IntroduçãoO gânglio esfenopalatino tem sido implicado na gênese das cefaleias pós-punção dural (CPPD). Sugere-se que o bloqueio do gânglio esfenopalatino (BGEP) pode aliviar os sintomas dessa cefaleia que diminui a qualidade de vida de vários pacientes. O objetivo deste estudo é averiguar se o BGE se mostrou uma opção terapêutica segura e eficaz no manejo da CPPD.Material e MétodosTrata-se de uma revisão sistemática da literatura, delineada em dois dos quatro critérios da estratégia PICO, nos bancos de dados PubMed e Lilacs, com os descritores: “Sphenopalatine Ganglion Block AND Headache”, totalizando 98 artigos. Os critérios de inclusão foram: ensaios clínicos randomizados, relatos de caso, publicação até 10 anos, língua inglesa. Excluiu-se os estudos duplicados, aqueles artigos ainda não concluídos.ResultadosEm um ensaio clínico randomizado, duplo cego, evidenciou- se que os pacientes que realizaram BGEP com 0,3 ml de bupivacaína a 0,5%, apresentaram uma queda significativamente na escala de dor (NRS score), 15 e 30 minutos após administração do tratamento, durando por 24h após o procedimento. Em consonância, um relato de caso, em que foi realizado um BGEP em contexto ambulatorial, verificou- se que a administração de levobupivacaína a 0,5% no tratamento para CPPD causou uma melhora significativa dos sintomas por mais de 24 horas após o procedimento. Outros dois relatos de caso, um com três pacientes (lidocaína viscosa a 2%) e outro com um paciente pediátrico, concluíram que o tratamento com BGEP reduziu significativamente a intensidade da CPPD. Em desacordo, um dos ensaios clínicos randomizados concluiu que o BGEP bilateralmente com 1 ml de anestésico local (lidocaína 4% e ropivacaína 0,5%) ou placebo (solução salina) não teve efeito estatisticamente significativo na intensidade da CPPD após 30 minutos. Por fim, um relato de caso concluiu que dois BGEP transnasal com lidocaína a 4% em cada narina de uma paciente grávida resultou em melhora significativa no mesmo dia, o estudo ressaltou que o bloqueio deve ser considerado para tratamento da dor de cabeça em grávidas, pelo profundo alívio da dor e a prevenção de medicamentos sistêmicos.ConclusãoO BGEP se mostrou seguro e eficaz na redução da intensidade da CPPD durante as primeiras horas, no entanto os estudos apresentaram discordância a respeito da sua eficácia a longo prazo, necessitando de estudos de maior evidência científica sobre esse assunto.
IntroduçãoA neuralgia primária do trigêmeo (NPT) é um tipo de dor neuropática, que causa crises de dor em choque de forte intensidade. Atualmente, o tratamento de escolha padrão é o farmacológico, mas há evidências de que a acupuntura pode ser favorável no manejo desse tipo de dor crônica. O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia da acupuntura como tratamento não farmacológico da NPT.Material e métodosFoi realizada uma revisão sistemática da literatura no banco do PubMed, com os descritores: Idiopathic Trigeminal Neuralgia* Acupuncture*. Os filtros utilizados foram: ensaios clínicos, metanálises e publicados nos últimos 10 anos (n=14 artigos). Foram excluídos os estudos inconclusos e aqueles que não se enquadravam nos objetivos.ResultadosUm estudo clínico randomizado apontou a necessidade de no mínimo 10 sessões de acupuntura no tratamento da NPT, sendo que a melhora dos sintomas se destacam após a quinta ou sexta sessão. Também, outro ensaio randomizado, duplo cego, observou redução da dor nos pacientes tratados com acupuntura, bem como manutenção dos resultados por 6 meses sem necessidade de incremento de dose a terapia farmacológica usual. Além disso, destaca-se seu efeito analgésico para dor miofascial secundária a NPT. Ademais, um estudo de caso controle, com 120 participantes, apontou que a técnica de acupuntura sensibilizada pelo calor, conhecida como moxabustão, apresentou uma taxa de sensibilização em 83,3% dos portadores de NPT, associando-se com redução da dor e melhora na qualidade de vida. Também, foi evidenciado, em outro estudo de caso controle, um decréscimo importante de síndromes dolorosas em pacientes submetidos há pelo menos 6 semanas de acupuntura, em comparação com o grupo controle. No entanto, apesar de apresentar efeitos positivos sobre a NPT, uma metanálise considera que ainda faltam evidências de alto teor científico para se confirmar essa relação. Por fim, outro estudo apontou que tanto a técnica de acupuntura com punção profunda quanto a de punção superficial foram eficazes na redução da dor em pacientes com NPT, sendo que a primeira apresentou resultados mais significativos que a segunda.ConclusãoA acupuntura se mostrou uma opção terapêutica não farmacológica eficaz e segura no manejo da NPT, sendo a do tipo punção profunda apresentou melhores resultados em relação à superficial. Ainda assim, torna-se necessário mais estudos com maior rigor científico sobre o tema.
IntroduçãoA migrânea é um tipo de cefaleia primária que apresenta alta prevalência na sociedade, ocasionando prejuízo na qualidade de vida dos acometidos. Embora ainda questionado a relação entre obesidade e migrânea, observa-se uma maior prevalência dessa cefaleia em indivíduos obesos. O objetivo desta revisão é buscar na literatura atual se há alguma relação da obesidade com a manifestação da migrânea, avaliando a eficácia de dietas menos calóricas e redução de peso.Material e MétodosFoi realizada uma revisão sistemática da literatura nos bancos de dados do PubMed e Lilacs, com os descritores: “Obesity AND Migraine”, sendo selecionados os relatos de caso, metanálises e ensaios clínicos publicados nos últimos 10 anos (n= 22 artigos). Foram excluídos os estudos que ainda não foram concluídos e aqueles que não se enquadravam nos objetivos, assim restaram 13 artigos.ResultadosOs estudos concluíram que há uma relação direta entre a obesidade e a pré-obesidade com o aumento da intensidade e frequência da migrânea, independentemente da idade, sendo o sexo feminino mais afetado. Um dos artigos apontou que a dieta cetogênica pobre em calorias é eficaz para a melhoria rápida e a curto prazo das crises de migrânea em pacientes com excesso de peso, no entanto, necessita-se de mais estudos que apontem a duração efetiva da dieta e se ela se aplica a todos os pacientes obesos. Também, foi apontado que a terapia comportamental e o exercício físico obtiveram efeitos significativos sobre a intensidade e a frequência dos episódios de migrânea nos pacientes obesos. Ademais, um ensaio clínico observou que o programa de intervenção interdisciplinar reduziu significativamente a adiposidade em adolescentes obesos entre 14 e 16 anos, sendo essa mudança no IMC associada com uma melhora significativa da migrânea nos 12 meses após a terapêutica. Acerca da cirurgia bariátrica, dois estudos concluíram que houve relação entre essa técnica cirúrgica e o alívio acentuado da gravidade e duração da enxaqueca, bem como o aumento significativo do número de dias sem crises, principalmente em mulheres obesas na pré menopausa.ConclusõesA redução de peso mostrou impacto positivo no manejo da migrânea em pacientes obesos, dessa forma, a dieta cetogênica pouco calórica, exercícios físicos regulares, a terapia comportamental e, em casos necessários, a cirurgia bariátrica são opções terapêuticas seguras e eficazes na redução da frequência e intensidade das crises de enxaqueca.
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