A realização de pesquisas qualitativas é bastante frequente nas ciências sociais, entretanto pouco comum para investigar o processo de envelhecimento no Brasil, embora haja o esforço dos pesquisadores na utilização de métodos tais como: grupo focal, grupos operativos e oficinas psicoterapêuticas. O objetivo deste ensaio teórico foi conceituar e discutir criticamente a utilização dessa modalidade de investigação na produção de conhecimento científico sobre idosos. Com base na literatura e na reflexão dos próprios autores, discutem-se questões pertinentes aos métodos qualitativos referidos, especialmente na condução de estudos e intervenções fundamentados no método clínico. Para embasar e aprofundar o conhecimento sobre a utilização da técnica de grupo focal com idosos em pesquisas, foi feito levantamento da produção científica na SciELO, LILACS e PsycINFO sobre o tema, sendo discutidos os 18 artigos capturados. Para exemplificar o uso de intervenções psicológicas com idosos nas pesquisas qualitativas, são descritos o aporte teórico, os métodos e os resultados gerais de uma intervenção psicológica e de uma oficina terapêutica. Concluiu-se que as pesquisas qualitativas agregam conhecimento importante sobre os idosos e seu processo de envelhecimento, sendo destacado o benefício das intervenções e a possibilidade de aprofundar o assunto com a utilização de métodos qualitativos.
A necessidade de cuidadores, quer formais quer informais, aumenta à proporção do aumento da população de idosos, uma vez que a instalação de doenças crônicas não transmissíveis e a perda de funcionalidade ampliam-se com o passar dos anos, comprometendo a capacidade do idoso de cuidar de si. A regulamentação da profissão e a qualificação dos cuidadores ainda não estão estabelecidas claramente. A pesquisa objetivou levantar, por meio de busca eletrônica e contatos diretos com as instituições, os cursos oferecidos no estado de São Paulo, tendo em vista a duração, as exigências iniciais aos que pretendem cursá-los, o conteúdo programático explicitado, os docentes envolvidos na proposta e a inclusão ou não de parte prática. Um total de 39 cursos apresentou-se como ativos. Ter 16 anos e ser alfabetizado foram as menores exigências encontradas, mas nem sempre os critérios estavam claramente estabelecidos. O número de horas dos cursos foi, em média, de 64, entretanto variou de quatro a 200. O certificado era fornecido por 71,8%, mesmo que alguns não incluíssem estágio em sua proposta. Quase todos os cursos contavam com um enfermeiro como docente, sendo que vários tinham profissionais provenientes de diversas formações. Os programas, quando obtidos, apresentaram grande diversidade de conteúdos, nem sempre compatíveis com o número de horas proposto. Observa-se, diante de tais resultados, que, a despeito dos esforços para regulamentação da profissão, os cursos de qualificação ainda são muito díspares, oferecendo espaço para que muitos obtenham certificados que não oferecem qualquer garantia de qualificação para o atendimento da população idosa, a qual requer cuidados específicos. Destaca-se que as condições da realidade merecem ser objeto de discussão pelos envolvidos no cuidado com idosos, tanto em espaços acadêmicos como sociais mais amplos.
Objetivou-se avaliar a relação entre sintomas de depressão, risco nutricional e capacidade funcional com características sociais, econômicas, demográficas e de saúde, em idosos longevos. Trata-se de uma pesquisa transversal, realizada em quatro municípios do estado de São Paulo. A relação entre as variáveis foi obtida por meio da técnica de Análise de Correspondência Múltipla. Foram avaliados 103 idosos, a maioria do sexo feminino, com idade entre 80 e 90 anos e com até quatro anos de estudo. Os resultados evidenciam a correspondência entre a presença de sintomas de depressão, risco nutricional, comprometimento funcional, baixa escolaridade e inadequada autoavaliação de saúde. Nota-se, portanto, a necessidade de uma abordagem interdisciplinar, e o desenvolvimento de políticas públicas direcionadas aos muito idosos, oferecendo atenção necessária para a redução do risco de depressão, de desnutrição e na melhoria da funcionalidade dos idosos longevos, que levem a um impacto positivo em sua qualidade de vida.
RESUMoa abordagem integral das questões relacionadas aos idosos requer produção de conhecimento e trabalho especializado. O estabelecimento de programas de pósgraduação voltados para a área da gerontologia e geriatria é a resposta que instituições de ensino têm oferecido. O presente artigo objetiva apresentar o que tem sido produzido no Mestrado em Ciências do Envelhecimento da Universidade São judas Tadeu, em São Paulo. Os relatórios anuais da Capes, no período entre 2010 e 2014, foram o material sobre o qual foram levantadas, tabuladas e analisadas, de modo independente por duas docentes do curso,as produções intelectuais compreendendo artigos completos e resumos publicados em revistas científicas, anais de eventos nacionais e internacionais da área de envelhecimento e áreas correlatas. Um total de 74 publicações em periódicos, 280 produções em eventos nacionais e 57 em eventos internacionais, em sua maioria realizada em coautoria, por pesquisadores de diversas áreas e níveis de especialização, incluindo a contribuição de profissionais externos à instituição, distribui-se de modo equilibrado ao longo deste período. Observa-se uma disparidade quanto ao número de projetos e pesquisadores quando são consideradas as duas linhas de pesquisa propostas pelo programa, com maior participação da linha que trata dos aspectos educacionais, psicológicos e socioculturais do envelhecimento, quando comparada a linha que estuda os aspectos biológicos e funcionais. Na produção analisada observa-se grande abrangência dos temas pesquisados, nos quais busca-se realizar a interface de saberes, métodos e compreensão dos resultados das investigações, que são também os objetivos para a continuidade das investigações dentro do enfoque interdisciplinar.
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