo de este artículo es comprender el proceso de inserción de maestros universitarios, problematizando las relaciones entre formación, expectativas y trabajo real. Los datos presentados provienen de investigaciones que tienen como objetivo comprender el proceso de inserción de profesores en universidades federales. Partiendo de la perspectiva (auto) biográfica, el estudio se basa en la entrevista narrativa como dispositivo de investigación. En el camino, presentamos las narrativas de uno de los docentes, participante de la investigación más amplia, que trabaja en la Licenciatura en Matemáticas, dialogando con estudios sobre gestión de clases y gestión de asignaturas, en una perspectiva reflexiva sobre el ejercicio de la docencia. el concepto de desarrollo profesional docente. Los resultados indican que las condiciones y contextos en los que se desarrolla la docencia, combinados con las trayectorias de los docentes, refuerzan la necesidad de implementar procesos de formación colaborativa en la Educación Superior.
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