RESUMO As órteses são recursos terapêuticos indicados para proteger, corrigir deformidades ou auxiliar em certas funções; porém, seu uso pode acarretar compensações proximais no ombro. O objetivo deste estudo é avaliar a influência da órtese estática dorsal do punho, em 30° de extensão na biomecânica do ombro e cotovelo, em 25 voluntários assintomáticos durante uma tarefa funcional. Os dados da amplitude de movimento e ativação muscular foram adquiridos de forma sincronizada e simultânea durante parte do teste funcional Elui, que simula alimentação, dividida em alcance, deslocamento e liberação, de uma jarra, nas condições sem e com órtese. Para possibilitar a comparação entre os diferentes sujeitos e músculos, os dados foram analisados pela integral do sinal EMG de cada músculo e, para análise cinemática, foram construídos sistemas de coordenadas de marcadores pré-definidos. Os sinais captados foram filtrados e processados por um software personalizado, e utilizou-se o teste t para amostras pareadas - software SPSS, p<0,05. Notou-se um aumento significativo da ativação dos músculos deltoide anterior e peitoral maior na fase de alcance, e trapézio superior, deltoide anterior e posterior na fase de liberação com a órtese. A cinemática mostrou aumento significativo na amplitude de movimento na abdução do ombro, flexão do cotovelo e pronação do antebraço na fase de deslocamento, e dos movimentos extensão do ombro e flexão do cotovelo na fase de liberação. Nossos achados sugerem que o uso da órtese estática do punho durante a execução de uma tarefa pode acarretar compensações, com predomínio da ativação dos músculos mais proximais do membro superior.
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