Existe uma grande diversidade de plantas nativas ou cultivadas que pode ser utilizada na alimentação e que contribuem com a soberania alimentar. Assim, esta pesquisa objetivou verificar quais plantas alimentícias não convencionais (PANC) são conhecidas e utilizadas pelas famílias agricultoras pertencentes ao Núcleo Luta Camponesa da Rede Ecovida de Agroecologia, Paraná. Para tanto, foram realizadas entrevistas semiestruturadas, caminhada etnobotânica e observação participante, em 30 unidades de produção familiar. Foram citadas 67 etnoespécies, sendo 34 nativas, 29 cultivadas e quatro naturalizadas. Constatou-se que algumas PANC foram substituídas por espécies convencionais, e que houve redução da ocorrência de algumas espécies devido à modernização agrícola. Com a transição agroecológica realizada em unidades produtivas, muitas PANC passaram a ser incorporadas ao agroecossistema. Portanto, as famílias camponesas conhecem e utilizam as PANC, e estas já fazem parte da cultura alimentar ou estão sendo conhecidas, sendo que a agroecologia tem papel fundamental no resgate destes saberes e na divulgação dos novos.
O conhecimento etnobotânico sobre as plantas medicinais de uso agropecuário é fundamental para o desenvolvimento de agroecossistemas mais sustentáveis e para a autonomia das famílias agricultoras camponesas em relação aos insumos externos. Esta pesquisa teve como objetivo verificar quais plantas medicinais os agricultores pertencentes ao Núcleo Luta Camponesa da Rede Ecovida de Agroecologia conhecem e utilizam em suas atividades agropecuárias. Os dados foram obtidos com 30 famílias, totalizando 53 participantes, por meio de entrevista semiestruturada, caminhada etnobotânica e observações. Foram citadas 72 etnoespécies para uso agropecuário, sendo 50 para o tratamento de saúde dos animais, 24 descritas como bioativas e 16 utilizadas como defensivos naturais. O maior número de plantas citadas foi para uso pecuário, no tratamento da saúde dos animais, sendo o alho (Allium sativum L.) a planta mais indicada (16 citações), utilizada como antibiótico e para prevenir e combater endo e ectoparasitas. Como defensivo natural nos cultivos, as plantas mais citadas foram o cinamão (Melia azedarach L.) e arruda (Ruta graveolens L.), com três citações cada, utilizadas com função de inseticida. Quanto à bioatividade, as plantas mais indicadas foram as de ação repelente com destaque para a arruda (Ruta graveolens L.), o cravo-de-defunto (Tagetes patula L.) e a citronela (Cymbopogon winterianus Jowitt), com treze, nove e sete citações, respectivamente. Portanto, as plantas medicinais de uso agropecuário auxiliam durante o processo de transição agroecológica, atuando como componentes da biodiversidade, insumos locais e contribuindo com a autonomia das famílias agricultoras.
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