Este artigo objetiva refletir sobre desigualdade de gênero e divisão sexual do trabalho reafirmadas na maior crise sanitária vivida nos últimos cem anos: a pandemia por Covid-19. A partir da breve apresentação de iniciativas espontâneas de criação de rede de apoio – grupos de acolhimento nas redes sociais, rodas de mães, experiência de escuta psicológica – entendemos que somete o caminho coletivo, onde a sororidade se faz presente como forma de cuidado e resistência, pode levar à superação das desigualdades, intensificadas neste contexto pandêmico.
Este artigo apresenta uma pesquisa realizada com vinte docentes de duas instituições federais de ensino, objetivando compreender percepções acerca dos problemas de escolarização que, além de atravessarem toda uma prática pedagógica, também são marcados pela habitual visão medicalizante do hegemônico poder-saber médico. Junto a tais professores, buscamos também conhecer possíveis soluções, por eles apontadas, para as dificuldades encontradas no cotidiano, ainda que não se sintam preparados para lidar com situações não abordadas em suas formações. Ao final, ponderamos sobre a necessidade de um olhar mais empático sobre o educador, a fim de que o mesmo consiga lidar com os desafios que surgem na rotina escolar, apoiando-se no coletivo.
O diagnóstico é não apenas categoria, mas processo social e, como tal, uma ferramenta social poderosa, com características e impactos únicos, inclusive para a Educação, o que nos faz reconhecer a necessidade de sua análise específica. Neste sentido, ainda que, desde a década de 1990, tenha havido apelos para que se estudasse o diagnóstico a partir de uma perspectiva sociológica, como o defendeu Phil Brown, uma Sociologia do Diagnóstico propriamente dita somente passará a se difundir com as contribuições de Annemarie Goldstein Jutel nas décadas seguintes. Jutel é a entrevistada deste artigo e nos leva a uma reflexão crítica sobre o diagnóstico, que não deve se esquivar de compreendê-lo como um acordo social.
Modo de acesso: World Wide Web Inclui bibliografia 1. Educação 2. Fundamental. 3. Média 4. Tecnológica I. Título CDD-370 O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos seus respectivos autores www.poisson.com.br
Neste artigo contextualizamos a vida e as obras de Carolina Maria de Jesus, bem como cortejamos as suas palavras encharcadas do cotidiano vivido, inscritas no livro Quarto de Despejo: diário de uma favelada, publicado em 1960. Carolina é uma personalidade feminina importante da Literatura Brasileira por se contrapor aos arquétipos estabelecidos pelo âmbito social, em relação às personalidades literárias tidas como canônicas. A obra foi inspiração para que alunos do Ensino Médio, impactados pela vida de Carolina, traçassem suas histórias em escritas.
Este artigo pretende apresentar as problematizações oriundas das obras de Carolina Maria de Jesus (Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada) e Manuela D’Ávila (Revolução Laura), a fim de que se promova uma reflexão acerca do lugar da mulher, e principalmente da mulher-mãe, na(s) sociedade(s). Nosso existir resistindo é amplificado por mãos feministas que, assim como Carolina e Manuela, permanecem ecoando gritos de liberdade. A leitura de tais mulheres nos faz convites à reflexão. Encontramos Arruzza, Bhattacharya e Fraser (2019) falando sobre o feminismo que, de fato, precisamos e queremos. Aprendemos com Creenshaw (2002), que cunha a interseccionalidade e traz luz às discriminações sofridas por mulheres de diferentes classes, raças/etnias e culturas, apenas para citar algumas dentre tantas. Djamila Alves Ribeiro (2018) e bell hooks (2013) nos conduzem à realidade triste de ainda coexistirmos com aqueles marcados por falta de empatia e sororidade. Todas essas mãos guiaram as nossas na costura das palavras que, com a tinta da literatura, aqui se imprimem. As palavras das autoras das obras referenciadas ecoam revelando discriminações, ressoam denunciando o discurso de ódio e reverberam anunciando a força potente da mulher que não se cala.REFERÊNCIAS:ARRUZZA, C., BHATTACHARYA, T., FRASER, N. Feminismo para os 99% - um manifesto. 1a ed. São Paulo: Boitempo, 2019.BIROLI, F. Justiça e família. In: MIGUEL, L.F. e BIROLI, F. Feminismo e política. 1a ed. São Paulo: Boitempo, 2014.CRENSHAW, K. Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. In: Estudos Feministas. Ano 10, p.171-188, 2002.D’ALTRI, A. Feminismo e marxismo: 40 anos de controvérsias. In: Lutas sociais. n.27. São Paulo, 2o sem 2011.D’ÁVILA, Manuela. Revolução Laura: reflexões sobre maternidade e resistência. Caxias do Sul: Rio Grande do Sul, Belas Letras, 2019.FOUCAULT, M. Em defesa da sociedade. 2a ed. São Paulo: Martins Fontes, 2010.FREIRE, Paulo Freire. Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: Editora UNESP, 2000.HOOKS, B. Ensinando a transgredir: a educação como prática de liberdade. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2013.JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: diário de uma favelada. 10a. ed. São Paulo: Ática, 2014.LAJOLO, Marisa. A Leitora no Quarto dos Fundos. In: Leitura: Teoria Prática. Ano 14, nº. 25, p.10, jun./1995.MEIHY, José Carlos Sebe Bom. Carolina Maria de Jesus: emblema do silêncio. In: Revista USP. São Paulo (37): 82 - 91, março/maio, 1998.MOTT, M.L. Maternalismo, políticas públicas e benemerência no Brasil (1930-1945). In: Cad. Pagu, Campinas, n.16, pp.199-234, 2001.RIBEIRO, D. O que é lugar de fala? Belo Horizonte (MG): Letramento. 2017___________. Quem tem medo do feminismo negro? 1a ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.ENVIADO EM 10-05-19 | ACEITO EM 08-07-19
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