Plantas medicinais de uso agropecuário pelas famílias agricultoras do Núcleo Luta Camponesa da Rede Ecovida de Agroecologia no estado do Paraná

Abstract

O conhecimento etnobotânico sobre as plantas medicinais de uso agropecuário é fundamental para o desenvolvimento de agroecossistemas mais sustentáveis e para a autonomia das famílias agricultoras camponesas em relação aos insumos externos. Esta pesquisa teve como objetivo verificar quais plantas medicinais os agricultores pertencentes ao Núcleo Luta Camponesa da Rede Ecovida de Agroecologia conhecem e utilizam em suas atividades agropecuárias. Os dados foram obtidos com 30 famílias, totalizando 53 participantes, por meio de entrevista semiestruturada, caminhada etnobotânica e observações. Foram citadas 72 etnoespécies para uso agropecuário, sendo 50 para o tratamento de saúde dos animais, 24 descritas como bioativas e 16 utilizadas como defensivos naturais. O maior número de plantas citadas foi para uso pecuário, no tratamento da saúde dos animais, sendo o alho (Allium sativum L.) a planta mais indicada (16 citações), utilizada como antibiótico e para prevenir e combater endo e ectoparasitas. Como defensivo natural nos cultivos, as plantas mais citadas foram o cinamão (Melia azedarach L.) e arruda (Ruta graveolens L.), com três citações cada, utilizadas com função de inseticida. Quanto à bioatividade, as plantas mais indicadas foram as de ação repelente com destaque para a arruda (Ruta graveolens L.), o cravo-de-defunto (Tagetes patula L.) e a citronela (Cymbopogon winterianus Jowitt), com treze, nove e sete citações, respectivamente. Portanto, as plantas medicinais de uso agropecuário auxiliam durante o processo de transição agroecológica, atuando como componentes da biodiversidade, insumos locais e contribuindo com a autonomia das famílias agricultoras.

Plantas Medicinais e Alimentícias para Tratamento de Doenças Gastrointestinais: Estudo de Caso

“…Embora apenas os frutos do funcho (Foeniculum vulgare) sejam validados pela ANVISA para sintomas gastrointestinais leves, tais como cólicas, distensão abdominal e flatulência, bem como antidispéptico e antiespasmódico, suas folhas também são usadas na medicina popular para estufamento, gastrite, prisão de ventre e "dor de barriga" (GARLET; IRGANG, 2001;RAUBER, 2016;MARINI;MELO, 2015). Ferrão et al (2014) relata a utilização de suas partes aéreas para alívio de cólicas em bebês, não citando especificamente qual tipo, ou algum outro uso para o TGI.…”

O conhecimento e uso tradicional de plantas medicinais nas perspectivas da etnobotânica e agroecologia: uma revisão teórica

“…A etnobotânica, considerada importante subárea da botânica, tem ganhado destaque na área científica por estabelecer uma grande conexão entre conhecimento popular/empírico e ciência propriamente dita, com o intuito de mitigar danos, criar alternativas produtivas e direcionar soluções para o bem coletivo. É uma ferramenta relativamente barata de pesquisa, favorecendo a compreensão da relação do homem com a diversidade vegetal, que por sua vez, pode contribuir de forma significativa na prevenção e cura de enfermidades humanas, nos rituais religiosos, bem como nos padrões de alimentação; a etnobotânica pode ser considerada como uma ciência multidisciplinar que envolve diversas áreas do conhecimento, como a botânica, antropologia, farmacologia, fitoquímica e a medicina (Franco;Lamano-Ferreira;Ferreira, 2011;Neto et al, 2014;Boscolo;Fernandes, 2015;Rauber, 2016;Medeiros et al, 2021).…”

Levantamento etnobotânico de plantas medicinais em um Centro Universitário no município de Quixadá, Ceará, Brasil

“…Dessa forma, pode-se desenvolver pesquisas a partir de conhecimento empírico já existente [12][13][14] .…”