RESUMOO direito à educação é uma pauta antiga para as mulheres, em especial as trabalhadoras. Resgatar esse direito nos bancos escolares da EJA é um desafio para as estudantes que precisam conciliar o estudo com o trabalho remunerado, o trabalho doméstico, os compromissos familiares e outros. A escola também é desafiada a dialogar com saberes produzidos por essas mulheres fora da escola, em suas experiências de vida nas quais o trabalho se faz presente de diferentes formas. Nessa direção, o presente artigo analisa experiências de trabalho artesanal vivenciadas por estudantes mulheres em situação de rua em uma escola pública de EJA em Porto Alegre/RS. Com esse enfoque, realizou-se um estudo qualitativo com observação participante. O referencial teórico articula estudos sobre trabalho e gênero e sobre a educação popular. Conclui-se que compreender os processos educativos que acontecem na experiência de trabalho é uma possibilidade de aprimoramento da aprendizagem escolar, bem como de garantia do direito à educação. ABSTRACTWomen's right to education is an old agenda, especially for worker women. Rescuing this right at the EJA (Young People and Adults Education Program) school banks is a challenge for female students whom need to combine their studies with paid labor, housework, family commitments and others. It is also a challenge for schools to dialogue with the knowledge produced by women outside the school environment in their daily life experiences, where work is present in different forms. This article analyzes collective work experiences lived by homeless female students in an EJA public school in Porto Alegre, state of Rio Grande do Sul, Brazil. Within this approach, a qualitative study was done with participant observation. The theoretical framework used articulates studies about Work and Gender and Popular Education. It concludes that understanding the educational processes related to the work experience of students creates a possibility for improving education as well as guaranteeing the right to education.
A temática da educação implementada em espaços de restrição e privação de liberdade como presídios, cadeias e unidades do sistema socioeducativo, embora não seja um tema absolutamente novo, vem ganhando espaço no debate acadêmico nos últimos anos. Apesar da educação ainda ser reconhecida por alguns como benefício para os sujeitos privados de liberdade, é direito garantido em lei (
O ensaio discute a Educação de Jovens e Adultos em privação de liberdade na perspectiva da educação popular. Apresenta dados estatísticos do sistema prisional brasileiro, reflexões sobre o papel da escola e a pertinência do diálogo entre educação escolar e não escolar nos espaços de privação de liberdade. Sugere brechas e possibilidades para a educação nos referidos espaços, a partir de três dimensões: a articulação entre as práticas educativas propostas; a organização curricular flexível e o trabalho interdisciplinar como proposta metodológica e a valorização do trabalho docente, com a indicação de que, justamente, a partir das situações-limite, é possível potencializar a dimensão política das práticas sociais vinculadas à educação nas prisões.
Resumo: Este artigo aborda a Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil como direito e como campo, com práticas e reflexões de matrizes político-pedagógicas distintas ou mesmo antagônicas. Tais reflexões inserem-se no debate sobre os fundamentos e modalidades da relação entre educação, trabalho e emancipação humana. Uma ideia força do texto é a convicção de que pessoas jovens e adultas são sujeitos de direitos e que a plena realização de um deles-o acesso e permanência na escola-depende do (re)conhecimento, por todos aqueles que estão envolvidos no campo, da natureza e do potencial da relação desses sujeitos com os mundos do trabalho. Neste estudo de natureza qualitativa, as autoras realizaram análise documental e retomaram dados de duas pesquisas qualitativas em Educação, que coletaram dados por meio de entrevistas individuais semiestruturadas, observação participante e registro em diário de campo. Argumentou-se sobre a centralidade da experiência singular e coletiva do aluno-trabalhador para mediar relações entre trabalho e educação aape epaa Trabalho, Educação e Emancipação Humana DOSSIE EJA II 2 no currículo da EJA. As autoras enfatizam o trabalho como lugar de produção, mobilização e (re)interpretação permanente de saberes e valores pelos trabalhadores. Estes, ao ingressarem em cursos de EJA, colocam em circulação no contexto escolar estes saberes e valores produzidos no mundo do trabalho, gerando tensionamentos que impelem a reaproximação entre saberes escolares e experiência de trabalho. As autoras ressaltam a pertinência de novos estudos sobre o Currículo Integrado e outras práticas curriculares que valorizem o trabalho enquanto experiência humana. Palavras-chave: EJA-Brasil-Trabalho-Educação-emancipação humana Work, Education and Human Emancipation Humana: Affirming Youth and Adult Education as a right Abstract: This article discusses the Education of Youth and Adults in Brazil as a right and as a field of studies and political intervention with practices and reflections of distinct or even antagonistic political-pedagogical bases. Such reflections are part of the debate on the fundamentals and forms of relationship between education, work and human emancipation. A key argument of the text is the conviction that young and adults are subjects of rights and the fulfillment of one of them-access and permanence in school-depends on the (re) cognition, by all those involved in the field, of the nature and the potential of the relationship of these subjects to the worlds of work. In this qualitative study, the authors conducted document analysis and data from two qualitative educational researches. The data was taken through semi-structured interviews, participant observation and field work notes. It was argued on the centrality of singular and collective experience of student-worker to mediate relations between work and education in the curriculum of youth and adult education. The authors emphasize the work as a place where workers make permanent production, mobilization and (re) interpretation of knowledge...
Neste artigo, tem-se como objetivo, discutir a partir de experiências de escolarização e de trabalho de beneficiárias do Programa Bolsa Família (PBF), do município de Ribeirão das Neves, em Minas Gerais, como o Programa se apresenta enquanto porta de entrada para o acesso ao direito à educação e ao trabalho para as beneficiárias. Por meio de uma abordagem qualitativa, foi escrito a partir da análise do conteúdo de 12 entrevistas semiestruturadas de beneficiárias do PBF de um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do município; entrevista realizada com a coordenadora da unidade em diálogo com estudos do campo da Educação Popular, Trabalho e Gênero e das contribuições de autores que refletem sobre o PBF. Pode-se concluir que as entrevistadas possuem experiências marcadas pela negação do direito de se escolarizarem e experiências de trabalhos precários. Apesar do PBF se mostrar como um importante programa social no que concerne ao alívio imediato da pobreza entre as entrevistadas, o Programa apresenta restrições consideráveis no que tange ao acesso ao direito à educação e ao trabalho por essas mulheres, entre elas, a não articulação com as demais políticas públicas disponíveis no município.
Os usos de si que fazem alunas do PROEJA, nas situações escolares vividas em sala de aula, são analisados, no presente artigo, tomando como base empírica uma parte dos dados produzidos em estudo de natureza etnográfica, num curso localizado na região metropolitana de Porto Alegre-RS. A fundamentação teórica articula estudos da Ergologia, da Sociologia da Educação e da vertente sócio-histórica da Psicologia, com o intuito de relacionar os conceitos de atividade, saberes e valores aos usos de si. Os resultados indicam que os saberes ligados à comunicação – com destaque ao domínio da norma padrão da língua – são particularmente importantes à atividade escolar, pois seu não-domínio gera tensionamentos entre as estudantes. O mesmo ocorre em relação aos valores: a solidariedade e cooperação parecem ser também um tensionamento na turma. A análise busca contribuir para a problematização das políticas públicas em vigência na área da Educação Profissional integrada à EJA.
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